miércoles, 22 de noviembre de 2023

Notas de historia. A Casa dos Castro e a Galiza do século XIV.


Representação do século XIX de Inês de Castro, no teto da Sala dos Reis, Quinta da Regaleira, Sintra, Portugal

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 Fernando Ruiz de Castro nun cadro do século XVII no Pazo dos condes de Ficalho, en Serpa, Portugal. Foi o último Castro que morreu no exilio em Bayona, Francia, despois de pertecer o bando perdedor na guerra entre Pedro I e Enrique II Trástamara.

     Já se falou  diste tema no blog:    aquí.  E Aquí. 

Alguns nomes da época que andavam por alí, neste século XIV. 

 Fernando Rui de Castro,Pedro Fdez de Castro, Alfonso IV de Portugal, Pedro I de Portugal,  Joãao de Avis, Fernando I,  Inês de Castro, Joana de Castro, Pedro I de Castela, Enrique II Trástamara, Duque de Lancaster, Alcobaças, , Conde de Andeiro, Conde Arraiolos, Casa de Trava, Casa de Trastámara, Avignón, Cisma de Occidente, Braga, Santiago, Conde de Lemos, Sarría, Ribeira e Cabreira, Guerra dos cem anos, Duguesclin, Comendeiro de Santiago, Adiantado maior de Galicia, Pardo de Cela, Os Andrade, Santa Irmandade de Galicia, Irmandinhos, Pardo de Cela, Pedro IV o ceremonioso de Aragón, casa de Bercelona, Joán I de Aragón o cazador, Martimho Ide Aragón  o humano, Alfonso IV de Castela, Alfonso XI de Castela. 

      Fazendo fição,  podíamos dizer,  que um  jornal do Reino de Portugal,  dava  no seu  manchete  esta  notícia no ano 1355 no día sete de janeiro:  

       Ontem na   Corte em Coimbra foi  assassinada  dona INÊS DE CASTRO, dama da corte, namorada do herdeiro  a coroa  portuguesa,  o infante  Dom  Pedro. O casal teve  dous filhos,  bastardos,  pois por oposição do  seu pai  o rei  Dom Afonso IV e certa parte da nobreza cortesa não permitirom o casamento oficial ou legítimo, que Dom Pedro  desejava fazer com Inês. 

      A dama receveu  varias coiteladas  por parte de duas persoas da nobreza cando esta  nos seus aposentos privados, no lugar da Quinta das Lágrimas . O príncipe moi apenado acusou ò seu pai do assassinato e prometeu que cando for rei faria jurar a toda nobreza lealdade a Inês e considerâ-la rainha de Portugal. Dona Inês vai ser enterrada  no mosteiro de  Alcobaça no lugar do panteão dos reis de Portugal. 

      Inês era galega, nascida na Limia, e filha de Dom  Pedro Fernádez de Castro, o da guerra,  senhor da casa dos Castros , a familia mais importante da nobreza galega. Dom  Pedro Fernádez de Castro é o  senhor de Lemos,Sarria, Ribeira e Cabreira e  conde de Trastámara. É mor-domo maior do rei de Castela Alfonso XI, adiantado maior de Galicia, pertigueiro de de Santiago e comendeiro de Lugo. Era neto por parte materna do rei Sancho IV de Castela e tataraneto do último rei de Galiza e León Afonso VIII. D. Pedro coa morte do seu pai no 1304, cando ainda era un neno, foi trasladado a corte de Portugal para educar-se. Educou-se e criou-se co infante Pedro Afonso, conde de Barcelós, e filho ilegítimo do rei D. Dinis. No 1320, con dezaseis anos retornou a Galiza pra ocupar o dominio da casa de Lemos. Morreu faz dez anos desta noticia, em Algeciras em  1343,  em combate comtra  os mouros.

       Até aquí a noticia dos feitos. Esta fição de noticia é , mais ou menos, o que  nos chegou por parte da historiografia oficial portuguesa e espanhola. Embora surge-nos pronto umas perguntas:

       Inês de Castro,  além da sua relação romántica e amorosa, jogava um papel político, ou a sua morte tem mais que ver coa geopolítica da época e a influências que a simples relação do príncipe Fernando?

