lunes, 18 de septiembre de 2017

Cataluña. La ruptura moral ente la sociedad catalana y la sociedad española.

Sobre Cataluña.   Suso de Toro.


"Vivimos dentro de unas generaciones  y dentro de la historia y, al mismo tiempo, LA HISTORIA SE NOS METE DENTRO INADVERTIDAMENTE. La crisis que vive el Reino de España, como consecuencia del "procés" catalán es uno de esos trances históricos que nos afectan a todos".

    Inicio  de reflexión   de Suso de Toro sobre la situación  catalana.

La foto corresponde al cuadro el COMPROMISO DE CASPE, de Salvador Viniegra año 1891, depositado en el Círculo de Bellas Artes de Madrid.
         El compromiso de Caspe del año 1412, recuerda la reunión de los representas de Valencia, Aragón y Cataluña, componentes del Reino de Aragón, para elegir al Sucesor de Martín I, rey que murió sin descendencia. Con el compromiso de Caspe terminan las luchas internas de poder en el Reino entre las tres zonas políticas que lo componen.
       El Candidato Catalán   el Conde de Urgel, el candidato de la casa de Anjou y Fernando de Antequera, príncipe castellano  de la dinastía Trastámara, todos con derechos sucesorios . Después de luchas varias y enfrentamientos y el veto del candidato catalán por parte del arzobispo de Zaragoza se  acuerda nombrar a FERNANDO DE ANTEQUERA, príncipe castellano de la casa Trastámara como nuevo rey.
      SE INICIA  así la unión de la misma dinastía en Castilla y Aragón. El hijo de Fernando de Antequera, FERNANDO EL CATÓLICO  se casará con Isabel de Castilla, trastámara también, uniendo las dos coronas en matrimonio.



sábado, 16 de septiembre de 2017

Nosotros contra ellos, a propósito de Cataluña

 


      ( Duelo a garrotazos de Francisco de Goya)


NOSOTROS CONTRA ELLOS.     
    (fonte)
   Artículo sobe Evolución y neurociencia, que puede ilustrar desde  como es la profundidad humana a la hora de encarar y solucionar un conflicto de comunidades y de  convivencia política. Conocer que somos una bomba en potencia, pero que también tenemos soluciones.

Formar grupos obteniendo un confort visceral y orgullo de los compañeros familiares, y defender al grupo entusiásticamente contra los rivales, están entre los universales absolutos de la naturaleza humana y por tanto de la cultura.

- Edward O. Wilson

 

 

 

En definitiva, a medida que nuestro sentido del yo y del “Nosotros” al que pertenecemos, se desarrolla, se difumina el de “Ellos”. El amor y cooperación con los nuestros parece llevar unido la distancia y el desprecio de los que no son como nosotros. Ellos/Nosotros, Cooperación/Conflicto son dos caras de la misma moneda. Y las más pequeñas e intrascendentes diferencias van a ser capaces de disparar ese reflejo de nuestra mente.

 

Desgraciadamente es mucho más fácil enfrentar a la gente que unirla. 

 

Pero, por lo que sabemos hasta ahora, existe por lo menos una solución al problema, que es la que encontraron en Robbers Cave: trabajar juntos por un objetivo común. Es también la que encontraron Kurzban y Cosmides y Tooby para superar las diferencias de raza.  

 

Cataluña.

Cataluña


viernes, 1 de septiembre de 2017

Sem papas na lingua. Como entender a maneira direta dos holandeses



      Um país onde se tu perguntas, que tal estás, un Ok. é o mesmo que dizer estou  maravilhoso, muito bem. Se tu perguntares  vas ouvir em linguagem direto , talvez incluso grosserias. Não é grosseiro, se calhar, é diferente. E a maneira direta de expressar-se os holandeses. 
(fonte)

