lunes, 14 de febrero de 2022

Lendas da minha aldeia.

 Imaxe

           Nom hai  bom   Pedro,

  nem bom burro negro. 

           Nem  bom lameiro por riba do regueiro.

         O Pedro a quem se refire o terceto humorístico era naquela altura, anos quarenta, nem mais nem menos que o senhor cura párroco de ATÁS. Evidentemente não era o Pedro, era Dom Pedro. 

        Pois bem por aqueles tempos tão longuínquos e remotos  da década dos quarenta, recem rematada a funesta guerra civil, reinava em Atás o cura D. Pedro.Home, padre e personagem,  controvertido pelas lendas que da época que nos forom chegando as gerações posteriores a través  da tradição oral dos nosos pais e avós. Foi naquela altura um curato que deixou pegada nas suas memórias pela peersonalidade e mentalidade deste crego, ainda descontando-lhe as loucuras da época.  Os nossos transmisores diretos,  os pais,   naquela altura erão uns moçotes ou moças  que   andavam a puxarem por destacarem no seu papel de, novos protagonistas protagonistas como mocinhas e rapazotes da aquela peqeuna tribu aldeana . Naquel ambente  dos tristes,  místicos e esclavizantes  anos quarenta, a vicinhanza vivia como podia, ou seja mal, mas  bem sem descanso no trabalho e  com pouca diversão. 

1.175 fotos e imágenes de Sotana - Getty ImagesFoto xenérica de senhores curas.

      D. Pedro era um jovem párroco  originario das terras de Maceda. Bem-nascido numa  familia labrega rica com alguma  ponla fidalga e que se via na obriga de conseguir dar o seu vástago  os estudos para acadar o  grande status de cura duma parroquia. O jovem Pedro tinha as possibilidades  pra ser um exítoso crego, ou seja querer e pertecer a uma familia que tivese certa suficinte  riqueza natural. Deus não dava a todos a vocação clerical  olhava primeiro quem tinha terras e cartinhos.  

     Rematados os seus estudos o novo crego foi destinhado a parroquia de Atás. Niste caso  uma parroquia pequena e não abondosa em  riquezas. Os diestros ( acomo alí lhe chamam as terras de propiedade eclesiástica) erão pequenos e a população da parroquia, Atás e as Estivadas, era pequena  em comparança com populações doutras parroquias da diocese de Ourense.  Os ingresos numa parroquia de xente pobre e pouco numerosa em comparança com outras eram moi cativos. Evidentemente,  os   donativos, os enterros, os encargos de misas, os impostos de grão, as rendas, os oficios que rendiam cartos nem comparança tinham com outros lugares. 

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Foto xenérica de senhores curas mais ou menos dos anos quarenta.

      Não obstante esso não era tão importante para D. Pedro. Ele vinha duma familia rica de labregos ,  con antecedentes fidalgos fincados na terra que olhavam ou se consideravam mais perto da  fidalguia que das simples camdas de labradores simples ou de labradores  pobres  ou incluso  caseiros, que  sem terra propria trabalhavam  como moito esforço as terras alugadas , com rentas moi altas, as  familias ricas ou a propia igrexa. A terra era um bem escaso e o seu valor não só em cartos senão em prestixio social era imenso. Ele, Pedro,  xunto com outros dous primos era o terceiro cura   duma saga familiar que no futuro teria também persoeiros de influência  na  nova política da transição, depois de morto Franco.  Aquela pequena parroquia vai só ser o pequeno lugar de  treino pra um cura novo que aspirava , Deus mediante, a colocar-se em postos de maior rango na sua iniciada carreira eclesiástica. Os novos tempos, rematada a contenda civil,  trouxeram ventos espirituais rígidos, havía que educar e numa soa voz apontolar o nacional-catolicismo que tanto sofrimento  costou conseguir numa cruzada  de tres anos. O cura ia ser um personagem  esêncial  para divulgar e impôr a nova ideologia dos vencedores. a sua missao atingia tanto o controlo e político e  social como a disciplina da moral e as  costumes. Tudo adubado duma  austeridade de vida  e  espiritualismo  medieval. O  controle da moralidade dos seus parroquianos devía ser fim primordial pra qualquer cura rural. Para D. Pedro a mensagem e a misão da Igrexa de Roma para salvarem os cristians do mundo  , concretava-se alí  na sua parróquia. A forma de salvar o mundo do pecado era conseguir a santidade da sua parroquia. Ele era propietario de cada uma das almas que  o Espírito Santo lhe deu em troca da sua missão.

     Assim , pois , D. Pedro levava o timón  e controlo daquela nossa parroquia com brazo de ferro. Não se tratava tanto de convencer senão de impôr, vigiar os agentes do diabo. Ele era um homem de carater, empolgado no modo de predicar, era duro nas exigências morais dos seus fregueses e por acima era um bocado arrogante. Fazia muito fincapé na austeridade e no ascetismo  de vida como regra pra acadar num futuro o paraiso terreal. Tinha especial dureza o falar do sexo e as relacions dos jovens entre homens e mulheres. Prohibia as festas e a música. Recordava que a noite estava cheia de perigos pras mulheres pois as feras era cuando saiam os caminhos pra asaltarem a sua virginidade. Ou seja, um homem do medievo instalado naquel paraiso labrego que era a nossa aldeia Atás, nos anos quarenta. 