       A resposta é um sim. Detrás do que significava que a galega Inês de Castro pudesse ser a mulher oficial do rei de Portugal da-nos pé pra investigar e,  deixando a um lado a historigrafia espanhola e portuguesa, que  elementos de poder político e partidos políticos da nobreza estavam envoltos em todo este sarilho que chega a que um rei mande assassinar a mãe de dous dos seus netos e namorada do seu filho. Tal vez, sem dúvida, no rei D. Alfonso IV pesou mais a política estratégica de evitar un casamento cuma nobre galega que o facto de ser ela quem era na sua familia. Na idade Media os matrimonios jogam um papel fundamental nas confluências políticas. A política exterior e os equilibrios de poder faziam-se  por medio de matrimonios. 

             Como é que uma familia nobre galega, que na historiografía espanhola nem conta pra nada, salvo menção colateral obrigada, e sendo a familia nobre mais forte da Galiza, cual é a relevância de Galiza para a corte portuguesa que consigue que uma filha de D. Pedro Fernández de Castro vaia casar co herdeiro português?. 

        É evidente que a resposta só pode ser uma. O poder quase real dos Castro como nobreza que dominava Galiza. 

        Ainda mais, como é que esta casa da  nobreza galega, além de ter uma filha pra ser rainha de Portugal, tem outra mais Joana de Castro irmá de Isabel, que casa co rei de Castela D. Pedro I, que pasou a historia dos perdedores com o nome do  Cruel. Certo que Joana só foi casada com Pedro uma noite da que quedou prenhada e tuvo um filho.?  

     Pois uma prova mais da importância e o poder da Casa galega dos Castro. Situando-nos na Idade media, ainda que só fosse uma noite pra que houver casamento co rei tinha que haver influência política da casa de Lemos. Sem dúvida foi um selo de lealdade que Pedro I buscou na casa nobre mais forte da Galiza. 

      Então estamos ante a casa de nobreza rectora do Reino de Galiza. Fora teima de Fernando II,(1157-1188  reinado) rei galego enterrado em Compostela, buscar ou potenciar una casa nobre que sustituira a dos Froila na liderança da nobreza galega.

      Os Froila, conde de Traba e Trastámara acabarom extinguindo-se em outras familas da nobreza. Antes disso a sua  relevância histórica é fundamental. Só recordar que um Traba vai educar o  neno , futuro Afonso VII, que sera coroado rei de Leão por Gélmirez na catedral de Santiago. Este Traba casaria com Dona Teresa de Portugal, mai de Afonso Henriques primeiro rei de Portugal, depois de estar enviudar do seu marido Henrique  de Borgonha.

      Neste caso, século XIV encontramos em pleno apogeo a Casa de Lemos regida polos Castro. Os seus territorios extendiam-se dende  a fronteira coas terras do Reino de Leão, já  Terra de foris, e comprendíam o  Bierzo até meia Galiza de hoje, chegando as terras dos Andrade que abrangiam Vilalba, Pontedeume e Ferrol.



 

 

 

 

 


 


Seminario de Estudos Galegos.

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Hai 100 anos, un 12 de outubro de 1923, ponse en marcha o Seminario de Estudos Galegos, ao que pertenceron Castelao, Alexandre Bóveda, Otero Pedrayo, Losada Diéguez, Antón Fraguas e tantos outros. O seu obxectivo: estudar e divulgar o patrimonio cultural galego.
      A Ideia e os primeiros pasos são dados por Losada Diéguez. A causa da creaçãp da  instituição era a defensa da cultura galega que era completamente alhea  o ensino e a investigação da Universidades de Compostela. 
      Coa chegada da guerra civil foi disolto, e o réxime permitiu a creação do Instituto padre Sarmiento de estudos galegos, atualmente dependente do CSIC. No ano 1978 foi de novo  rehabilitado  o Seminario de Estudos Galegos. 

lunes, 20 de noviembre de 2023

Faladoiro ( lugar no que se murmura)


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👄👉Nun pub da costa de Kerry (Irlanda). “Non sei se vou ou veño. 

Que casualidade os irlandeses pelo que se ve também tenhem que escoitar o rimtimtim dos galegos  de que si subimos ou baixamos, de se imos ou vimos etc. será questão cultural?, sem dúvida e as comparações surgem cando são uns os que colocam o marco paradigmático de como há que ser e comportar-se. Cada povo  tem a través dos séculos o seu período de etnoformacão na que se misturam historia, clima, origens, religiões, formas culturais. É assim. 

