Mostrando entradas con la etiqueta guerra civil. Mostrar todas las entradas
Mostrando entradas con la etiqueta guerra civil. Mostrar todas las entradas

miércoles, 3 de noviembre de 2021

Atás 1936. Na minha parroquia não se mata a naide. Viva Espanha.

   Naquel día outonal  do ano 1936, o destinho estava disposto a cumprir coa fatalidade.

 O Pío, o Rucutru e o Antonio da familia do senhor Odilo, jovens e labradores de Atás tinham sentenciado o seu final. O destinho dizia que a sua morte estava marcada. 

     Uma camioneta chega de tarde o povo. Aparca  no cruceiro diante da Igrexa. Dela baixam dez homens coa camisa azul e armas em mão. São pistolas o que levam, agás um que leva um  fúsil Mauser. Não precisam terem um armamento moi potente, já só a sua presenza intimida, arrepia e deixa um regueiro de silenzos no adro e na aira dos eidos. Ninguém no povo tem coche, quando algúm automóvel sube lentamente, pelo único aceso, a íngreme costa da pista da  Carracheira, já a noticia voa por todo o povo. Nenos,  rapazotes e homens são os primeiros en sairem a rua,  que qual espinha dorsal percorre o pequeno territorio do  do povo dende As Raposeiras  até a Igrexa e a casa reitoral. 

      A casa reitoral construção de pedra bem feita. Destaca no entorno daquela colmea de casas pequenas de pedra oscura con tehlados de telhas amouradas uns e de colmo outros. A casa que mais parece uma casa fidalga tem uma grande entrada nobre para carruagens. Noutro tempo é provavelmente como origem do povo  foi um pequeno cenobio formado por uma comunidade pertecente o  Convento de San Rosendo de Celanova. 

     Alguém já deu a voz de que  subia um coche pela Caracheira. Estão prevenidos, é algo mais que uma novidade. Dum lado e do outro vai vindo gente a espreitar e a esperar acontecimientos. Nessa época o único coche  que podia acercarse até esta cima de terra olvidada, só pode ser  o dos falanxistas que, já todos sabem, que  andam a percorrerem a bisbarra a pescuda  de elementos dos considerados "roxos" ou simpatizantes. Além disso também é a sua pretensão deixar clareza de quem manda uma vez declarado,  na zona "nacional",  o estado de guerra por Franco en Salamanca. 

      É o momento das delacions e informações para fazer-se conhecer e conseguir o acubilho e segurança de que não te tenham como  enemigo. Ou tal vez  seja por ser um gram entusiasta da nova causa, ou por  supervivencia ou  tal vez simplesmente porque há gente,  com bo olho, para estar à cuberto do perigo, mande quem mande . Incluso pode ser  o momento do rancor e vingança pendente de contas privadas. As informações não precissam dum respaldo fáctico ou probas consistentes. Não,  umas palavras ditas fora de lugar, ( um viva Rusia, ou uma blasfemia forte por exemplo podem ser suficintes); Haver feito de forma legal na República,  uma pequena ou grande  propaganda , anticlerical, esquerdista ou nazonalista tem má pinta só uma redenção pode borrar o pecado ;  um comportamento pouco convincente moralmente, diga-se não estar casado e viver com mulher etc. não conta para bem;  ser mestre de escola e condena  quase segura; em algúm caso ser persona com atitudes pouco entusiastas também pode contar em negativo; um debate antiguo de ideias políticas também pode ser reflexado para mal numa ficha do novo Régime. Em conclusão  tudas estas suspeitas podem, despois, converter-se em  continhas que sumam  a hora de pasar os controis terroristas  do novo apocalipse, que se está a preparar.       

      A  Senhora Consuelo encontra-se con Rucutru e dilhe:     

  -Vai e mete-te na minha palheira  da Cabrela, enfosca-te emtre a erva seca. Alí não te vão encontrar.