        Abofé , não era difícil ser tão duro e exigente  com aquela xente. A austeridade de vida e de costumes tinha-na eles em por si, já lhes vinha de longe. O seu tempo para o vicio e o pecado quase não existía. O trabalho  labrego marcava o ritmo de vida, ou seja madrugarmos  e não descansarmos apenas. O ceu já estava ganho sem mais.

      Embora sempre há quem se oponha a aquel controlo e tristura de vida. Os jovens não eram tão gostantes de vivirem aquelas tebras do inferno que aquel homem lhes propounha. Eles eram os mais doentes e perjudicados, a sua juventude  ficava amarrada nas maus daquel ditador, e lutavam o pouquinho que podiam. O Pedro prohibia o baile,as festas tradicionais do povo,  tinha-lhes secuestradas as moças na asociação das "hijas de María" e fazia delas auténticas monxinhas. Tudo para conseguirem em vida o caminho duma santidade para pobres ou algo assím. 

      Tal era a revolta entre os homens jovens que numa festa do pobo fizeram-lhe frente pois proibira que na sua parroquia houbesse baile e música. Deu parte e conseguiu  a presença da Garda Civil pra desfacer a festa. Quem mandava era o cura, pois a cruz e a espada estavão tão xunguidas numa soa direção que  não havia dúvidas naquela Espanha . Os jovens iam ganhando força na luta contra ele, aunque as vitorias eram cativas. Embora o movimento anti-Pedro ira ganhando força e iniciouse a luta clandestina para facer-lhe propaganda contraria.

      Como qualquer movemento social de luta contra a repressão sempre aparecem  mentes jovens  com ganhas e com algo de instrução ou cultura para puxarem e espertarem as conciências do resto se há abuso. E Assim foi em Atás. Havía daquela tres moços da familia do tio Sacristán, que levava esse nome por ter a honra de fazer esta función na igrexa da parroquia. Homem relixioso e de confiança do cura era uma figura respeitada por todos. O tío Sacristán tinha dous filhos e um sobrinho que grazas a umas becas que na altura o Régimen  repartía através dos  concelhos pudo manda-los a estudar uns anos cos frades  os Milagros. Estes tunantes, dito de forma carinhosa, estudavam nos Milagros e aprendiam cousas e estilos mais abertos e diferentes que em Atás. Quando voltaram pra aldeia não suportavam aquele controlo a que estava sometida os seus vecinhos. Eles alimentaram e potenciaram o movemento de libertaçao. Eles trabalhavam na clandestinidades coa propaganda  contra os abusos e comprtamentos do eclesiástico. Eles vão a  fornecer o movemento "laico" com novas ideas, comentarios burlescos contra D. Pedro etc.

       

Uma das suas atividades mais soadas foi a de  fazer pequenos escritos e cola-los como pasquins por varias partes do povo. O efeito dos pasquins era demolidor, a influência  e o respeito o  Pedro minguava pouco a pouco. Até já falavam de ele como o Pedro, já não diziam D. Pedro. Um dos mais atraientes pasquins  foi um que colaram por toda parte:

Nom hai  bom Pedro,  nem bom burro negro. 

           Nem  bom lameiro por riba do regueiro.

      

A xente ría as escondidas, e os que sabiam ler, os menos,  retransmitiam o resto o simpático terceto que hoje parece-nos inocente e inofensivo, embora naquela sociedade e algo escrito assim, deixou traumatizadas moitas alminhas. 

      D. Pedro  vai ficar descomposto. Disse,  que ia na sua cavalgadura o domingo de manhã saindo pelo  terrado cara a Portela pra misar em Baldriz.  Ainda não encaminhara o percurso  de saida quando numa parede viu o pasquin que alí estava as vistas de todos. Parou, descavalgou, leu aquilo e a sua cara ficou lívida. Ficou um pouco quieto e de pronto escomençou a chorar. Naquele momento sentiu uma realidade que  tal vez não pressentia, que toda a sua laboura espiritual de jovem cura de aldeia ficava rasteira com aquela navalhada  de humilhação. Ele que fora preparado pra ser lider espiritual e civil, pois já o dizia Santo Agostinho o distinguir a cidade de Deus e a cidade dos homens. A cidade dos homens estara submersa, mergulhada e engolida pela cidade de Deus. Era o tempo da cidade de Deus, eram os tempos do nacional-catolicismo que quería fazer da nova Espanha uma cidade de Deus. Todo o seu mundo de repente derrubouse, numca imaginaría que houvesse alguém naquele convento que era Atás que fosse capaz de revoltarse assim. Sentiu arrepio e medo.

       -Mas quem  podia ser?. Não era moi difícil averiguâ-lo. 

      -Quem sabia escrever?, moi poucos. 

      -Aparte de escrever quem podia fazer um pequeno terceto con sorna e ironia e ter o atrevimento de colâ-lo em varios sitios visivéis?.  Alguem um pouco estudado.

