Dizem alguns portugueses que os espanhois sempre quiseram dominar e invadir a sua terra.
Dizem alguns espanhóis que há séculos a Espanha abandonou aquela ideia e que , com este abandono, até se esqueceu de olhar para o vizinho.
Reconhecem os espanhóis que há algo de verdade na afirmação de que muitas vezes pecaram por arrogância no tratamento con os seus vizinhos....
Estos sentimentos opostos e a conviçção de que o que mais separa os dois povos é o desconhecimento mútuo.
Con estes e otros pequenos apontamentos começa Federico J. González a escrever o seu livro, para deixar pegada da sua experiéncia de varios anos como Director Geral duma multinacional em Portugal. Deslocado anteriormente en Bruxelas e em Suecia, por mor do seu trabalho, na sua ultima estadía em Portugal quis deixar as suas reflexões sobre a visão dum espanhol de Castilha e centralista de como é Portugal ou melhor os portugueses. Qual é a su relação no trabalho, nas costumes, na interação social. O mesmo tempo que examina as formas e defectos dos portugueses faz uma autocrítica, avezes clara é forte, de como alguma forma de sentir-se espanhol distorsiona ou não encaixa na relação de português-espanhol.
A visão está mais centrada no mundo da empresa e as relações dum executivo com os seus parceiros e colaboradores portugueses do que a gente da rua em geral. A visão é mais do mundo da empressa.
O autor acho que é muito respeitoso e o mesmo tempo crítico com a cultura e as novas costumes portuguesas. Alias é crítico e duro tanto com espanhóis como com portugueses. Especialmente é mais duro com as formas do espanhol e a sua relação com Portugal. Tenta dar uma visão muito objectiva contando a sua experiéncia. Fuge de cair no chauvinismo ou na crítica fácil e arrogante duma cultura que olha para a outra com ar de superioridade.
Começei a leitura por curiosidade e um bocado céptico com este clase de livros que falam a maioria das vezes de estereótipos que repetem o ouvido dum lado e do outro. Estou muito em contra dos estereótipos, será pela minha condição de galego que dende criança andou pelas Espanhas adiante ouvindo asneiras sobre catalães, galegos, vascos, murcianos, etc. menos de castelhanos. Na Espanha sobram estereótipos e falta empatía pra com os outros, é uma cadeira pendente, para uma nação tão diversa. Será por isso que não gosto de que ninguém me diga como são os outros, niste caso os portugueses, quero ser eu quem faça as descobertas que sejam e ter as minhas opiniões que sempre serão muito respeitosas com a nacionalidade e cultura que seja, porque não há nenhuma melhor que outra. No entanto este livro tem, como é obvio, opiniões pessoais mas tem rigor, respeito e ganhas de aprofundar e pôr uma ferramenta para o entendimento do leitor espanhol e também português.
O autor é de Toledo, é castelhano, e isso da-lhe uma visão das formas e costumes diferente das que descobriría um galego ou um catalão. Espanha e muito diferente no seu conjunto e as diferenças são nítidas. Outro post pendente será confrontar as maneiras, as formas e as novidades com as maneiras, formas e costumes dos galegos. Só hoje adiantar que se o autor escreve-se a sua experiência na Galiza concordaría em adjetivar os galegos muito parecido do que el fez com os portugueses no livro.
Embora o importante é lêr, se gostar, dum resumo de trechos do livro, apanhados como interessantes, que dão melhor visão do que tentamos explicar.