      "Eu presenciei  ese día o que  numca mais o olvidei. E cumpro co meu dever de contar-cho. Daquela  tinha  nove anos. Chamo-me Obdulia, da familia dos  Gil  por parte de nai e Pousa pelo meu pai, já morto daquela.  Recordo os rostros daqueles homes. Mozos novos, serios  e raivosos. Bem fardados e com boas botas de becerro pareciam empoleirados no seu papel , e olhavam-nos com ar distante e despreciativo".

        Daqueles homes ela  ainda não ouvira falar.  Eram os falanxistas da recem centuria criada em Xinzo. O seu xefe, o farmacéutico Prieto,  um andaluz, dado de baixa por enfermidade no Corpo de Carabineros, chegou com um  mandado da xefatura da Falanxe para organizar uma centuria e fazer a sublevação nesta zona. Despois ficou asentado na vila para sempre.  Tal como despois puidem saber, ele foi quem proclamou Xinzo e  a sua bisbarra como territorio do novo Movemento nacional coa declaração de guerra.  O seu nome era conhecido como o novo home forte por as gentes dos povos dos arredores. 

    -Que se presentem inmediatamente eiqui. 

    -Que se presentem, ou vamos inspeccionar casa por casa. Sabemos que están eiqui, estes tres indivíduos. São  roxos e  comunistas.

       E repetía o nome dos tres buscados. 

      Ele mostrava-se como  o xefe daqueles moços que olhavam em silenço pra nós. Ele , o xefe, levaba umha cincha de coiro negro que lhe cruzava o corpo em bandoleira e rematava numa cartucheira  brilhante tamén de coiro, que sustinha uma pistola. Botas negras e lustrosas. Sem gorra na cabeça o cabelo penteado e alisado o pra trás.

      Naquel momento,  o ouvir aquelas vozes, e presentindo as angurias daquelas   almas  e a dor terrível daqueles seus vizinhos, saiu  o senhor cura berrando e enfrontando-se directamente os falanxistas. 

     - Viva Espanha. Aquí na minha parroquia não se mata a ninguém. 

     -Eiqui mando eu e  respondo dos meus   fregueses. Valia-me Deus, eiqui não se mata a naide. Viva Espanha. 

     E repetía coma um mantra. 

      -Eiqui, respondo eu. Eiqui respondo eu.

        O arrogante xefe falanxista quedou suprendido daquela impronta e empolgamento do cura. Aquela forma de encarar-se tão directa não a vira numca. Pensou que estava tolo. O fator sorpresa funcionara. E em todo caso , não era bom negocio enfrontar-se a um cura e decidiu , com cara de desprezo,    dar a ordem de subir a camioneta e marchar. Antes de enfrontar-se a um cura melhor sería consultar as ordens coa superioridade. Tempo haveria para axustar as contas aqueles desgraciados.

      O Cura era miudo de corpo e tinha familia ou ascendentes alí. Um dos seus descendentes  é o cura D. Magín que é conhecido como prefessor do Seminario de Ourense. Não posso dar mais distinção del. Só que segúm a gente comentaba era moi querido e respeitado e moi cercano os paisanos. E sobre todo, tal como desmostrou, era um home de coragem e  com a sua firmeza salvou tres vidas.

      Hoje ja não há naide vivo que recorde os factos. Tal  vez haja quem por vía oral na intimidade familiar ouvira contar isto e com muito segredo. No obstante não creio que naide contara nada. Despois daquela,   em Atás ficou um velo de silencio. Ela, Obdulia, diz que ela numca mais ouviu a  naide  contâ-lo. Pois estas cousas sempre era melhor não tocar nelas. Pra escarmento já lhes chegou, o medo ficou nos miolos, e isso dura moito. 

        Os tres condenados, parece ser que seguiram vivindo em Atás, ainda que acochados as vezes e tomando moitas precaucions sempre coa  boca pecha para evitarem lios. Contavam co apoio dos seus vecinhos e pelos vistos não havía ninguém que fosse a incidir na sua delação, tal e como o tempo demostrou.  Ningum dos tres sabia lêr. Numca fizeram propaganda política nem ostentavam liderança alguma, pois erão uns "coitados" coma  a grande maioria dos paisanos do povo.  Alí, em Atás,   por não haver nem caciques havía. Eram todos labregos, trabalhadores  de sôl a sôl que o final do dia tinham costume de irem a taberna e a Igrexa a rezar o rosario. 

