miércoles, 4 de noviembre de 2020

Recomendanme que vexa isto: BORGEN . Serie danesa sobre a política danesa que pode ser a política de cualquer país.

 No ASPIRINAB, meu blog histórico, xa  de culto, encontrei-me con esta recomendación que  por fortuna repon  a Netflix. As razons que Valupi me suxire, expostas no texto que segue, seduzenme para adicarlle un tempo. É iste um xénero que me fai disfrutar alén de mellores e piores logros. Non vin "The west wigins" que fica como asignatura  pendente , si vin House of Cards e fiquei maravillado da serie. As recomendacions de Valupi son ordes, e a pesquisa por miña parte  das cousas interesantes que el lanza a blogosfera sempre enriquecen a nosa vidiña. Esta noticia chega en regular momento, pois ando lento últimamente para as series,  sentado diante do ecrá. E ainda pior, porque ando con traballos atrasados no tema, pois  ando os poucos a lidiar  con Versalles; un documental sobre Trump que está no momento quente de velo; a ponto de rematar Outlander, que parece que nunca acaba nunca, como acostuma a pasar con algunhas series. Por acima estou recen comenzado a ver  Knigtfall, unha de templarios, santo grial e loitas medievais, tema que tamén me apaixona. Pois bem, ainda tudo iso, acho que e bon momento para recomenzar e mergullarme nas profundidades dunha boa história política,  que, tal como dice Valupi, é moi real.

      Seguiremos informando.

E há muitas razões mais para ver esta excelente série pela primeira vez. Pese a semelhança temática, não será justo comparar Borgen com The West Wing, esse diamante de Aaron Sorkin que pertence ao panteão da TV. Nesta, a escrita intrincada e na esgalha, sempre a correr o risco de cair numa exibição vaidosa, espalha uma sofisticação e densidade que não têm qualquer paralelo com a escrita de Adam Price e sua equipa de argumentistas. A opção dinamarquesa é pelo registo não só realista, o que é duvidoso que seja o caso americano dado o seu artifício idealista, como pedagógico (a resvalar para o ingénuo?). Se fosse preciso concluir uma formação universitária em Direito, Ciência Política, História ou Filosofia para entrar a fundo no universo de Josiah Bartlet e Toby Ziegler, em ordem a nos sentirmos à-vontade no universo de Birgitte Nyborg e Kasper Juul basta estar em vias de concluir o secundário. Ao mesmo tempo, Borgen retrata fielmente as lógicas, dinâmicas, rituais e acidentes que ligam políticos e jornalistas num frenesim imparável de aproximações e separações, alianças e batalhas. E tudo isto, notavelmente, sem cair no melodrama nem procurar fazer humor.

Para mim, e não estarei só nessa experiência, o mais admirável na visão de Adam Price é ter conseguido mostrar a democracia a funcionar na perfeição sem ter cedido meio milímetro ao cinismo e ao tribalismo. As personagens são profundas quanto baste, o elenco é credível e envolvente, e há um arco narrativo que faz da decência o valor mais importante para o estadista. Um estadista que se vê a falhar como os outros, pois é humano, mas que é salvo pelo afecto e pelo idealismo de terceiros – da comunidade, portanto. Esse estadista modelo germinou na cabeça do autor da série e conheceu a luz no corpo e arte de uma actriz fabulosa, Sidse Babett Knudsen. Ela consegue o feito de vencer o estigma que penaliza as mulheres na política ao criar uma personagem cuja autoridade de líder é verosímil e inspiradora. Ficamos a sonhar com o milagre de vermos a Birgitte a saltar do ecrã e a meter-se a caminho do parlamento mais próximo. Afinal, a sua (e nossa) segunda casa.

 

   Mais información o respecto, niste caso de La Vanguardia.

