martes, 9 de agosto de 2016

Por qué no hay que beber dos litros de agua al día

Por qué no hay que beber dos litros de agua al día

La recomendación de beber los famosos dos litros de agua al día carece de base científica: entre la población general no existe un déficit de hidratación que justifique este consejo.

Beiras.

A pluma ágil de Carlos Luis  Rodriguez sempre mais o servizo de quem  pagou que doutra coisa, torna-se honesta  neste artigo que acho muito lúcido sobre la  figura política de Beiras.     Esta no jornal  El  Correo Gallego de hoje. 


EN su diabólico Diccionario del diablo, Ambrose Bierce otorga una ventaja al estadista sobre el político: estar muerto. La muerte ayuda mucho a ensalzar la figura de algunos hombres de Estado, en tanto que la vida es como si los hiciese mas vulgares, prosaicos, cercanos, restándoles gran parte de su glamur. Los regímenes del pasado entendieron muy bien esta circunstancia al rodear al soberano de una pompa cuyo objetivo esencial era alejarlo, confundirlo con los dioses y los héroes legendarios.
 

lunes, 8 de agosto de 2016

Paul McCartney & friends. Voçê só precisa de amor.

Beiras.



LA Voz de Galicia.    Artigo de Xosé luis Barreiro , na despedida de Beiras do Parlamento. 


Eloxio de Beiras, admirado e caro amigo

08 de agosto de 2016. Actualizado a las 05:00 h. 60
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A vida política de Beiras é un prodixio persoal e un exemplo -ou un patrimonio- colectivo. Persoal porque, tendo militado e liderado en forzas, frontes e movementos que parecían chamados ao fracaso, conseguiu chegar o primeiro a tódalas innovacións e amenceres xerados polos cambios sociais e tecnolóxicos e polas poutadas das crises periódicas e diversas que remexen o noso tempo. E patrimonio colectivo porque, á súa honradez e entrega sen tacha, e ao seu compromiso coa terra dos pais, xunguiu un liderado democrático e carismático, que nunca rachou coas normas da lexitimidade social e de partido, e que sempre deu a sensación de que, en vez de ir el tras do mundo, á procura de espazos anovados para as súas arelas, era o mundo o que lle viña ás mans, como se de verdade necesitase del e confiase nas súas sorprendentes e xeniais intuicións.

lunes, 25 de julio de 2016

martes, 5 de julio de 2016

Balada de Outono - Zeca Afonso


               Duas versões da bela canção do Zeca,  
   No coliseum de Lisboa no seu último concerto antes de morrer e o coro de Fiaes. 






viernes, 24 de junio de 2016

LISBOA. PALAVRAS PARA UMA CIDADE. JOSÉ SARAMAGO

 que hacer en lisboa   

Voltou a mim por acaso iste texto de José Saramago que fez um ano partilhei no facebook, é foi este senhor facebook.  quem me recordou o tal texto. 
      Na época da net, e da informação à solta, vale à pena repetir um texto ainda que seja de ano em ano, é bom relêr o bom ainda que tenhamos a sensação de que o que não é o último ja não tem valor. 
     Gosto imenso do texto de Saramago, amém do trecho en negrinha que eu coloquei por razões obvias para um galego, por a sua descrição tão agarimosa ( como diriamos na Galiza), de quem tem na sua cidade um referente existêncial que o jungue a historia e a todos os lisboetas que  fizeram pedra a pedra tão bonita cidade. 
      Lisboa tem um algo que namora, que o estar nela sintes como estar em algo familiar e conhecido. Lisboa olha de frente o forasterio e  tira para ele um doce sorriso. 
       Sempre é um gosto  lêr quaisquer  escrita de Saramago  esta é uma carta de amor. 
Barrios de Lisboa, Torre de Belém