 

    👄👉 ANA PELETEIRO, É TU EM QUE IDIOMA CRIAS A TUA FILHA?. Esta pergunta impertinente esta-se-lhe a fazer a atleta , medalhista olímpica, que tivo recentemente uma nena. Ela contestou que ese tipo de perguntas, além de absurdas, já  tehem farta. Engadiu  ser  galego falante  e cos seus pais e entorno familiar a sua filha  vai falar galego , ela aprende galego e castelán nos  ámbitos sociais, no jardim de infância e também co seu pai. Ainda que este fala em inglês está a aprender castelhano e por tanto a nena na casa vai escutar tres  idiomas, entre eles o galego. Vamos que a nena  não vai ficar muda e oferta idiomática não llhe vai faltar, pelos vistos.  Embora  é  evidente que a pergunta, não  é inocente,  vai cinguida o facto ou a suspeita de que a nena ainda tão pequena vai dizer as primeiras palavras em galego, cousa que para alguma gente ainda é supressivo e chmativo. Para  algúns é um assunto a pôr em questão, pois o importante e que aprenda o castelhano de primeiras e já aprenderá o galego oficial na escola, ou que mais da. O importante é que se vaia formando já, não vai a ser que ande por ahí adiante soltando "gallegadas" coa sua inocência infantil. 

      Em fim nada que engadir,  fica o testemunho de Ana Peleteiro pra mais uma vez recordarmos  que é uma riqueza lingüística o termos outro idioma e que é fundamental educarnos nel nos primeiros anos. O castelhano vai-no falar a nena sim ou sim, assim que por essa parte que ninguem tenha medo, e favor que o día de manhâ ela agradeçera e ser formada como galego falante. Para deixar o idioma tem tempo se quiser, embora para converter-se em neo-falante, sem necessidades, sempre é mais difícil e require tempo, vontade, etc. 


      👄👉NUM JOGO  DE BALONCESTO INFANTIL ESCOLAR,  UMA EQUIPA GANHOU O OUTRO POR 89 PONTOS CONTRA 6.     Pode que  isto não seja interessante pra moita gente, ou nem um comentario mereza. Não obstante acho que sim o é. Nem importância tem o nome e o lugar de onde são as equipas concretas, cousa que  não recordo , neste caso e o chamativo facto para uma pequena reflexão:

 O  desporto  não professional tem um rol moi imoportante na formação de crianças e ojovens. Não é só uma formação física e de destreza de certas habilidades  despostivas senão também uma formação moral, ética no pessoal  e  um comportamento social em´pático e formado en valores de solidaridade, competição sana, respeito pelos contrarios. 

       Se o treinador destes nenos de once ou doze anos está a berrar  e a motivar o equipo para que fagam pressão no saque de bola no campo contrario e asim anotar pontos e pontos sem dar opção a outra equipa  em chegar o campo do rival. Uns os perdedores tenhem menos preparação  evidentemente, mas estão para competir e aprenderem a jogar  não para serem  humilhados, vexados, rebaixados na sua  autoestima . A ensinanza que recevem os ganhadores  vai ser moi complicada para eses rapazes que  acham que  o objetivo da vida é,  se é possível,  o abuso a arrogância e o desprezo com aqueles que achamos são inferiores. Havera quem diga que isto é desporto , sim mais . Ora sim  mas há que ensinar a ganhar, a perder, a não abusar e a competir como equipa e sofrir cando a competição o exija. 

       Que tipo de treinador, ainda que seja  moi jovem é ou vai ser este. Eis um ponto interessante para ensinança dos jovens, o desporto se não é escola pra vida nem é nada. Senão se trata de conjugar desporto e educação e formação do carater e a vontade , acho que não só e temo perdido, eu iría mais alá e temo negativo para formar um homem, um cidadão. 


 

 

sábado, 18 de noviembre de 2023

Torga .- Vindima

      ALTO DOURO VINHATEIRO, paisagens, histórias e dicas para visitar

 Já faz tempo, desfrutei coa leitura de Vindimia de Torga. Adoro o estilo dos romancistas portugueses  (do XIX e metade do  XX) dende Eça de Queiroz, Aquilino Ribeiro , Camilo Castelo Branco, Saramago, Torga etc. Por citar assim de pressa  os que eu li  em algumas das suas obras. Falo como simples leitor e grande admirador de todos eles cos que tenho desfrutado moito da sua escrita. 