Netflix resucita ‘Borgen’, una de las mejores series de todos los tiempos

 

lunes, 2 de noviembre de 2020

La Clave. El marxismo. 1979

EL CAFÉ EN PORTUGAL

 

En Portugal hay muchos tipos de café y todos riquísimos. Los lusos toman café a todas horas: CAFÉ para desayunar, CAFÉ para después de comer, CAFÉ para merendar, CAFÉ para después de cenar, CAFÉ para ver un partido de fútbol, CAFÉ en una tertulia de amigos, CAFÉ para... En ocasiones, el café cambia de nombre dependiendo de la zona del país y además igual que en España, si se tiene en cuenta el tamaño; si es sólo, con más leche, menos leche..., también varía su terminología. Es conveniente que se sepa cómo pedirlo. -CAFÉ Si se pide un "café" en Portugal, servirán un café sólo, sin leche, servido en una taza pequeñita. Este café es conocido como BICA en la zona de Lisboa y CIMBALINO en la zona de Porto. -CAFÉ CHEIO/CAFÉ CURTO Un "cheio" se trata de un café expreso más suave, la taza se llena hasta arriba con suficiente agua para suavizarlo. Y un "curto", es un café más concentrado. -ABATANADO Si se desea un café sólo, pero menos intenso que la " bica" o el "cimbalino", se debe pedir un "abatanado". (Suele llevar también una gotita de leche, para cortar la acidez del café). -PINGADO Consiste en un café con un poco de leche, o como dicen los portugueses, con leche "em pingos" (con unas gotas). Este café es a lo que los españoles llamamos un "cortado". El GAROTO (en el Sur) o PINGO (en el Norte) es como un pingado pero con la espuma de la leche.

-MEIA DE LEITE
Café con leche servido en una taza pequeña, similar a nuestro "café con leche".
-DESCAFEINADO
Si queremos que sea un descafeinado con leche, debemos pedir "meia de leite de descafeinado", de lo contrario, nos servirán un café sólo descafeinado.
-GALÃO
También es un café con leche, pero servido en un vaso grande de cristal y con una cuchara alta.
-CARIOCA
Es un café más suave y con más agua.
-ESCALDADO
No es un tipo de café, sino una manera de servir el café, ya que se trata de café en una taza previamente calentada.
-CAFÉ COM CHEIRINHO
El "cheirinho" (olorcito) proviene de un aguardiente que se le echa a este café. Este tipo de café con un toque de alcohol puede tomarse como digestivo.
 
  apanhado do facebook, grupo comer en Portugal. 

Notas soltas. Velhos escritos, ideas eternas.

 


Faz dez anos,

escrevia eu coisas assim, que achei por un acaso hoje refolhando ou mais bem clicando em arquivos. Bulia a cabeçinha  por fazer ou escrever cousas. Só podo dizer que o meu galego-português,  na altura andava recebendo  aulas, era melhor que  hoje e que a inquietude que daquela tinha, madurou e  calhou neste blogue. Que faz dez anos a importância dos blogues na rede era mais importante do que é agora, e eu sou um bom testemunho disso.  Ainda que o nome  do blogue que se albiscava, parece que não concorda com este,  pois , mais tarde como alustro de día de tormenta apareceu "À rompida do día". Contento co nome do blogue e o seu conteudo, sempre moi melhorável, até de agora  foi pra mim uma maneira de tentar fala, contar ou  exprimir  o que passa ou do que gosto. En resumo tentar partilhar inquedanças e  fazer  que o meu tempo seja, um  bocadinho , um tempo contado.

Como projecto dum blog, achei hoje, antes de levantarme da cama quando ja acordara e o sonho era sobrante. É e quando melhor tambem tenho algunas ideias, e abofé que naquele momento até semelham fáceis de fazer. 

