jueves, 28 de abril de 2022

O asassinato do chofer da"Línea". (II)

 

OURENSE | Page 260 | Skyscraper City Forum no capítulo anterior

  Baltar, junio de 1965. 

      

"melhor crê-lo que averiguá-lo" 

Assim pois,  neste primeiro  dia seguinte a noite do assassinato, no martes ou terça feira deste mes de julho ou das seituras,  andei dum lado para outro cos  ouvidos atentos a tudo quanto  se dizia nas tabernas ,  na rua,  e na minha casa  sobre o assasinato do Carlos, o chofer da Línea.  Eu,  andava a dizer por toda parte onde podia,   que estivera presente na morte do chófer, que cheguei a sua beira recem estoupara o tiro e, o mais importante, que eu mesmo,  vim  o morto tirado no chau boca arriba,  quando não havia ninguém na entrada da casa, agás a sua mulher chorando dentro. Eu gostava de resaltar  que estiveramos os  dous frente a frente; que o  seu rostro era sereno e  não estava desfigurado; os seus  olhos ainda  abertos  faciam-me sentir  como se ele me quisesse falar. Eu ia dicindo todo esto, além de ser uma obriga por ser  certo e tão novedoso que dava motivo para  ser contado, principalmente  para ser ademitido nos círculos de comentarios tanto sas persoas maiores como dos mozotes e rapazotes maiores que eu. Realmente era um prazer  ter  bela naqueles enterros  de rondos de comentarios. Por vezes até me sentia qual policía que ensina a sua identificação.    O caso é que  quer  fosse duma maneira quer doutra ninguém dava relevância a minha testemunha. Não  conseguia acadar  uma posição suficintemente relevante para que se  me prestasse atenção.  E ainda pior, nem valor se dava  o facto de eu  eu levar já  moito   mais tempo mergulhado no acontecimento que  qualquer daqueles jumentos que andavam a latricar, sem saber nada.  Isso zangava-me bastante, pois   quer se queira quer não todos  queremos o noso postinho de relevância quando  nos corresponde e iso só pode darcho a tua vicinhanza e os amigos da turma e dos jogos, incluido, se calhar, o teu mestre, ainda que o meu era tão burro e arrogante que nunca dava valor a ninguém e menos a  um rapaz, e iso que a sua vida estaba adicada a educâ-los. Embora isto não tinha nada de personal contra mim, era o habitual. Eram os tempos que havia coas suas miserias e as suas teimas. Eu era um miudo de nove anos, moi responsável e educado, mas um miudo. Só comvém recordarmos que naquela altura, os sesenta do século pasado, nas aldeias os  nenos e os  cadelos eramos os que menos crédito tinhamos, ninguém nos fazia caso e o pior era que faziamos estorvo por  qualquer lado. Marcha dahí rapaz, ou marcha can, eram frases moi concorrentes no andar diario, e as duas moi parecidas. Os cadelos e os rapzes andavamos à solta na procura de comida os cadelos e de aprendizajem e curiosidades nós. O caso que tanto uns como outros andavamos atravessados por qualquer sitio. O mundo era uma aventura porque andavas no mundo de aventuras proibidas o que fazia de um rapaz um "antisistema" precoce.  Hai que ver como mudaram as mentalidades, especialmente para o tratamento os cadelos. 

      Bom, ainda que tinha o ar  fungar-me o avesso eu seguia na minha lavoura de andar o apanho de comentarios e nformações por qualquer lugar onde podía e me deixavam. Qualquera estará a pensar que tal vez se perdeu para  futuro um aproveitado jornalista de rua, também um espião podía ser, ou um policía investigador, ou incluso um escritor de historias policíacas. Qual for o papel a representar a mim não me importava, a minha fantasia admitia todos ises e moitos mais. 