      Ninguém no povo  sabia explicar moi bem o porqué desta condena. Tal vez,  para tirar uma outra  explicação de o porquê desta  escolham seja preciso situar o ambente destes primeiros meses do Alzamento militar. Um  excesivo celo na propia Falanxe. Estavam a chegar novos arribistas, gentes que , ainda sem uma fé falanxista mas com bom olho queriam estar o acubilho e a segurança dos novos dominadores. Os de dentro tinham que  medrar dentro da organização, fazer méritos para  entrarem  nas novas  centurias e então fazia-se urgente encontrar novos culpaveis o que dava lugar a que  gentes, "coitadas", como os nossos vecinhos,  fossem alvos desta circuntância. Alguém pudo cità-los numa reunião ou  algúm outro ouviu um ruxe-ruxe de que estes tres erão uns  grandes ativistas do proletariado. 

     Assim é provável que houvesse moita demanda na pescuda de revolucionarios e a oferta  nas zonas da Limia  que não era tanto. E isso não deixa de ser um problema, pois o quilo de revolucionario daquela sería moi caro. Não havia revolucionarios para todos e E qualquera  podia convertir-se da noite pra manhã num  ativista ideoloxizado. Asim falando da represión na Limia Edelmiro Martinez Cerredelo "Historia e memoria . A limia 1931-1935", nos di que Prieto escomençou com catro amigos e despois a sua organização foi medrando em pouco tempo que  fazia falta ter informes e apoio para entrar. O número  de militantes crecera moito em pouco tempo.

       O Pío,  ou  o sem narices, porque não tinha narices, por uma enfermidade,  foi detido despois de acabar a guerra, cinco anos despois, por colaborar co maquis. Os chamados atracadores que asaltaram um  autobús de linea, durmiram  e comeram a noite anterior na sua casa. Foi o chamado golpe do maquis, ou atracadores, na curva do atraco como assim se chama hoje que está justo na baixada da Carracheira coa estrada geral. (Fica adiada esta  interesante historia para outro día). O Pío esteve  em Santoña recluido mas pasou com sorte a guerra pois ele  sim  que era um colaborador moi ativo do maquis e dos escapados roxos na guerra, segúm os testemunhos.

      O Rucutrú e o Antonio, não se lhe recorda atividade política alguma, segum nos contam. Tampouco gerrilheira, por nessa altura ainda não estavam organizados  os opostos o novo Régime .  Tal vez em algúm lugar se destacaram  com algúm berro comunista ou similar  e a sua face foi arquivada nalguma mente temorosa de que a revolução  estava a chegar. Nessa altura não havía atalhos pro entedemento. A morte e a violência eram as únicas que podiam dirimir as diferências. 

A partires de recever da minha nai de forma oral esta historia que elea viviu, pensei que era a minha obriga contâ-lo como uma mais, e esta e pequena, das moitas que passaram nesa época por Espanha. E não só no bando "nacional", pois ninguém está livre de culpa. (Ainda que não é iste o momento para concretarmos  um pouco mais nesse plantexamento). Assim com esta historia contada, engandindo a influência da recente leitura  do impresionante livro de Edelmiro Martinez Cerredelo "Historia e memoria . A limia 1931-1935", algo de fantasia histórica,  e um pouco de forma romanceira de contâ-lo, foi como se construiu este pequeno  relato que já não passa oralmente a outros pois os tempos e os  modos  mudaram e aquí fica sem mais, para que em qualquer momento se poda esparejer mundo adiante ou que fique tranquilo no repouso eterno. 

       Sendo o protagonista ou heroi, além dos coitados condenados,  o cura da parroquia,  só me queda deixar uma pequena reflexão sobre Atas e os seus curas, ou a relação ente Atás e os curas.