Pois bom,  as boas ideias, sempre  parecem fáceis de fazer quando estamos na cama,  ainda cos miolos brandos e  descansados. O zume das ideias, pula por sair e movimentar a besta para que  esta començe a jornada com ideias  para fazer, com coisas que podam cambiar o mundo. Eis assim é a  vida feita esperança.Bendito seja que o pensamento descorra por estes mundos  assim. Que tristura não seria,  acordar e dizer : que é o que eu  posso fazer hoje,  não sou capaz de fazer nada, estou numa solidão mental e numa depressão  fonda. Quanto melhor é sentirmos pular a sangue mentras poidamos; termos  sonhos,  e esperança de que algo novo estara a chegar. Tudo ajuda e faz-nos viver. Loubado seja deus e os seus anjos e toda a corte celestial se  podem botar uma mãocinha. 

 

Um dia destes de  manhã, ontem para sermos exactos, achei que porque não tratar de eu  têr o meu blog. Depois de ser diario leitor de varios porque não labrar a propia leira.  O Terreiro está  ermo, há que decruar uma terra dura, as eixadas estão preparadas. Embora, pensei eu para mim que  não vai ser um caminho fácil, caro amigo. As eixadas querem braços  a bater no chão para romper os terrões e esmiola-los para fazer terra peneirada e solta que  como mãe nutricia reciva e agarime as sementes que hão de dar fruto para a primavera ou talvez o verão.

Um blog acho que pode ser  como uma seara  para a trabalhar. como o labrego que  trabalha no  dia a dia. Assim devería ser , sem duvida. Será mais doado andar coa constancia do pedreiro a colocar  a pedra pequena na parede. Este  trabalho de artesano é sempre o trabalho que fica no tempo. Bem aplicado está aquó o  dito de que auga  mole em pedra dura tanto da até que fura. Eis a solução e a questão de tantas e tantas coisas.

  E asim dialogavam os meus "eus".

O meu primeiro eu: 

-  E então como chamarias o tal  bloque?

-E como quiseres que fora?, quem quiseres que te acompanhara, ou que tu intentaras que te acompanhara  cos seus comentarios ?.

- Vai ser de adoração o propietario ou mais bem vai ser para solaz de tudo o pessoal que por cá quiser passar ?

O meu segundo eu:

- Pois vou dizer-te que , 

-Primeiro tenho lido muitos e bons blogs e alguns não permetem comentarios. Outros permetem mas não tenhem comentadores. Outros são muito intimistas .Hai-nos também de temas muito especificos.

-A min gostariame fosse aberto, como um abano de posibilidades para que o pessoal pudesse participar. Estaria escrito en galego-português, ainda que também animaria e possibilitaria o galego normativo, e também o castelhano, e o  português padrão . Melhor dito,  seria  uma mistura ou melhor uma caldeira idiomática,  ora essa.

O meu primeiro eu :   

-Muito interessante a ideia, embora, não achas que ainda que tu não queiras  o persoal  vai vir quer queiras quer não?. Andam á solta pela rede paxarinhos que   na sua procura de acubilho  podem fazer, dando uma olhada,  um descanso  no  teu blog. Podem ser pombas masinhas a olhar ou bandadas de pardais que andam a procura de regueifa e ficam moi ledos o encontrar  andurinhas a quem se pode dar tralha e malhar em brando. Esta especie existe na rede, mas esta especie tampouco é para desprezar, pois, por vezes animam  e estimulam um blogue. Além deste persoaal,  isso sim nesse blogue,  tambem é importante o partilharem pessoas  que aportem ideias e fundamentos. Embora só viver dos regueifeiros é muito perigoso, pois o mais provável que aconteça e que o blogue se converta  numa esterqueira barata dum  galinheiro. Assim se compreende o porqué de muitos blogueiros não deixarem fazer caixas de comentarios.  

O meu segundo eu:

-Sim, mas acho que não me preocupa, preferiría ter muita regueifa e visitantes que ser a sacristía da capela. Para isso a  temática seria aberta a tudo, social, espiritual, lingua, política, dizeres, e dicas que  xurdam cada día. Tudo sería possivel. O aspirinaB seria um modelo a seguir.