Voltando ò fio da minha  lavoura investigadora profesional, engadir que  eu ia e vinha, escoitava moito e em troques cada vez falava mais pouco pois  já dei por perdida a minha teima de pensar que alguém me fizera caso, como  já dixem  ninguém me ouvia.   Perdia-me pelos arredores do  quartel da Garda Civil, olhava para os pequenos dous cavalos   azuis   que traiam a aqueles oficiais tão elegantes e tão bem fardados que andavam  com  chamado tricornio que parecía de pexiglas  negro como carvão  e que brilhava como um esplho cando lhe dava o sol. Aquele de bigode dalí  é o capitám de Xinzo, ese outro do cabelo branco e o Tenente, aquel mais jovem já é capitám e dizem que vem de Madrid, seica vai ser o investigador do caso. A gente común não se atrevia a acercarse a quela pequena cimeira de homes fardados e cheios de estrelas.Os rapazes temos nisso ventagem e até que nos dessem o punteirolo correspondente achegavamo-nos diante mesmo deles. Todos as olhadas iam pro capitán novo, era o mais alto e elegante e a sua juventude e presenza destacavam no grupo, era coma a estrela especial. Despois de noite já na casa, o meu pai o tempo que dava conta duma salada de tomate com bachalhau desalado e cruo ia falando coa minha mai e uma vicinha de tudo isto e dizia que chegara um capitán novinho que vai investigar ele tudo; que os gardas andavam nervosos, pois não estavam acostumados a ter um oficial e tão fino aquí com eles, não sabem ainda cantos días, e tenhem medo que lhe apreta um pouco as cinchas, é um dizer.  O  meu pai era uma boa fonte de informação,  pois como Garda Forestal tinha certa confiança  e achegamento os gardas do povo, ele agora no verão estaba pouco na casa e a noite cando chegava ele contaba cousas que a mim me serviam para ratificar o que houvira ou para  acrescentar as minhas informações. Engadia moito o meu pai a fonte de onde lhe vinham os comentarios, ou seja o nome do fulano que lho dixo, as vezes não dizia o nome por mim e engadia o comentario do de "marras" que era a forma de entenderem-se entre ele  a minha mãe e a vicinha pra não ter que dar nomes. Tardei eu em dar-me conta que o tal "de marras" não se refería a um personagem concreto que eu até incluso imaginei com rostro e todo. O " de marras" vinha a ser uma contrassinal que se dava a varios e que utilizavam para não dar nomes. Agora para dar maior realce a sua informação deu o nome do garda Baralhobre que lhe falara acerca de que  o tal capitám era de Academia e que levava uma excelente carreira, pois era moi novo e estaba recem ascendido;engadu  que era moi educado e cercano os gardas  e que era deiqui, queria dizer galego e da provincia de Ourense.

     Un dos principais lugares que eu tinha para informa-me era os arredores do café do Pepinho, e o estanco e central telefónica  ambas regentadas pelo  senhor Luciano. Pelos meios-dias achegaba-me a beirrarua de pedra na estrada que cruza o povo,  diante do  café do Pepinho, que  era o senhor alcalde daquela. Alí fincado na grande janela que daba a estrada escuta-va as conversas das mesas de fora e as de dentro mais pertas o exterior. Nesta pequena zona vip de mesas jogabam a partida as pessoas mais ilustradas de Baltar. Emtre aqueles cabaneiros havía funcionarios do do concello e da Irmandade de labradores,  pequenos comerciantes do povo, o senhor Secretario do concelho, pequenos caciques e  representantes daquel  poder político. Era também habitual a companhia dos  curas de Baltar e Tixos ou incluso da Boulhosa, catro ou cinco gardacivis, algúm ricote de qualquer povo da contorna que de  vez em quando  acercambam-se e se deixavam ver pola capital; incluso algum viaxante de comercio de Ourense ou Xinzo que gostava também de deixar-se ver. Aquele café do Pepinho no verão, principalmente, era o pulmão e coração da vida social de Baltar, onde como vulgarmente se diz se cozia o bacalhau. A estrada principal pasava diante justo dele e a sua ubicação no centro  mesmo daba-lhe um ar de pazo presidêncial que atraia a olhada de qualquer viaxeiro que por alí passava. Eu, alí andava abeirado a uma esquina e quase invisível complacia  a minha curiosidade amplamente, pois naquelas longas partidas de verão a élite social e mais ociosa  gostava  partilhar comentarios varios, brincadeiras, murmurações, em fim tudo mergulhado com risadas,  gargalhadas, café e uns copos de aguardente ou para quem puder uma de brandy. Algumas vezes quando o tema era um bocado embaraçoso, algúm olhava para mim e baixa-va o tom de voz, um pouco, especialmente se havia um comentario picante no sexo ou alguma murmuração que  aquele mocoso de nove anos  podía andar a contar por ahí adiante. Convencidos, na maioria das vezes de que o rapaz não se enteirava eles seguíam  à sua a latricar daquí e dacolá. 