       Os curas em Atás, onde eu nacim, sempre tiveram um papel moi determinante. Atás  foi um povo moi relixioso, mas  não era beateiro nem mais supersticioso que a cultura rural da época,  tal como sempre me contaram os  meus pais.Esto pode ter uma pequena explicação na  sua origem. Familias labregas de colonos, caseiros our rendeiros do pequeno cenobio que alí mandara fazer o Mosteiro de Celanova. Estaría situado fisícamente  na casa reitoral e há documentos históricos que tal acreditam,   Estas terras,  delegadas,  tinham a misão de proporcionar rendas e bens o senhorio eclesiástico de Celanova. Noutras zonas estaríam dependendo dum membro da alta o meia nobreza. Mas a nossa nobreza galega era fundamentalmente os potentes senhorios eclesiásticos. Pois bem, chegado o momento  da decadência de Celanova e a desamortização, estas terras foram passando como foros os labregos, colonos, que sem propiedades trabalhavam para o senhorio. Podemos situar-nos no século XVIII e príncipios do XIX,  fundamentalmente. Ou seja, anteontem.

         O meu argumento basea-se em que o contrario doutros povos não há vestigios de nenhuma grande familia de labradores ricos de "casas grandes" que foram o origem da criação do povo. Vestixios que noutros lugares chegam até hoje. Parece como se a propiedade fosse repartida mais ou menos proporcionada para uma nova clase de labregos, novos propietarios, despois de redimir os foros neste caso do senhorio eclesiástico. Estes são, a minha fantasia cree,  os meus antecesores e os de todos os que temos raiz  em Atás. Somos filhos da Igrexa e da terra.

      Pois bem,  a figura do Cura, sempre teve um papel moi determinante e focalizado nesta pequena comunidade parroquial. O Cura sempre foi querido. Um povo afastado que é parroquia, não é rico ou não tem labradores ricos, onde o analfabetismo era moi grande, tinha na figura do cura a sua lumieira de vida.Mais afastados estavam os caciques em Cualedro, sempre temiveis e oscuros.  O cura e os oficios relixiosos são como o foco cultural da comunidade. 

      Este cura do relato, salvou da morte a tres fregueses. Dous  séculos atrás, outro cura de Atás,  saiu a frente duma coluna de homes e mulheres todos armados de forquita, cadanha e machado, para atacarem um comboio de castanhas que iam dende a comarca de Arnuide  até Ourense .


Era um ano de fome terrível, sem colheitas. E este cura guerrilheiro comandou a sua xente  em loita armada para procurarem o alimento  para os seus filhos.  Hoje, casualmente e resulta curioso, que Atás sendo uma aldeia esmorecente em quanto a população ainda conserva o cura parroco. Este chegou pro curato de Atás con vintecinco anos e hoje está nos oitenta e moitos. Poucas aldeias tão pequenas tenhem cura e que viva alí e numca buscou outro lugar.  Este Cura atual, D. Fernando,  teve sempre a união e o respeito dos seus fregueses e foi,  e é pra eles o seu líder tanto espiritual como civil. O convivio entre o cura e o povo sempre foi exemplar.

 

       

       

       

     


viernes, 8 de octubre de 2021

Notas soltas.

 


 

1.-.   "la Guardia civil es de las cosas que funcionan bien en España. Al español no le gustan las cosas que funcionan bien porque eso le obliga a hacer las cosas bien".   Julio Camba. 

  Frase de actualidad y perenne. En España si algo funciona bien no gusta, y eso es así casi siempre. Triste pero real desgracia. 