 -O blog chamariase dende o alto do larouco.

-O título terá que vêr com que nele participariam galegos, e portugueses a ser possivel.O dende darialhe o toque galego idiomáticamente.

-O título explicariase numa entradinha  do blog e seria mais ou menos assim.

Dende o alto do Larouco vê-se o mundo inteiro. Tu vês e o mundo não te vê. Se olhas para o norde estaras a ver Baltar e o seu concelho, até Cobas, penalonga, os penedos da rainha loba, a aldeia perdida da Roussia, o limia indo manso pelo Vale de Baltar até Garabelos. Para o oeste olhase Montalegre,Portugal, a barragem de pitoes, os montes do Barroso, vilar de perdizes. O sur onde nasce e quenta o sol, o val de Verin, e os pobos da beira do larouco, São Millão, Videferre, Soutelinho da raia, Cambedo; olhando para o leste, os montes de Serra de Meda, e ainda mais lá Manzaneda e a Limia.

Olhase todo o mundo.

 E por isto que a xuntanza niste blog gosto que seja um convivio. Dende  este alto que tem o mundo  por debaixo, viemos  para falar,  ascendemos  até aquí para contarmos o que queiramos  animado pelo  silenço e a força que em nos deixa o deus  Larouco. O Larouco e galego e português, foi celta, suevo, romano, só galego. Ele viu pasar a historia mas ficou sempre nobre, ergueito e nutricio de auga e lenha e pasto para quem quiser. Ele fica aquí dende sempre e não mudou ndda. Ele é a testemunha   de todos nós. Por isso dende aquí, ascendermos e com boa caminhata  para chegarmos a fazer deste lugar uma cimeira  de união, uma palestra  para falarmos e misturar as nossas linguas  comuns.

Para chegareso  o alto do Larouco, não é doado. Não queremos que suba de carro, podes ascender de caminhada, pelos caminhos de terra que tambem podem ser transitados na bicicleta. Que quer isto dizer. Para amar a montanha há que ascender abraçado a ela,  Vè-la e o tempo tocá-la, ir devagarinho, de paseninho, parar alguma vez e olhar para o fundo, cada vez o vale olhase duma forma diferente, o rio fica mais pequeno, as ribeiras estão cheas de vidos, amieiros e xestais, mais verdes que o resto da montanha, o ceu ja parece tocar o alto do Larouco a onde ei de chegar.

No alto , na veiga, há uma grande planura, um humedal, pelo que há vacas dum e do outro lado, alí é bom juntar-se os homens, para falar , so para escoitar,e o que quadrar nesta cerimonia da vida. 

Tudo parece uma metáfora  da construção dum projecto blogueiro.  

 A foto corresponde o   Vértice geodésico do lugar mais alto do Larouco.

 

domingo, 1 de noviembre de 2020

Qual é a origem de «obrigado»?

         Sempre aprendendo de MARCO NEVES, achei interessante sabermos porque os portugueses dizem "obrigado, obrigada".

 

 

 Obrigado» vem do particípio passado do verbo latino «obligō». Este, se escavarmos um pouco, veio da raiz indo-europeia «*leyǵ-», que significaria ligar – e, diga-se, o verbo português «ligar» tem a mesmíssima origem indo-europeia.

Isto é interessante, não tenho dúvidas, mas mais interessante será ver que esta viagem não explica a origem da nossa fórmula de agradecimento. Afinal, a origem que descrevi acima é a mesmíssima origem da palavra «obligado» do castelhano – e um espanhol nunca diz «obligado» para agradecer seja o que for.

«Obrigado», na verdade, são duas palavras (pelo menos).