Resultado de imagem para fotos de holanda en primavera


Em minha primeira entrevista de trabalho na Holanda meu futuro chefe me pergunta “você já experimentou o homem holandês?”. Arregalei os olhos e pensei “socorro, estou na empresa certa?”, mas como uma lady, só consegui dizer: “sorry?”. Foi quando ele entendeu como a frase tinha soado em inglês, viu as outras entrevistadoras rindo e me pediu milhões de desculpas. O que ele realmente queria dizer era se eu já tinha experimentado um homem holandês sendo muito direto comigo, como eu tinha me sentido e se estava preparada para lidar com essa cultura. Ufa! Enfim, quebrou qualquer gelo que podia estar no ambiente.
Foi aí que comecei a pensar que sim, eu já tinha passado por isso. Não da mesma forma que uma guia turística de Amsterdam, que perguntou ao namorado se achava que ela estava um pouco gorda e ele prontamente disse que “sim”. Não contente, ao olhar a expressão dela de “sério mesmo?”, ele complementou “ah, mas se é algo que te incomoda porque você não começa a ir na academia?”
Eu tenho alguns exemplos: um amigo veio me questionar se meu pai aprovava o tamanho do vestido que eu estava usando; em outro caso, um outro colega me disse que minha pergunta era óbvia demais,  e já teve até uma pessoa que comentou que o queijo que eu estava comendo era muito fedido. Essas coisas nem me abalaram.
O ponto é, sabe aquele estereótipo dos europeus que diz que eles são mais diretos que nós, latinos? Então, aqui é “na lata” sem “papas na língua”, afinal, se você perguntou eles partem do pressuposto que você quer saber a verdade, não é mesmo?
Em um país que nem a vendedora da loja fala “nossa essa roupa caiu muito bem” precisamos de um tempinho para explicar como entender essa cultura.
Regra número um: se você não está preparado para ouvir a verdade, não pergunte. Simples assim, porque você irá ouvir. A questão é, nós não estamos acostumados com respostas honestas logo de cara. No Brasil, se você quer dizer algo ruim ou não tão agradável a alguém, primeiro você fica dias pensando em casa na melhor maneira de dizer. Você escolhe até o lugar e talvez um agrado para levar para a pessoa não ficar chateada.
Finalmente, você decide marcar o encontro e diz o que estava pensando, mas de uma forma tão elaborada e dando tantas voltas que você não tem certeza se conseguiu passar a mensagem que queria. Isso soa familiar? Não seria mais fácil simplesmente falar o que estamos pensando?

Regra número dois: saiba separar sinceridade de grosseria. É claro que nem todos os holandeses são simplesmente honestos, alguns são de fato grosseiros. Mas, o importante é saber interpretar as diferenças e estar aberto a isso. Uma maneira de avaliar é a relação que você tem com a pessoa. Se vocês estão tendo uma conversa tranquila e de repente você escuta uma frase que te parece totalmente grosseira, preste atenção na pessoa e veja a reação dela, dá para perceber que é a maneira natural de falar. Seja atento à isso e aos poucos você vai acostumando e sabendo interpretar os sinais.
Regra número três: não é errado dizer que não gostou, que não se sente bem, que não quer fazer algo. Você pode dizer “não” sem ofender alguém. Por um momento você pode pensar “Até parece!! Essa aí pirou”, mas na verdade o que você deveria estar pensando é “Calma, você quer dizer que se eu não quiser sair, eu não preciso inventar uma desculpa para explicar porque não vou pra pessoa não ficar chateada? Ou se eu não gostar
de alguma comida eu posso simplesmente dizer que não gostei?” Isso mesmo! E sabe do melhor? É totalmente normal! Claro que você não vai dizer “é, de fato, essa comida estava péssima”, mas vocês entenderam.

Regra número quatro: não julgue na primeira vez. Esse comportamento direto é totalmente novo para nós e isso pode nos levar a fazer pré-julgamentos. Dê uma chance para entender a pessoa, ver como ela se porta e aí realmente julgar se de fato o jeito de falar dessa pessoa te incomoda. E sabe do que mais? Se a resposta for “sim, me incomoda”, não leve desaforo para casa. A melhor maneira de resolver os problemas é conversando e tem coisa melhor que uma conversa honesta e sincera em que você pode expor todas as suas opiniões e se entender de uma vez por todas?
“Ok, eu entendi. As pessoas são sinceras, isso dói, eu tenho que aceitar e pronto?”. Não se desespere, agora vem a regra de ouro: você não é obrigado a gostar dessa maneira de ser, mas precisa saber que aqui é assim que funciona. E, sabendo disso, você vai conseguir transitar pelos ambientes, conversar com pessoas e não se estressar por coisas pequenas com muito mais facilidade. Os seus olhos cansam de se arregalar o tempo todo e depois de um tempo vira tão normal que você responde “ok”. Ah, essa é outra coisa.
Aqui se você pergunta se uma pessoa está bem, não espere ouvir “nossa, estou maravilhosa, sucesso absoluto, que dia!”. Se a pessoa está muito bem ela diz “estou ok”.
Como sobreviver a essa resposta? Hoje em dia no meu vocabulário “ok” significa “demais”. Isso faz meu coração mais feliz.
Tenha sempre em mente: não é pessoal, é só diferente!

jueves, 27 de julio de 2017

Antonio Lobo Antunes. Verdades como punhos.