   2.-   A vueltas con el desastre de Anual. Escucho a Lorenzo Silva. No le he leido, pero me queda pendiente. Habla magníficamente y documentado sobre el soldado de leva que tenía que estar tres años luchando en Africa. Nos referimos a los hijos de las familias pobres que no tenían dos mil pesetas  para que te libraran de ir al servicio militar y por ende a Africa. Los pobres,  analfabetos  campensinos en su mayoría ponían la vida en un guerra absurda. Que mala suerte tuvo España con esta guerra de protección del protectorado que nos regalaron las potencias en el reparto colonial. Que regalo envenenado para el pueblo. El complejo de poder volver a ser el imperio endulzaba la boca patriótica, sin pensar en nada más.  Minas, negocios del Rey Soldado y corrupto Alfonso XIII, de la burguesía española y catalana. Burgueses que saben que sus hijos van a pagar una redención y que no irán a esa guerra. La carne de cañon la ponen los jovenes campesinos  y proletarios analfabetos de una españa pobre y casi toda  rural. Tres o incluso cinco años sirviendo a la patria sin formación, sin equipo, sin dirección. El mundo funcionaba así, Europa había picado la carne de millones de europeos en la sanguinaria primera guerra mundial. España no era diferente.

     La mala suerte es que en esta guerra llena de muertos de pobres y de hijos de ricos haciendo campañas de patriotismo en España se hicieron las carreras de los  generales africanistas que treparon en el escalofón. Allí  en Anual, en el Barranco del Lobo,  brilló , junto al valor y arrojo de los españoles pobres, la inoperancia, la desidia y la corrupción de parte de "oficiales superiores" trasnochados  en su formación y en sus métodos. Allí se formaron y sacaron su carrera los futuros  rebeldes del 1936, que en pocos años habían pasado de los primeros empleos de oficial de infantería al generalato.   Hasta en un rebelión hay que tener suerte, en la nuestra caímos en manos de los peores y más extremistas.

 3.-    Como contrapunto, no todos eran iguales. No todos los africanistas eran como los dichos. En  otro libro "No olvidarán tu nombre", Silva rescata la figura del general Aranguren, director de la Guardia Civil en Barcelona que hace caer el golpe de Goded en Barcelona y posteriormente es fusilado. Permanece fiel a la República y estaba olvidado por la memoria y la historiografía. Silva lo rescata del olvido y saca a la luz su valor y entrega.  Amigo personal de Franco, más tiempo en Africa que Franco. 

      Este no es país para tanta integridad. Una trayectoria impecable de lealtad a la República, tiene el final esperado. Batet, Escobar, Aranguren, Pita Caridad, Molinuevo etc. fusilados por permanecer en su sitio, no obtuvieron perdón. En el  otro bando , los republicanos  tampoco anduvieron mal de fusilamientos de generales: Goded fusilado, después de intentar un golpe, Burriel, Fanjul. Incluso  López Ochoa que permanecía fiel a la República fue linchado por una turba de exaltados para darle  una cruenta muerte por haber cumplido con la orden de  mandar las tropas que dominaron la llamada revolución de Asturias.   

sábado, 28 de septiembre de 2019

Mientras dure la guerra.

  
Miguel de Unamuno (con barba blanca), a la salida de la Universidad de Salamanca el 12 de octubre de 1936.
Después de ver la película, magnífica, de Amenábar, me entran ganas de realizar reflexiones varias. Sobre la  película, el fondo, el tratamiento del tema, la figura de  Unamuno. No lo voy a hacer ahora, tendría que ponerme a ello con algo de calma y no espolvorear sin más argumentos en la pantalla. Y no lo voy a hacer hoy porque encontré una crítica en "El país" del controvertido crítico de cine Boyero, que me parece encomiable y redacta a la perfección   mucho de lo que podría decir de la película. Lo dejo aquí, no como enlace sino el texto en si porque me parece muy interesante. 
     Repetir que la película me gustó, que Amenábar me gusta mucho, me parece un director riguroso con ideología, sin sectarismo, que trata de transmitir sin frivolidad una carga racional y emotiva al espectador en la que no le resuelve dudas, al contrario, tanto en  Ágora como en esta película sales con ganas de pensar, razonar, entender .... y eso es mucho mérito de un director de cine, a mi entender. 