Temos a forma «obrigado», particípio passado do verbo «obrigar», que às vezes se disfarça de adjectivo. Este «obrigado» aparece em frases como «Fui obrigado a abrir a porta.» ou «Eu sou obrigado a virar à esquerda naquele cruzamento.». É uma palavra com vários usos e tem origem no latim. Corresponde, sem grandes discrepâncias, ao «obligado» castelhano.

Mas, depois, temos o nosso amigo e conhecido «obrigado» como fórmula de agradecimento. Muitas línguas têm uma interjeição com este significado:

  • inglês: «thanks»
  • francês: «merci»
  • castelhano: «gracias»
  • alemão: «danke»
  • japonês: «arigatō»
  • português: «obrigado»

E podíamos continuar por aí fora… Algumas das palavras acima têm variantes, mas estas são as mais comuns.

A origem de cada uma destas fórmulas é distinta. O «thanks» inglês terá origem na expressão «thanks to you», ou seja, «graças a si», o que será parecido ao percurso que levou às fórmulas castelhana e alemã. Já o «merci» francês teve outra origem, semelhante à origem da nossa expressão «Vossa Mercê», o que nos leva a concluir que o «merci» francês e o «você» português têm uma origem comum. Já a palavra japonesa parece lembrar a palavra portuguesa. Haverá alguma relação? Já lá chegamos.

A interjeição portuguesa «obrigado» surgiu a partir de expressões mais complexas, como eram as fórmulas finais nas cartas, tais como «Muito Venerador» e «Obrigado a Vossa Mercê». Com o tempo, aquele «obrigado», que tinha a tal origem latina muito antiga, começou a deixar para trás – sem o perder por completo – o sentido original de obrigação e passou a ser usado como fórmula fixa. Ou seja, a forma verbal tornou-se a interjeição de agradecimento típica da língua portuguesa. Digamos que a palavra decidiu saltar de categoria – e reinventar-se. No entanto, a palavra anterior («obrigado» como forma verbal) não desapareceu. Na verdade, dividiu-se em duas palavras…

Agora, o ponto mais interessante: esta reinvenção da palavra é muito mais recente do que pensamos. Só no século XIX começamos a ver surgir nos nossos textos o «obrigado» com o sentido de agradecimento que lhe damos hoje. Imagino que, na oralidade, o uso seja um pouco mais antigo. Mas tudo indica que Camões não dizia «obrigado!» quando alguém lhe dava alguma coisa…

Que consequências tem isto? Para começar, deita por terra a teoria de que a palavra tem uma ligação profunda à alma portuguesa, como já cheguei a ouvir por aí – estas teorias que ligam esta ou aquela característica linguística ao carácter nacional são sempre muito suspeitas. Depois, torna a ideia de que o «arigatō» japonês teve origem no «obrigado» português num belo anacronismo. É engraçada, mas não parece possível. Há outras palavras de origem portuguesa no japonês, mas os japoneses já diziam «arigatō» antes de nós dizermos «obrigado» com o mesmo sentido.

Como agradeciam os portugueses antes desta transformação tão recente? Há outras expressões de cortesia na língua: «agradecido»; «bem haja»; «grato» … A certa altura, as tais fórmulas pomposas das cartas começaram a desbastar-se e daí surgiu mais uma fórmula de cortesia: o nosso conhecido «obrigado». Esta nova interjeição acabou por se espalhar de tal maneira que, hoje, ultrapassa as fórmulas mais antigas – é o nosso agradecimento típico e uma das primeiras palavras que um estrangeiro aprende quando começa a falar português. Não era assim há 300 anos.

Como sempre, a língua continua a moldar a palavra e a reinventá-la. Já não temos só o «obrigado», mas também o «muito obrigado» ou o «obrigadíssimo» – e ainda o levemente irónico «obrigadinho».