     Houve neses dias muito palavreo, moitos fala-baratos  dados a lábia, embora pouca sustancia nova e interesante quitava eu de tales palavreos. Ou seja todos pareciam saberem coisas aliás  ninguém na realidad sabia nada. Nem na casa, nem no café, nem na rua tirara eu informações completas e verosímeis sobre o caso.  O final fiquei co  relato simples é oficial da rua o  que andava de boca em boca.   Um homem (ou dous diziam alguns) veu duma das aldeias próximas de Portugal de Semdim ou Padornelo.Chegou de  noite e apostado com uma escopeta ou uma pistola no combarro que está na outra beira da rua a  a cem metros da porta da entrada principal da casa , disparou sobre a cabeça do chofer quando estaba justo a abrir a porta da casa depois de virem  ele e a familia de passear e cear fora da casa. O motivo umas dividas por contrabando que un fornecedor português,   que viviria em Semdim ou Padornelos, não conseguia cobrar. Algúns diziam que eran seguro  dous, outros diziam que não era todo tão claro como parecia que  aquí devía haver misterio. Outros, conhecedores do mundo do contrabando, atestigavam que numca ouviram falar do Carlos relacionado co nenhum tipo de comercio proibido.

      A verdade, hoje podia pensar-se que  eu era  uma criança, aliás eu poso dizer que tinha mais cabeça do que qualquer adulto naquela altura me podia supor. A minha situação de insignificante menino de aldeia, rueiro indiscreto e inquieto, permitia-me escutar tanta variedade de ditos e falas e o mais interesante era poder partilhâ-la e comentâ-la coa rapaziada que sim dava valor o que lhes contaba o tempo que ademiravam tão suibstanciosa informação, isso sim um poco  adubada  de exagero e um algo de fantasia.A informação também era poder daquela.  

      

     Mas voltando as minhas pesquisas só dizer que naquela semana o relato popular não mudou. O capitám que junto com um cabo ajudante  vieram de Madrid seguía alí. Era já quinta feira ou xoves, o assasinato fora um luns a noitinha e já na terça feira de tarde no solpor estava em Baltar. Leva dous dias já aquí e o seu coche anda bulindo dum lado para o outro, faz-se moito visível. Eu mesmo o  vim fazer  unhas caminhadas cruzando o povo pola Aldeia de Abaixo tirando por Casaldeite em direção a Penagudo em  direção a serra por onde diziam ou todos supunham era o caminho de ida e volta seguido por os dous  portuguêses. O caminho mais provavel era que seguise o  río até chegar a Rousia ( um antigo povo em ruinas na beira da serra) e dende alí seguir por carrouchos e corredoiras de contrabandistas e gandeiros que vão cruzar a fronteira e já uma vez chegados alí deixarem-se cair pra Semdim, Padornelo ou Padroso. E se o ou os assasinos não eram de nenhum dos povos que abrange o concelho de Montealegre?. E se chegarem a fronteira se desolocarem de carro  até eu que sei qualquer lugar de Portugal que não tiver nada a ver coa zona dos povos citados?. Seja como for estou seguro que o capitám investigador estava a dilucidar todos estes meus supostos e algum mais. 