 E moito  especialmente Torga, por a sua escrita e por tratar-se do mais vicinho de todos eles. O escritor transmontano fala da sua terra, das montanhas e as suas aldeis, especialmente  das gentes que nelas moram. Mas também está a descrever,  o mesmo tempo,   a minha terra e as minhas aldeias fronteiriças e as suas gentes. 

      Despois de ler Vindimia teve o gosto de fazer uma escolma de párrafos diferentes, inconexos, colhidos à solta,  copiâ-los e deixa-los aquí pra repasar, ler e também como para  recordâ-los,  como se tivesse o íntimo desexo de aprendê-los e imitâ-los. Mas a única razão é defrutar a escrita e o português, tão galego,  do grande Miguel Torga.

( Torga .- Vindima)

CINGUIDO a realidade humana do momento romancei un doiro atribulado, de clases, injustiça, suor e miseria. 

Ese doiro está en vías de mudar.

Eram quarenta pessoas a o todo entre homens, mulheres e crianças…Penaguião  é uma eira de palha moída, ja bafejada das primerias arangens frescas, sen ganhos, desolada à espera das grandes invernias.

Mas colhido o centeio nos planos altos do granito pouco ou nada mais há que fazer durante uma temporada….

A brancura mansa do leite das ovelhas enche a alma de cadura morna e o corpo de uma forá virginal e conformada.

Patamares de descanso na grande escadaria…

Vinham numa nuvem de pó  e num redemoinho de som de todos os lados da serra.

Nos rostos ossudos de cada bando lia-se a mesma felicidade nómada de ciganos libertos.

Encosta esparaiada de cepas a olhar o rio ao fundo e o céu lá no alto a cavadinha

Dançando o último fandango, esgotado o reportório das cantigas, a tarde caíra sonolenta sobre ás léguas do caminho.

Havia risadas intencionais, a sublinhar o sentido pícaro de cada motejo. Havia motejos íntimos canados  que queriam silêncio para adormecer. Havia cochichos íntimos entre vizinhas que se tinham   procurado para dormir lado a lado. Havia a vida a correr debaixo da telha vã por onde a lua começava a espreitar.

Foram as últimas palavras que se ouviram . depois delas a cadenha deixava sair apenas através das frestas de pedra lousa o rumor de fundas e quentes respirações. Mais tarde, pela noite adiante, também se sentia de quando em quando ranger a porta, e um som raivoso e morno de água a correr. Eram furtivos vultos que se erguiam da vala, e vinham urinar á entrada. Como sonâmbulos, esvaziavam  na grande concha de luar a teimosa realidade que os afligia e caíam novamente na bem-aventurança, do nada.

O sol a pino lambia os bagos de alvaralhão, besuntava-se de melaço, e escorria em calda pelas cepas abaixo. As lajes de xisto reluziam como brasas pela ecosta acima. Ao fundo, o Doiro, morno, pesado, cor de tijolo, lembravaa água de uma grande barrela que alguém fizesse lá para bandas do Pocinho.

O senhor lopes instalou-se còmodamente na poltrona de veludo e desdobrou o jornal. Sólido, bem tratado, todo ele respirava vontade e conviçção. Abria as folhas da gazeta coo se quisesse penetrar em pessoa na intimidade das própias notícias, ali postas por sua intenção.

O POVO SO A CHICOTE. Nada de palavreado de conversa fiadas de explicações. Tempo perdido. Quanto a isso a sua experiência dera-lhe certezas inabaláveis. As pessoas não são iguais. Unas nascem para subir e mandar; outras para ficar onde estão e obedecer. E quando as coisas se baralhavam cada um saía do seu lugar, via-se o resultado: aquela anarquia deploravel.

O COMBOIO ATULHADO, ARRASTAVA-SE LENTAMENTE, agora no meio de uma paisagem escalvada, de mortórios agresivos,o río torutado e barrento, ia passando a direita num doloroso esfoço contraído. Um  calor de fogueira ondulava  no ar, grosso e pessado.

Rijo de corpo , resistia aos anos sem dar esperanças de se retirar da dena. Mas, sincera ou insincerametne, ninguém se mostrava cansado da su presença incómoda.

Susana da Conceição de Vasconcelos Carneiro Meneses de Castro. 