Há ainda um pormenor curioso. A forma verbal «obrigado» varia em género e número. Uma mulher dirá «estou obrigada a cumprir a regra» e um grupo dirá «estamos obrigados a realizar a tarefa». Ora, quando a forma verbal se transformou numa interjeição de agradecimento, seria de esperar que ganhasse as características das interjeições. Uma delas é esta: uma interjeição não varia em género e número. Por esta lógica, o «obrigado», quando é interjeição, deveria ser sempre «obrigado» e nunca «obrigada» ou «obrigados». No entanto, como vestígio da história que contei, a interjeição continua a variar na boca de muitos falantes — mas só em género. Assim, um homem tende a dizer «obrigado!» e uma mulher a dizer «obrigada!». Já a variação em número quase desapareceu: se um grupo disser «obrigados pela atenção!», a expressão será vista como errada (ou pelo menos estranha) por uma grande parte dos falantes, que nunca estranhariam a forma verbal «estamos agradecidos pela atenção», precisamente porque o nosso cérebro de falantes não trata «agradecidos» como interjeição, mas sim como forma verbal. «Obrigado», no fundo, mantém algumas características da antiga forma verbal de onde surgiu — mas não todas. A língua tem razões que a razão desconhece.

Dou por terminada esta pequena viagem à origem da palavra «obrigado». Mas não me vou embora sem dizer: obrigado por ter lido esta crónica!

Começa a semana com isto: ITACA


 

Imaxe 

Morreu Sean Connery o actor por excelência.

                        Noventa anos, 

 Ithaca by C.P.Cavafy (with Sean Connery & Vangelis)

Aproveitando o recital do poema  Itaca de Constantino Cavafis,  na voz  de  Sean Connery, calha que escutemos en castelhano uma magnífica versão de J. M. Pou.

O lembrar ITACA, sempre me vem o recordo a Itaca,  dum cantante fabuloso como é Lluis Llach. Sempre gostei da sua musicalização da Itaca en catalão. A oportunidade que começou co Sean Connery acaba por levar-nos a Llach. Tudos eles, Connery, Pou, LLach,  fizeram a sua maneira,  e com muito proveito humano,  a seu viagem  ou travessia a Itaca. 

 

El poema Ítaca pareciera estar dirigido al héroe Odiseo durante su regreso a casa (el camino del héroe que simbólicamente transitamos durante nuestra vida), pero en su precioso y universal lenguaje nos habla a todos por igual, y nos obsequia gentilmente un consejo que pareciera simple pero que frecuentemente obviamos. Inmersos en una vida de prisas, de recompensas fáciles e instantáneas, es común olvidar que el camino, pensado también como cualquier clase de proceso, no solamente es lo que más puede enseñarnos, sino también lo más disfrutable. Ítaca “no tiene ya nada que darte”, asegura el poeta nacido en Alejandría, por eso es mejor llegar ahí viejo, habiendo vivido aventuras y experiencias.

Todos queremos volver a casa, a Ítaca, avistar desde el mar la isla en la que crecimos, volver a ver a la mujer que amamos y que nos espera hace tantos años. Por esta razón, la legendaria isla griega —hogar de Odiseo, Penélope y Telémaco— es la metáfora perfecta del propósito de la vida, de eso que nunca dejaremos de perseguir.

Las Ítacas pueden ser, entonces, casi cualquier cosa: podrían representar el proceso para lograr una meta o para recuperar algo que hemos perdido, incluso, podrían simbolizar el acto de transitar por la vida de principio a fin, para finalmente volver al origen. En un poema iluminador y sólo aparentemente sencillo, el poeta griego Constantino Cavafis habla sobre la importancia de disfrutar el camino hacia nuestra propia Ítaca (cualquiera que ésta sea), pues el viaje es mucho más delicioso que la llegada al destino final.

Los Cíclopes, los Lestrigones y la fiereza del dios Poseidón no aparecerán en tu camino si mantienes un “pensamiento elevado”, asegura Cavafis; los peligros sólo surgirán si los llevas dentro, si tu alma los pone frente a ti. Con estas palabras, el poeta nos recuerda que en muchas ocasiones son nuestros propios demonios los que nos estorban en el proceso hacia alcanzar lo que deseamos (de ahí la importancia de convertirlos en aliados).

El pequeño y deslumbrante consejo contenido en el poema de Cavafis, uno con enormes implicaciones ontológicas, bien podría llevarse a los procesos más sencillos y cotidianos de nuestra vida con resultados sorprendentes e iluminadores; una práctica de esta naturaleza, como filosofía de vida, también podría relacionarse de manera profunda con la meditación, con el trabajo de mantener nuestra mente en el tiempo presente.

 

 

jueves, 29 de octubre de 2020

TRUMP UM SONHO AMERICANO.

Siri ha estado mostrando un pene como foto de Donald Trump por la Wiki

Para um europeu, ver o documentário Trump: Um Sonho Americano consegue o feito de explicar tudo a seu respeito e de tudo tornar ainda mais misterioso a respeito da América. Porque se descobre que o homem já era exactamente assim, um arrogante e megalómano vendedor de feira, logo nos anos 80. O substancial não mudou nos últimos quase 50 anos. Intensificou-se, encheu-se de televisão, e atingiu o zénite na campanha eleitoral de 2016 para a Casa Branca – em que o vimos a destruir o Partido Republicano e os seus símbolos vivos, algo que considero muito mais impressionante do que depois ter vencido Hillary Clinton. Como é que este pavão vácuo e patologicamente narcísico, incapaz de servir a comunidade, pode congregar o voto de alguém que se respeite a si próprio? A resposta é que pode porque os processos cognitivos dependem da construção da identidade, esta a gerar afectividades que moldam os processos cognitivos. Simplificando, quem tiranete ama doce papá lhe parece.

Biden esteve ainda melhor do que no primeiro debate, e pareceu ainda mais frágil e mais gago. A um ponto tal que nos podemos questionar se, paradoxalmente, o que o desqualifica como líder forte na comunicação social – a falta de carisma, o centralismo e a postura friável – não poderá funcionar como fonte de atracção tal o contraste com a voracidade caótica e irresponsável de Trump.

Se Trump voltar a ganhar passarei a acreditar, sem um bit de dúvida, que o nosso é mesmo um Universo criado num computador. No computador de um cruel puto de 12 anos.

   Fonte.  blog aspirina b. 

Palavras iguais, datas diferentes, motivos similares, países diferentes.

No ano 1975,em Portugal depois da queda da dictadura pechase o campo de concentração do Tarrafal, criado por Salazar no ano 1936. Uma manifestação nesse ano  percorre Lisboa  para reclamar e ordenar  que "nunca mais" ninguém tenha que voltar a um lugar assim.

MANIFESTACIÓN HISTÓRICA EN GALICIA TRAS LA CATÁSTROFE DEL PRESTIGE       No ano 2002 con motivo do afundimento do petroleiro  Prestige,  criouse na Galiza a plataforma social e reivindicante   "nunca mais",  que além de os protestos contra a calamidade ambiental do Prestige serviu para manter uma permanente reivindicação contra outros desastres ecológicos que se padeceriam  na Galiza.

viernes, 2 de octubre de 2020

Pongamos que hablamos, de pandemias, en Madrid.

 




Elisa de la Nuez en el blog  "Hay Derecho", nos traza con claridad la situación jurídica decretada por el Gobierno después de oido el Consejo Interterritorial. Madrid no está por lo visto de acuerdo. Sólo un apunte en París con una ratio de afectados 200 por 100.000 habitantes se han  decretado medidas de control y restricción de movimientos con estado de alarma vigente. Aquí el problema está  considerar que son muchos 500 afectados por 100.000 habitantes para tomar medidas como las que pretende el Ministerio de Sanidad. 