      Um outro lugar clásico para tirar informação eram os sentadoiros  de pedra cinzenta e milenaria que estão diante do estanco do senhor Luciano. O estanco era também pequena taberna e a central de teléfonos do povo. Estava abeirado o café do Pepinho, o lado da grande janela da que já falei.  O senhor Luciano,  que fora garda civil,  regentava  este complexo negócio pelo que circulava a diario uma boa massa de gente.  O dono era um bom conversador e gostava, como se de um espião amigável se tratase, de saber as primícias noticiosas de todo tipo que por alí e arredores se dessem.Ninguém estava melhor informado que o senhor Luciano do estanco, iso sem dúvida nenhuma. Alí na sombra duma daquelas tardes quentes vi sentados o senhor Luciano e a dom Calixto, cura párroco da Boulhosa o povo com mais população do concelho,  já perto da fronteira e zona de bons contrabandistas. Eu fui acercando-me cum meio colubrear, sem acercarme moito mas o suficinte pra escutar alguma cousa. Eles estavam a rematar uma conversa que falava da monarquía e a quem Franco faría herdeiro e mais do carlismo, cousa que eu não comprendia, evidentemente. Já num momento o senhor Luciano foi a pescuda de  informação, e interrogou a dom Calixto sobre o tema que andava em boca de todos. Dom Calixto coa confiança que lhe dava o seu interlocutor, estendeu-se em conjeturas, informações e suposições. 

Faladoiro (lugar no que se murmura)

 HAY VECES QUE LOS FOTOGRÁFOS JUEGAN CON NOSOTROS. Esta imagen de Pedro Sánchez y Yolanda Díaz,podía dar todo tipo de comentarios políticos y no-políticos. Sólo es una foto captada hábilmente desde un ángulo perfecto. 

     

El Gobierno saca adelante el decreto de medidas anticrisis por la guerra con los votos de Bildu y sin el apoyo de PP y ERC

      Se dudaba de si el  Gobierno  saldría derrotado en la presentación de estas medidas económicas urgentes y necesarias ante la crisis sobrevenida de la guera. Pues bien, hemos estado una vez más atónitos a como los partidos políticos juegan más a vencer en lo que sea al adversario, a mezclar churras con merinas al justificar su negativa ante el enfado de las escuchas etc. sin darnos una razón congruente de que lo importante en este momento es apoyar al ejecutivo que es el que tiene en su mano el poder manejar el erario público en aras de paliar las necesidades e impulsar la economía. 

     Es un dejá vu, que tiene como antecedente  la votación de la  Reforma laboral y que esta vez hemos recibido la buena sorpresa del apoyo de Bildu y del BNG, pudiendo salvar la votación. No entendemos al PP, que con una abstención hubiera quedado bien explicando a su electorado que lo importante es la gente. No entendemos al ERC que como socio del Gobierno le ha pesado más el regate corto sobre un tema que se está debatiendo y su lucha con Junts. Lo de este partido, Junts, ya es una deriva evidente de derribo, un sin sentido. De la Cup nada se puede esperar, excepto el narcisismo patente de sus dos diputados. 

      A continuación, un twet de Enric Juliana en la que muestra su incisivo análisis de la oportunidad que tenía Feijoo de dar un salto cualitativo  a su política de Estado de la que  tanto presume. Como siempre genial Juliana, va un poco más allá y cree que a través de Margarita Robles se tendrían puentes PP-PSOE, y hacer caer la legislatura, pensando en el futuro. Vox está ahí al lado, y parece que su opción tiene fuerza.

 

            otro conocido analista en twiter da un aldabonazo a BILDU: