viernes, 30 de septiembre de 2022

Entrevista a Jorge Mendes.

         O Jorge Mendes que cito , como ele bem di  no seu  perfil do twitter, não é o exitoso contratador de futebolistas. Não, este não tem tanta fama social, é um  cidadão de Portugal que mora em Lisboa e tem lá uma vida. Vidinha que  desconheço. Então quem é, e de quem vem sendo  e de que,  ou porqué,   o conheço?. 

       Resposta. Um fulano de tantos que anda no twitter. Embora no twiter andam moitos. Este dialoga, fala, ensina e divulga todo quanto pode sobre o idioma galego, o português, a Galiza, Portugal, mas não em por sim senão na su relação, e mistura cultural e histórica. Como se de um militante duma nova Gallaecia este minhoto de Guimarães sente o idioma e a cultura galega como uma ponla mais dum tronco nascido da mesma raíz.

     Assim que o twitter,  o que nalguma vez me referi no blogue,  como uma tasca virtual, tem moitas cousas boas. Moitas mais das que parecem. Só e questão de termos sorte e acertar nas escolhas das amizades. Separar moito a palha do grão, e nem olhar nem fazer caso a esterqueira verbal e a moita vacuidade.  Pode um  envolver-se um com gentes que só aportam insultos e mesquinheces, embora há muita gentinha bem interessante. Como di o dito engenhoso e retranqueiro  que anda pelas redes, por topar gentes interessantes e boas e o porque pagou eu o internet. Por gentes como esta, pois, sim vale a pena andar dando voltas pelo twitter. É questão de andar só em boas companhias e fazer as escolhas oportunas. Então ja não falamos de tasca, cando as cousas são assim podemos falar, tal vez, de  ágora  cultural,  ateneu, liceu para o  debate inteletual. 

       Mendes é uma das boas companhias do twitter e a sua companhia é uma boa escolha.

      Jorge Mendes,  na sua atividade no twiter,  reporta, quase em exclusiva,  opiniões positivas e agarimosas para o galego e a sua relação íntima com o português. É um  português,como poucos,  amante do galego,  dos seus problemas,  e da Galiza . As suas aportações são sempre ilustrativas, rigurosas, educadas e carinhosas para galegos e portugueses. Dos seus textos sempre se desprende um desejo para  recuperarmos galegos e portugueses o tempo perdido. Moitos anos de costas viradas as nosas linguas passarom de ser uma "linguagem" comúm para entender-se numa entidade cultural e política formada na velha Gallaecia a crecerem  separadas e afastadas dez séculos. Sempre é moi gratificante encontrar cada vez mais portugueses cos brazos abertos a reconhecer o valor do galego e o papel de galegos do norte e galegos além minho, os portugueses de hoje.

      Moitos cremos e defendemos  a géneses comúm. E para nós galegos com uma lingua deturpada e debilitada, cremos,  como pensa J. M., que a moita da salvação do galego fica  junguida o contato com o português. A grafia,  chamada por aquí lusa ou reintegracionista, a leitura e o contato com o português só  nos pode enriquecer e ajudar-nos a internacionalizar o nosso idioma neste mundo global e virtual. As nossas palavras vão desaparecendo mas sempre ficam guardadas lá na outra margem. Menos mal que nos queda Portugal.

      Daquí traslado esta entrevista no PGL, que transcreve a opinião do entrevistado sob o  idioma e mais cousas.

     Entrevista a Jorge Mendes. 

lunes, 12 de septiembre de 2022

Notas de historia. O conde de andeiro um galego na corte portuguesa.

 fonte: 

 mini_2.Exilio 

Recreación do asasinato de Xoán Andeiro a mans do mestre de Avís, futuro rei de Portugal.Óleo de 1860 de José de Sousa custodiado no Museo Nacional de Soares dos Reis de Porto. 

 https://www.nosdiario.gal/articulo/memoria/exilio-galego-do-seculo-xiv/20190424213728078574.html

O proceso de incorporación subordinada de Galiza ao espazo castelán só foi posíbel mediante o emprego da violencia. A morte en Sarria en 1230 do rei galego Afonso VIII, cuxo reinado se caracterizou por un aberto enfrontamento con Castela, abriu a porta a anexión do país polo seu fillo Fernando III após violentar os dereitos da súas irmás dona Dulce e dona Sancha, designadas polo pai para sucedelas no trono e que representaban os intereses da nobreza galega e dun emerxente sector mercantil.

A defensa dunha Galiza arredada de Castela, unida a Portugal, hexemónica no espazo ibérico e ligada aos pobos atlánticos mobilizarán o país contra o reis alleos ao longo do século XIII, primeiro en defensa dos dereitos das herdeiras lexítimas personificadas nas fillas de Afonso VIII e posteriormente na proclamación como rei de Galiza do fillo de Afonso X, Xoán I. A proposta programática defendida polo partido galego durante ese períodoserá retomada á volta do século XIV polos núcleos reitores da nosa sociedade dirixidos de xeito indiscutíbel por Fernán Ruiz de Castro.

A revolución galega do século XIV exemplifica a aposta das nosas clases dirixentes por seguir desenvolvendo as potencialidades nacionais do país fronte ao hexemonismo castelán que tentaba anulalas. Non foi a defensa da lexitimidade de Pedro I contra o seu irmán Henrique o elemento central que dinamizou a protesta galega a partir de 1366, senón o convencemento de que o primeiro representaba os intereses da maioría social galega.