Claro que há aqueles malucos como Picasso ou Miró e necessitamos de os ter no Zoológico do nosso espírito embora entreguemos o nosso dinheiro a imbecis oportunistas a que chamamos gestores. E, claro, os gestores gastam mais do que gerem, com o seu português horrível e a sua habilidade de vendedores ambulantes: Porquê? Porque nos sossegam. Salazar sossegava

A escritora Gertrude Stein insistia com os jovens escritores americanos de quem era protectora, Hemingway, Fitzgerald, tantos outros, da importância que teria para eles viverem em Paris. A sua explicação era simples:
– Não é tanto o que Paris dá
(insistia ela)
é o que Paris não tira. Esta frase traz-me sempre à ideia a pergunta que Alexandre Dumas
(gosto de Alexandre Dumas)
faz no seu diário:
“Porque motivo há tantas crianças inteligentes e tantos adultos estúpidos?”
Fica a reflectir acerca disto durante uns parágrafos e acaba por concluir que só pode ser um problema de educação. Por exemplo os desenhos das crianças em geral são magníficos, os dos adultos, excepto no caso de serem artistas de talento, uma bodega. Claro que é um problema de educação: uma criança criativa é herética e subversiva
(até rima, olha)
e claro que isso assusta os professores que exigem dos alunos uma normalização que conduz inevitavelmente à mediocridade que tanto tranquiliza os pais. Queremos que os filhos tenham vidinhas, sejam tristemente independentes, consigam um bom casamento, uma, tanto quanto possível, boa casa, um ordenado simpático, filhos bem educados. Claro que admitimos Gauguin ou Mozart desde que não façam parte da família. Em geral as famílias defendem-se criando um maluquinho. Todas têm aquilo que consideram o maluco da família e, quando o maluco, por qualquer motivo, deixa de o ser, apressam-se a arranjar outro antes que a estrutura se desagregue. Não há nada que assuste mais as pessoas do que a criatividade, nada que as apavore mais do que a diferença. A sociedade necessita de medíocres que não ponham em questão os princípios fundamentais e eles aí estão: dirigem os países, as grandes empresas, os ministérios, etc. Eu oiço-os falar e pasmo não haver praticamente um único líder que não seja pateta, um único discurso que não seja um rol de lugares comuns. Mas os que giram em torno deles não são melhores. Desconhecemos até os nossos grandes homens: quem leu Camões por exemplo? Quase ninguém. Quem sabe alguma coisa sobre Afonso de Albuquerque? Mas todos os dias há paleios cretinos acerca de futebol em quase todos os canais. Porque não é perigoso. Porque tranquiliza. Os programas de televisão são quase sempre miseráveis mas é vital que sejam miseráveis. E queremos que as nossas crianças se tornem adultos miseráveis também, o que para as pessoas em geral significa responsáveis. Reparem, por exemplo, em Churchill. Quando tudo estava normal, pacífico, calmo, não o queriam como governante. Nas situações extremas, quando era necessário um homem corajoso, lúcido, clarividente, imaginativo, iam a correr buscá-lo. Os homens excepcionais servem apenas para situações excepcionais, pois são os únicos capazes de as resolverem. Desaparece a situação excepcional e prescindimos deles. Gostamos dos idiotas porque não nos colocam em causa. Quanto às pessoas de alto nível a sociedade descobriu uma forma espantosa de as neutralizar: adoptou-as. Fez de Garrett e Camilo viscondes, como a Inglaterra adoptou Dickens. E pronto, ei-los na ordem, com alguns desvios que a gente perdoa porque são assim meio esquisitos, sabes como ele é, coitado, mas, apesar disso, tem qualidades. Temos medo do novo, do diferente, do que incomoda o sossego. A criatividade foi sempre uma ameaça tremenda: e então entronizamos meios-artistas, meios-cientistas, meios-escritores. Claro que há aqueles malucos como Picasso ou Miró e necessitamos de os ter no Zoológico do nosso espírito embora entreguemos o nosso dinheiro a imbecis oportunistas a que chamamos gestores. E, claro, os gestores gastam mais do que gerem, com o seu português horrível e a sua habilidade de vendedores ambulantes: Porquê? Porque nos sossegam. Salazar sossegava. De Gaulle, goste-se dele ou não, inquietava. Eu faria um único teste aos políticos, aos administradores, a essa gentinha. Um teste ao seu sentido de humor. Apontem-me um que o tenha. Um só. Uma criatura sem humor é um ser horrível. Os judeus dizem: os homens falam, Deus ri. E, lendo o que as pessoas dizem, ri-se de certeza às gargalhadas. E daí não sei. Voltando à pergunta de Dumas
– Porque é que há tantas crianças inteligentes e tantos adultos estúpidos?
não tenho a certeza de ser um problema de educação que mais não seja porque os educadores, coitados, não sabem distinguir entre ensino, aprendizagem e educação. A minha resposta a esta questão é outra. Há muitas crianças inteligentes e muitos adultos estúpidos porque matámos o máximo de crianças que perdemos quando elas começaram a crescer. Por inveja, claro. Mas, sobretudo, por medo.
    (colado da revista Visão).