Complejo y veraz retrato de una España sombría

'Mientras dure la guerra' me parece una buena, contenida y también arriesgada película, narrada con cerebro y corazón


Vivimos o malvivimos una época en la que la palabra o el concepto, o lo que sea, denominado España se repite hasta el hartazgo o la náusea entre los políticos, exaltándola en el caso de tantos patriotas profesionales y aficionados ("todos gritan 'Arriba España' y se creerán que dicen algo", comenta el sarcástico Unamuno) o abominando de ella entre los independentistas, en el fondo tan parecidos como todos los temibles nacionalismos. Imagino que ha sido una de las razones para que Alejandro Amenábar, un director tan imprevisible como sólido, que hace en cada momento las películas que le da la gana, nada preocupado por eso tan trascendente y enfático de alardear de universo propio y un sello de la casa, se haya planteado crear Mientras dure la guerra, retrocediendo hasta 1936 para hablar de un infierno perpetrado por las dos Españas, en nombre de Dios, la patria, el fascismo, el rojerío, la hostia en verso.
Se sitúa en una Salamanca tomada por los feroces sublevados contra una República imperfecta y caótica, pero legitimada por las urnas. En esa ciudad vive Miguel de Unamuno, un hombre tan inteligente como paradójico, frecuentemente insoportable, gruñón vocacional, siempre molesto para los alternativos poderes, convencido siempre de poseer la razón, secretamente tierno, respetado, temido y odiado. Fue desterrado a Fuerteventura por criticar al rey, amó a la República, pero se sintió traicionado por ella al ver las impunes barbaridades que se cometían en ella, fue tan ingenuo o tan estúpido como para creer en la buena voluntad de los sublevados, constató con espanto la carnicería que estaban ejerciendo con cualquiera que no pensara como ellos o juzgaran mínimamente sospechoso, atravesó una inmisericorde crisis de conciencia al plantearse si se había equivocado, se negó finalmente a ser utilizado por ellos, denunció su sinrazón y su salvajismo en un discurso memorable con el que se estaba jugando la vida.
Amenábar no solo hace un retrato poderoso de ese hombre contradictorio, corrosivo, desgarrado, dubitativo, sincero y honesto. También del taimado Franco y del volcánico Millán Astray. Con Franco, no comete el error de hacer una caricatura. Sería lo fácil con ese fulano de voz atiplada y expresividad tan limitada como ininteligible. Retrata a un hombre ambicioso y calculador, astuto y frío, pragmático y despiadado, con hambre de poder y capaz de todo tipo de maniobras para instalarse a perpetuidad en el trono. Y a un Millán Astray histriónico y colérico, enamorado de la acción hasta limites surrealistas y odiador del intelecto, excesivo en todo, orgulloso hasta el delirio de sus múltiples cicatrices de guerra y de su inquebrantable fidelidad a Franco, el líder que necesitaban los sublevados porque en su mesiánica relación había constatado que poseía el don más preciado, algo divino llamado suerte.
No existe grandilocuencia ni maniqueísmo en el planteamiento y el desarrollo de esta historia trágica. Tampoco está forzada la emoción. La sobriedad que muestra Amenábar está muy pensada. También hay cosas que me molestan o me parecen innecesarias, como los repetidos flashback y sueños (es complicado que eso funcione) mostrando la felicidad conyugal de ese Unamuno que pocas veces conoció la paz y la plenitud, al lado de esa mujer que él define con romántica y enamorada añoranza como “mi costumbre”, algo que puede parecer prosaico. También me sobran algunos momentos e interpretaciones que desprenden cierta teatralidad. Creo que Karra Elejalde hace una composición notable mostrando el anverso y el reverso, los numerosos matices de una persona tan complicada. Y está brillante y veraz, como casi siempre Eduard Fernández, un actor que llena la pantalla, inquieta, te lo crees. Mientras dure la guerra me parece una buena, contenida y también arriesgada película, narrada con cerebro y corazón. Ignoro cuánto público la espera y si van a conectar con ella. Ojalá que le vaya bien. Las películas de Amenábar me pueden gustar más o menos, pero su actitud y su personalidad siempre me merecen respeto.

      Más información sobre la película.