A propia continuidade da rebelión galega durante practicamente vinte anos após a morte do monarca é unha proba definitiva sobre as motivacións reais dun movemento que respondía a vontade de tronzar a dependencia do país dunha Castela hexemónica na área peninsular que aspira a reforzar o seu dominio mediante a conquista dos outros reinos. Os sucesos da segunda metade do século XIV son a expresión dun movemento de carácter nacional popular que se alonga desde 1357 até 1386 con diversos protagonistas e liderados e que só pode ser derrotada pola acción violenta de forzas alleas a Galiza.

A revolta galega só puido ser destruída pola represión. A partir da derrota en 1371 do exército galego comandado por Fernán Ruiz de Castro en Porto de Bois lévanse adiante unha serie de actuacións, sumarias e brutais, dos exércitos casteláns de Pedro Sarmiento e de Manrique contra as zonas centrais da resistencia, como Tui,Lugo ou a Ribeira Sacra, ao tempo que se procede á ocupación de numerosas localidades de importancia económica e estratéxica, empregando forzas de carácter mercenario. 

 

Video, historia de Portugal de Hermano Saravia.   Ambientación da época sobre a  existência do conde Andeiro, consorte da rainha Leonor Tellez de Meneses. 


 

viernes, 9 de septiembre de 2022

A proximidade entre o português e o galego é um segredo bem guardado em Portugal − e mais ainda no Brasil.

 No dia em que o Brasil faz 200 anos, falamos sobre o português de cá e de lá (e ainda damos um saltinho à origem da língua).

Marco Neves, no "Certas Palavras" . 

     Mais uma vez, não podemos deixar de colar um texto sobre a língua  galega, visto tão acertadamente, como sempre, por M.N.

 

9. De regresso à origem: o galego

Regressemos, agora, à origem. Também sentimos a estranheza da proximidade quando encontramos textos galegos. Reparemos nas primeiras palavras do livro Ela, maldita alma, de Manuel Rivas:

Aquela primavera chegara axiña e en demasía. Á hora do café, pola fiestra que daba á horta, Chemín mirou a festa de páxaros na vella maceira florida.

Um português que não conheça o galego fica baralhado. Neste caso, a expectativa da maioria dos falantes vai no sentido de encontrar diferenças. Assim, a proximidade que existe é surpreendente: a língua dos galegos não parece tão distante da nossa como pensávamos. A proximidade é suficiente para querermos corrigir o acento em «á»… A proximidade entre o português e o galego é um segredo bem guardado em Portugal − e mais ainda no Brasil.

O galego partilha com o português várias características: os artigos definidos, a queda do «n» e do «l» em certas posições, os diminutivos − e muito, muito mais. Quando a nossa fronteira norte foi estabelecida, há tantos e tantos séculos, o material linguístico de um lado e do outro era muito semelhante. Depois da criação de Portugal, a linguagem das ruas transformou-se, a sul, na língua oficial do reino, com gramáticas, norma, uso na Corte − isto, claro, ao fim de alguns séculos, que o processo não foi nada rápido.

A norte do Minho, as pessoas continuaram a falar o que sempre falaram − mas, depois do florescimento literário medieval de que todos ouvimos falar na escola na forma das Cantigas de Amigo, a língua ficou nas ruas, com pouco uso escrito e formal.

Só no século xix, o galego renasce como língua literária − mas note-se que nunca morreu. Esteve apenas a ser usado no lugar onde as línguas nascem, se desenvolvem e morrem: nas bocas dos falantes. Uma larguíssima maioria de galegos sempre usou o galego como a sua língua do dia-a-dia. Se aterrássemos numa rua galega do século xix, seria difícil ouvirmos conversas entre galegos em castelhano.

Quanto ao uso oficial do galego, só o encontramos no final do século xx − precisamente quando o uso real, na rua, começou a diminuir. Hoje, o galego é uma das línguas oficiais da Galiza − mas já é usado por uma minoria da população.

Existem duas normas: o galego reintegracionista − defendido por quem usa a proximidade linguística para reintegrar o galego no mundo da língua portuguesa − e o galego oficial, ensinado nas escolas, usado nos meios de comunicação social e em muitos livros e que encontramos nas placas da estrada quando vamos à Galiza. Este galego oficial usa «ñ» e «ll» (e muitos «x»), enquanto o reintegracionista usa «nh» e «lh» (e o «j»/«g» onde a versão oficial usa o «x»). Mesmo dentro de cada campo, há variações, mas não vale a pena falar delas agora.

10. Uma questão de proximidade

Para tentar mostrar de forma um pouco mais visual a relação entre o português e o galego, uso novamente as pirâmides.

Figura 3 − Pirâmides ligadas pela base

O desenho é uma simplificação, claro. Mas o que quero dizer com ele é que há uma maior proximidade entre as formas populares e informais do que entre as normas. Se a proximidade das normas brasileira e portuguesa nos podem levar a pensar que a língua das ruas está mais próxima do que realmente está, no caso do galego, acontece o contrário: se olharmos para as normas, ficamos convencidos de que estão mais distantes do que realmente estão. É fácil encontrar palavras nos dicionários galegos que são palavras populares em Portugal.

Sublinho a proximidade que existe entre o português de Portugal e o português do Brasil − mas também entre o português e o galego. Uma proximidade que convive bem com as nossas antigas e desejadas separações políticas. Afinal, somos um país antiquíssimo − para quê ter medo do que nos aproxima de outros povos?