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martes, 12 de julio de 2022

Das Laxas a Outeiro de Linhos. Povo que lavas no rio.

 


      O nosso rio nasce na beira norte  do Larouco. No que chamamos o monte da Rousia. Exactamente havería que tirar regueiro acima até chegar o pequeno planalto, onde se decidiu que alí remata Espanha e a Galiza e começa Portugal e O Barroso. Desde iste  planalto, é conhecido coo a raia, sai a nascença de dous rios. Para o Leste galego vai o Limia, para o Oeste galego do Barroso, portugês,  o Cávado. Como se de dous irmaus separados o nascer se tratase. Eles são como a metáfora da historia. Um mesmo territorio, um mesmo povo, uma mesma lingua, galega,  que a historia vai separar em duas, o galego e o português. Eles  fazem o seu percurso de costas viradas até chegarem o mar onde os dous desafogam tudo o  que arrastraram pelos caminhos adiante. Um, o Cavado,  só português o outro o Lima,  mistura-se de galego e de português. 

     Haverá quem diga que estou errado que o Limia não nasce aquí, que iste não é mais ca um afluente que se junta o autêntico Limia que nace nos montes cercanos a Sarreaus. Deixem que digam, o Limia é este que eu lhe estou a ensinar.Não é momento de debate quer acredite quer não venha a percorrer e a recordar, faça um pequeno esforço e acredite, pois é a verdade, ainda que não seja a oficial.

      O Cávado dalí a pouco receve augas das beiras dos montes de  Padroso e Padornelo e xa em Montealegre é um rio cheio de força e caudal que ira deixando  atrás Montealegre pola banda do noroeste, vai  val abaixo entre amieiros e choupeiras descansando em barragens varios. Acolhera o Geres e o Caldo lá na barragem da Canicada  abaixo do Gerés  e cada vez mais cheio continuara até o mar pra vazr a sua auga na vial de Esposende.  

     O Limia ainda e mais metafórico co destinho histórico. Pois é o  irmau que no seu percurso da uma reviravolta em Faramontaos e vai-se em direção a Portugal.  Nasce e percorre a Galiza, dende Baltar  baixa até a Limia, recebe as augas do Faramontaos,  pela sua direita do rio que algúns por erro chamam Limia e pasará por Ginzo, Bande e entra lá por o Lindoso  em terras portuguesas.  Alí ouvirá  que muda o seu nome um pouco e passa a chamar-se Lima. Segue o seu percurso de río grande e moi  elegante e senhorial percorre Pnte da Barca,   Ponte da Lima até  chegar o grande estuario que faz em Viana do Castelo onde chega canso, manso e largo.

     


          Este nosso Limia, foi o rio da minha infância. Vinha cheio de auga todo o ano, rico en troitas e peixes, no verão era o nosso recreio de nado no lugar chamado das insuas.  onde facia um remanso na chaira do Caneiro. 

      O lugar das Laxas foi o primeiro contato con río. Alí ia coa minha mãe quando ia lavar a roupa, especialmente no verão levava a roupa mais grande da casa pra lavar, e tendeê-la o sôl entre os penedos aquecidos pelo sôl. Um clareo, secado e depois o sôlpor recolhê-la. Nas Laxas corria a auga mansa, o río ia cheio e baixava calmo. Os peixes andavam à solta, estavam por toda parte mesmo se metiam diante das lavandeiras. Alí nas Laxas eu corrim, xoguei e desfrutei daquela paisagem tão verde e delicada. O prado da Lavandeira mesmo enfrente so seu monte no meio sempre me asombrava pela sua longura e verde  perenne. 

      Baixando  um pouco mais río em baixo a seguinte parada e Outeiro de LInhos. Havia mulheres que iam alí lavar. Era mais recolhido tinha uma ponte que cruzava o rio que comunicava o povo coas faldas do Larouco. O outeiro ficava as costas do río e estava seco e moi iluminado  todo o día. Era um pouco mais agreste que as Laxas e pra lavar parecia que não tinha tão bom lugar. A tradição marca que aquí foi o lugar do tratamento ou onde se lavava  linho uma vez colheitado. Aquel outeiro amplo leva precisamente o nome de outeiro de linhos por eso, ou também poderia ser por ser um lugar ou zona de cultivo do linho, pois é moi soleado e tem o frescor do río. Numca soupe com certeza o que a tradição queria dizer, 

      Mais  río abaixo chegamos o Caneiro, lugar lindo de castanhos, remanso do río, uma ponte antiga de pedra que cruza o río e zona de recreio e recolhida de augas de varios regatos e regatas que baixam da Serra. Um pouco mais adiante o lugar Das Insuas. Este lugar o río vira de repente a esquerda e fai baixada no terreo e colhe força pra marchar o pra baixo com impulso como que no solta numa cheia. Este era um sitio emblemático pra infância e juventude, pois era o lugar de banho e de pandilhas de rapazes no verão. 

      Tudo isto são recordos dum amigo que esmoreceu. O río hoje no verão apenas é regueirinho humilde com aquel potente e cantarim río da minha infância. As augas dos montes já não chegam todas em baixo pra outros aproveitamentos, corre pra baixo menos auga  porque os caneiros e os regatos estão escondidos entre uma inmensa matugueira que por vezes não deixa a auga correr  com força pra fazer um río como antes. Seja como for moi encanto quedou perdido e pra moitos hoje desconhecido do que foi este Limia da minha infância. 

miércoles, 17 de febrero de 2021

Entroido 2021. Saudades da Limia.

  

Iste ano, as ruas de Xinzo estão baleiras, o ruido do entroido limiau fica no recordo, embora sempre há quem nos tira o recordo para que a semente entroideira não esmoreça. No ano que vem a troula sera sonada, pois os de Xinzo levam o entroido dentro, é de seu.