Palavras para uma cidade
Mexendo nuns quantos papéis que já perderam a frescura da novidade, encontrei um artigo sobre Lisboa escrito há uns quantos anos, e, não me envergonho de confessá-lo, emocionei-me. Talvez porque não se trate realmente de um artigo, mas de uma carta de amor, de amor a Lisboa. Decidi então partilhá-la com os meus leitores e amigos tornando-a outra vez pública, agora na página infinita de internet e com ela inaugurar o meu espaço pessoal neste blog.Palavras para uma cidade  Tempo houve em que Lisboa não tinha esse nome. Chamavam-lhe Olisipo quando os Romanos ali chegaram, Olissibona quando a tomaram os Mouros, que logo deram em dizer Aschbouna, talvez porque não soubessem pronunciar a bárbara palavra. Quando, em 1147, depois de um cerco de três meses, os Mouros foram vencidos, o nome da cidade não mudou logo na hora seguinte: se aquele que iria ser o nosso primeiro rei enviou à família uma carta a anunciar o feito, o mais provável é que tenha escrito ao alto Aschbouna, 24 de Outubro, ou Olissibona, mas nunca Lisboa. Quando começou Lisboa a ser Lisboa de facto e de direito? Pelo menos alguns anos tiveram de passar antes que o novo nome nascesse, tal como para que os conquistadores Galegos começassem a tornar-se Portugueses…Estas miudezas históricas interessam pouco, dir-se-á, mas a mim interessar-me-ia muito, não só saber, mas ver, no exacto sentido da palavra, como veio mudando Lisboa desde aqueles dias. Se o cinema já existisse então, se os velhos cronistas fossem operadores de câmara, se as mil e uma mudanças por que Lisboa passou ao longo dos séculos tivessem sido registadas, poderíamos ver essa Lisboa de oito séculos crescer e mover-se como um ser vivo, como aquelas flores que a televisão nos mostra, abrindo-se em poucos segundos, desde o botão ainda fechado ao esplendor final das formas e das cores. Creio que amaria a essa Lisboa por cima de todas as cousas.Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. Memória que é a de um espaço e de um tempo, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro. Podemos navegar no mar do passado próximo graças à memória pessoal que conservou a lembrança das suas rotas, mas para navegar no mar do passado remoto teremos de usar as memórias que o tempo acumulou, as memórias de um espaço continuamente transformado, tão fugidio como o próprio tempo. Esse filme de Lisboa, comprimindo o tempo e expandindo o espaço, seria a memória perfeita da cidade.O que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são. O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar. Quando tive de recriar o espaço e o tempo de Lisboa onde Ricardo Reis viveria o seu último ano, sabia de antemão que não seriam coincidentes as duas noções do tempo e do lugar: a do adolescente tímido que fui, fechado na sua condição social, e a do poeta lúcido e genial que frequentava as mais altas regiões do espírito. A minha Lisboa foi sempre a dos bairros pobres, e quando, muito mais tarde, as circunstâncias me levaram a viver noutros ambientes, a memória que preferi guardar foi a da Lisboa dos meus primeiros anos, a Lisboa da gente de pouco ter e de muito sentir, ainda rural nos costumes e na compreensão do mundo.Talvez não seja possível falar de uma cidade sem citar umas quantas datas notáveis da sua existência histórica. Aqui, falando de Lisboa, foi mencionada uma só, a do seu começo português: não será particularmente grave o pecado de glorificação… Sê-lo-ia, sim, ceder àquela espécie de exaltação patriótica que, à falta de inimigos reais sobre que fazer cair o seu suposto poder, procura os estímulos fáceis da evocação retórica. As retóricas comemorativas, não sendo forçosamente um mal, comportam no entanto um sentimento de auto-complacência que leva a confundir as palavras com os actos, quando as não coloca no lugar que só a eles competiria.Naquele dia de Outubro, o então ainda mal iniciado Portugal deu um largo passo em frente, e tão firme foi ele que não voltou Lisboa a ser perdida. Mas não nos permitamos a napoleónica vaidade de exclamar: “Do alto daquele castelo oitocentos anos nos contemplam” – e aplaudir-nos depois uns aos outros por termos durado tanto… Pensemos antes que do sangue derramado por um e outro lados está feito o sangue que levamos nas veias, nós, os herdeiros desta cidade, filhos de cristãos e de mouros, de pretos e de judeus, de índios e de amarelos, enfim, de todas as raças e credos que se dizem bons, de todos os credos e raças a que chamam maus. Deixemos na irónica paz dos túmulos aquelas mentes transviadas que, num passado não distante, inventaram para os Portugueses um “dia da raça”, e reivindiquemos a magnífica mestiçagem, não apenas de sangues, mas sobretudo de culturas, que fundou Portugal e o fez durar até hoje.Lisboa tem-se transformado nos últimos anos, foi capaz de acordar na consciência dos seus cidadãos o renovo de forças que a arrancou do marasmo em que caíra. Em nome da modernização levantam-se muros de betão sobre as pedras antigas, transtornam-se os perfis das colinas, alteram-se os panoramas, modificam-se os ângulos de visão. Mas o espírito de Lisboa sobrevive, e é o espírito que faz eternas as cidades. Arrebatado por aquele louco amor e aquele divino entusiasmo que moram nos poetas, Camões escreveu um dia, falando de Lisboa: “…cidade que facilmente das outras é princesa”. Perdoemos-lhe o exagero. Basta que Lisboa seja simplesmente o que deve ser: culta, moderna, limpa, organizada – sem perder nada da sua alma. E se todas estas bondades acabarem por fazer dela uma rainha, pois que o seja. Na república que nós somos serão sempre bem-vindas rainhas assim.José Saramago
   Lisboa