     - A resposta veu de seguida . Tinham que ser os tres rapazotes do tío Sacristán que andiveram façendo estudos cos frades dos Milagros. Ninguém mais podia ser. 

      Para D. Pedro a confussão ainda era maior por este detalhe. os felôns vinham dos arredores, do lar do seu querido homem de confiança, do seu sacristão. Ele numca houvera imaginado algo assim. O tio Sacristán, ainda que ninguém acussou o seu entorno, sentiu-se aludido e falou com D. Pedro e deulhe as desculpas e perdons que correspondían por tales factos. 

      D. Pedro aceitou tudo aquilo, meditou, sentiu-se abatido e pediu o senhor bispo o traslado. Sentía que a sua autoridade pra manter a moral e comter o pecado naquela comunidades que Deus pussera nas suas maus, ficava decaida. Aquel curato que ele trabalhara com tanto ahínco e entusiasmo  pra poder converti-lo numa fertil seara, já só seria um recordo. 

      Um día marchou, e o povo descansou. Quando a memoria foi chegando as nossas gerações que tivemos a sorte de não vivermos aquilo, sempre nos falaram do Pedro, ou D.Pedro, o qual os tivera submetidos de abuso de autoridade num pobo moi religioso, por outra banda. No fundo a memoria que nos trasmitíam e que o Pedro não era mau no fundo, que era um jovem  que levava tal vez ademais os precitos que daquela estavam na moda. Como se acostuma a dizer, levaba as cousas "o pé da letra". 

      Eles só nomearam a a queles jovens podemos dizer revolucionarios sem ser conscientes nem eles nem os joven revoltados de que quaquer núcleo social ante o abuso do que seja acaba por  movilizarse, seguramente clandestinamente pra juntar força. Que normalmente os líderes das revoltas saem das camadas mais ilustradas ou que tenhem mais cultura. O normal que sejam os mais desenvolvidos económicamente pois normalmente serão os que tenham algo de cultura. Quer se queira quer não  esto não é mais que uma pinga do que ocorre normalmente nas revoltas e nos cambios sociais, que são encaminhadas pelos burgueses ou filhos de burgueses ou filhos das  velhas élites, pois, normalmente, são eles os que tenhem as possibilidades e a preparação pra fazerem mudanças e informar os outros da realidade. Seja como for, ainda com ilustrados ou não, sempre que a presa  vaia acumulando auga sem darlhe saida,  tem que haver um momento que a presa bolse ou revente coa força da mesma  auga.

      Este é un pequeno caso de faz muitos anos duma pequena protesta social através da movilização clandestina, nuns anos bem difíceis pra fazerem estas cousas. 


            Este texto foi escrito com a ajuda : 

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El estudio de la historia enseña a leer críticamente

 Lección 1 El estudio de la historia enseña a leer críticamente, no mirar al pasado con los ojos y las actitudes morales del presente. Y a pensar analíticamente, percibir el significado de los hechos desde diferentes perspectivas y apreciar la diversidad de creencias y culturas. 

Lección 2: escribir de forma clara y precisa Es la culminación del oficio del historiador. Sin eso, se nutre el tópico de lo aburrida que es la historia frente a la literatura o novela histórica. Pero acercar la historia a un público más amplio no significa deformar los hechos.


domingo, 13 de febrero de 2022

Faladoiro (lugar no que se murmura)

      

 

No se le puede negar claridad en la expresión de su pensamiento político. 

 Es Julia Otero, quién no la conoce es porque no la escucha. Son muchos años en las ondas  para saber claramente como piensa, aunque no alardee de nada.

La pregunta parece fuego amigo. En el pensamiento "galegofóbico" del periodista está perenne la incertidumbre o indecisión galaica, que dicen "ellos". Siempre que ven a un gallego/a simpre están viendo el escorzo ideológico, el pensamiento oscuro y dual etc.  Julia Otero no necesita la pregunta se ha expresado muchas veces en el mismo sentido y lo deja claro. Lo que no valora el periodista es que sea distinta y de cabida de verdad a opiniones y personas de diferentes expresiones ideológicas sin ser una cantamañanas oportunista que va aireando según le convenga su ideología. Es más fácil ser Carlos Herrera, porque te van a dar palmadas en la espalda aunque mientas continuamente, porque sobreactúas y exteriorizas un claro pensamiento político.

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   Elemental querido Watson.  Nada nos sorprende. Este indocumentado quiere ahora darnos su justificación  ideológica y a la vez se lanza un cabo o salvavidas a futuro. Que es ser liberal , esa indefinición  abstracta que tiene tantas aristas?. En el caso de este embaucador era  el patinete que usaba para llegar a la tierra prometida del poder. Oh, si no hubiese sido por el "ego" tan exagerado, hasta lo hubiese conseguido. Pero donde no hay no se puede sacar.   Dime de que presumes y te diré de que careces.

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Cuando exageramos con la liturgia, somos capaces de todo.  ¿Pero si sacamos la liturgia, la actuación, que nos queda? ¿El luteranismo? Se nota, se siente, Trento está presente.

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