Visto só dende a olhada portuguesa. Ficamos pendentes de engadir que neste grupo no que estava o galego cineasta de Celanova Pepe Velo e José Fernando Fernández Vázquez (Comandante Sotomayor).
Todos participavam nesta quimérica ação dentro dum directorio ibérico de libertação das ditaduras de Espanha e Portugal.
Há 62 anos, algures no mar das Caraíbas, doze portugueses e onze
espanhóis, comandados por Henrique Galvão, assaltaram um navio em que
viajavam cerca de 1.000 pessoas, entre passageiros e tripulantes, e
protagonizaram aquela que foi, muito provavelmente, a mais espectacular
das acções contra a ditadura de Salazar.
Mesmo sem atingirem os objectivos definidos – chegar a Luanda, dominar
Angola e aí instalar um governo provisório que acabasse por derrubar as
ditaduras na península ibérica – conseguiram chamar a atenção do mundo
inteiro que noticiou, com estrondo, a primeira captura de um navio por
razões políticas, no século XX. (Em Portugal, julgo que as primeiras
notícias só foram publicadas no dia 24!)
Os aliados da NATO não reagiram como Salazar pretendia ao acto de
«pirataria» e só cinco dias mais tarde é que a esquadra naval americana
localizou o navio. Depois de várias peripécias e negociações, o Santa Maria chegou ao Recife em 2 de Fevereiro e os revolucionários receberam asilo político.
Volto à questão da repercussão internacional, que foi muito grande,
porque a vivi pessoalmente. Estudava então em Lovaina, na Bélgica, e
acordaram-me às primeiras horas da manhã para me dizerem que um navio
português tinha sido assaltado por piratas, em pleno alto mar. Entre a
perplexidade generalizada e o gozo («ces portugais!…»), os poucos
portugueses que então lá estudávamos passámos horas colados a roufenhos
aparelhos de rádio, sem conseguirmos perceber, durante parte do dia, o
que estava concretamente em jogo, já que não eram identificados os
piratas nem explicados os motivos da aparatosa aventura. Quando, já bem
tarde, foi referido o nome de Henrique Galvão, e descrito o carácter
político dos factos, respirámos fundo e pudemos finalmente dar
explicações aos nossos colegas das mais variadas nacionalidades. Houve
festa e brindou-se à queda da ditadura em Portugal – para nós iminente a
partir daquele momento, sem qualquer espaço para dúvidas...
A ditadura não caiu mas levou um abanão. O assalto ao Santa Maria foi o pontapé de saída de um annus horribilis para Salazar, ano que iria terminar com a anexação de Goa, Damão e Diu. (Pelo meio, em Fevereiro, começou a guerra colonial...)
Vivemos hoje numa outra galáxia, tudo isto parece quixotesco e irreal?
Mas não foi.: Henrique Galvão, Camilo Mortágua e companheiros foram «os
nossos heróis» daquele início da década de 60.
A ler: O desvio do Santa Maria e o princípio da Guerra do Ultramar.
Fonte a Wkipedia. 👇
o Directorio Revolucionario Ibérico de Liberación
en 1959. Velo foi o cosecretario xeral xunto a Humberto Delgado dende
xaneiro de 1960, e participou con outros membros galegos e portugueses
desta organización na toma do navío portugués Santa María o 22 de xaneiro de 1961, en ruta entre Curaçao e San Xoán de Porto Rico, na coñecida como Operación Dulcinea,[1]
co obxectivo de dirixirse a África e iniciar unha revolta
antisalazarista, ao tempo que pretendía chamar a atención internacional
sobre os réximes ditatoriais da Península Ibérica. Fracasada a operación por diversos motivos, o 4 de febreiro de 1961
acordouse co goberno brasileiro recoñecer a Velo e ao resto dos
secuestradores como refuxiados políticos. Asentouse co seu fillo Víctor,
que tamén participou na toma do navío, na cidade de São Paulo.