No retalho da enconsta vindimada o luar avolumava a tristeza das videiras sem uvas. As vides erguiam para o céu as varas vazias, desfolhadas, como num protesto. A terra pisada e babada de sumo tinha também um ar violado e descomposto. A medidas que as navalhas avançavam as vinhas iam perdendo a graça.

Pela telha vã do cabanal o luar entrava como por um ralo. E no lençol de palha centeia, estendidos ao deus dará, os corpos iam-se desenhando, jovens e fortes alguns, velhos e mirrados outros, com pormenores escancarados-uma persona um braço um seio, um sexo, até.

Embora doridos dos rins, do trabalho e da rigidez cautelosa, pareciam estátuas derrubadas.

Até que o luar se toldou no  cëu. Pèlas frestas da cadenha, a luz rarefeita foi perdendo a claridade. Desmaiou, empalideceu, escureceu, e então compreenderam ambos que havia passado a hora. A volupia que sonhavam necessitava do incitamento das formas  que palpitavam ao lado. O desejo  tirava parte da urgência do aguilhão natural que o espicaçava. Rodeada de calor e de cheiro a imaginação engolfava-se por caminhos de irresponsabilidade. E o llugar morrea, apagados os corpos na escuridão, apagara-se o lume da fogueira. Restava, pois, adormcer, descansar, acordar, trabalhar, e esperar por nova noite e nova oportunidades. E ter então coragem.

Desciam do alto das filas de vindimiadores sob cestos acougalados, ouviam-se pancadas do tanoeiro nos arcos das cubas, ciava um carro de bois pela vinha acima. E os  que passavam esfarrapados e besuntados, demoravam-se o tempo que podiam a olhar com mudez escarninha o luxo dos três recém-chegados.

Vestida de  preto, magra, hirta a ddona Maria jorge representava no mundo a condenação severa e permanente do marido.

Primeiro a desgraça chegou assim, en clamores imperativos. Um momento depois subia num redemoinho de vozes aflitas, implorativas e confusas.

Soturna e brumosamente, o instinto dos homens evocava ancestrais fadigas na surriba e na poda, na escava e na levanta, na enxogra e na desfolha, no sulfato e na redra, num rememorar suberrâneo e dorido de todos os passos do calvário onde a própria vida tinha de vez em quando a sua crificação.

O ar cheirava a terra molhada, a mosto e a trovoada. Cada passo era um apelo do chão a paz de um leito sem penas, saibroso e quente como a vida. E ouviram mais essa voz.

Na junceda também o dia amanheceu claro e aliciante.

Também a luz quente e perfumada do dia enebriara Guiomar. Também no seu coração vazio entravam  sem defesa possível alguns raios do sol escarolado que banhava a terra. Uma certeza estranha, inesperada e nova, empurrava-lhe suavemente os assos pelas alamedas da quinta. Sentía o  coração inundado de não sabia que alvorço indefinido.

Um trilo de flauta, débil e puro, chegou-lhe entãodo alto num prelúdio. Impreciso é tímido, hesitava como se reciasse saltar os valeiros.

Entretanto na mantelinha Alberto caçava. O primeiro bando de perdizes roncou,e tirou-lhe a duas. No meio do silêncio contido, que a cada momento ameaçava romper-se, o cão parado, a espingarda en meia pontaria, os pés fincados no  chão mas tensos como molas, uma gota misteriosa caiu no copo e fê-lo transbordar. ….seguiram-se horas de procura afincada, de passos ora sorrateiros, ora vasulhadores, de pedras roladas pelas encostas, de imitações toscas do bater de asas, de ilusões e desilusões do perdigueiro, desorientado pelo vento e pelo desejo.

viernes, 17 de noviembre de 2023

QUAL É A RELAÇÃO PORTUGAL X GALIZA?

Adiquei aquí já um post a, Jorge Mendes,  uma persoa, português minhoto,  que conheço pelas redes em quanto o seu entusiasmo como divulgador da cultura comúm galaico-portuguesa. Avançado e entusiasta  em resaltar a união cultural e histórica do Norte, especialmente da região do  Minho e a Galiza. Troncos da mesma raiz, ainda que a historia política virou a partires de Afonso Enriques e os conflitos da nobreza portucalense que derom o final coa criação do reino de Portugal e o afastamento da Galiza  do sur do Minho da do norte do Minho.

 Mais uma vez deixo aquí um vídeo no que explica os desexos e realidades para comprendermos melhor ambas margens unidas pela geografia a historia e o idioma.