      Pasen y vean, esto es maravilloso, empieza la función. Que pena señor. Si uno fuera mal pensado  concluiría que a alguien le interesa agitar el fuego de la confrontación, mientras calienta una receta mágica contra el virus. De ahí la ilustración de esa lareira galega con sus potes .

Esta es la pregunta que nos hacemos la mayoría de los ciudadanos al menos los de Madrid de cara a este fin de semana. Y la pregunta desde luego tiene su miga. ¿Cómo es posible que no lo sepamos a estas alturas con un mínimo de certeza?

Pues básicamente porque sigue el esperpento de la lucha política partidista a costa de nuestra salud -por no ponernos trágicos y hablar de nuestras vidas- con declaraciones y contradeclaraciones de los Hunos y los Otros. Mientras tanto, quizás más que en lo que dicen hay que hacerse en lo que hacen nuestros gobernantes, aunque cuesta a estas alturas darles ese nombre, porque si algo brilla por su ausencia en estos días es la gobernanza. Y lo que han hecho ha sido reunir al Consejo interterritorial de Salud, que constituido -según la web del Ministerio de Sanidad-en abril de 1987 está formado, según la Ley de Cohesión y Calidad del Sistema de Salud, por el Ministro de Sanidad y Consumo, y por los Consejeros competentes en materia de sanidad de las Comunidades Autónomas y Ciudades con Estatuto de Autonomía. Asisten además a las sesiones plenarias, con voz y sin voto, el Subsecretario de Sanidad y Consumo y el Director general de Ordenación Profesional, Cohesión del Sistema Nacional de Salud y Alta Inspección.

Esta había sido una petición, a mi juicio más que procedente, de algunas CCAA para intentar evitar los problemas puestos de manifiesto por ejemplo entre la Comunidad de Madrid y el Ministerio de Sanidad, incapaces de alcanzar un acuerdo sobre los indicadores (es decir, criterios técnicos y objetivos de tipo epidemiológico) determinantes para adoptar una serie de medidas restrictivas como las que estuvieron vigentes durante la desescalada. Se trataba en esta reunión por tanto de conseguir dos cosas: de adoptar criterios objetivos por consenso (lo que tiene toda la lógica en una pandemia que no entiende de territorios ni, aunque esto parece que nuestros políticos no lo entienden, de luchas partidistas) y con carácter previo, es decir, que no hay que discutirlos “a posteriori” de uno en uno, de manera que tanto si están ya en esa situación como si no lo están o no llegan a estarlo,  las CCAA consideran que son los indicadores que hay que tener en cuenta a la hora de adaptar las medidas de que se trate.

¿El resultado? Pues que no ha sido posible el consenso y varias CCAA, entre ellas Madrid, han votado en contra. Lo que no es óbice para que el acuerdo se haya considerado aprobado, al parecer.

Formalmente es importante destacar que este acuerdo no es una Orden Ministerial, como se oye decir, ni tampoco una resolución sin más de la Secretaría de Estado (lo único que hace la Secretaría de Estado es darle publicidad y transparencia al acuerdo limitándose a publicarlo. Es, en resumen, el resultado del consenso (o de su falta) alcanzado por la denominada Comisión interterritorial del Sistema Sanitario de Salud, todo ello al amparo de lo dispuesto en el art. 65 de la Ley de Cohesión y calidad del Sistema Nacional de Salud.

Establece dicho precepto que en su párrafo 1º que: “ La  declaración de actuaciones coordinadas en salud pública corresponderá al Ministerio de Sanidad y Consumo, previo acuerdo del Consejo Interterritorial del Sistema Nacional de Salud, con audiencia de las comunidades directamente afectadas, salvo en situaciones de urgente necesidad, en cuyo caso se tomarán las medidas que sean estrictamente necesarias y se le informará de manera inmediata de las medidas adoptadas.

  1. La declaración de actuaciones coordinadas obliga a todas las partes incluidas en ella y deberán encuadrarse en alguno de los supuestos siguientes:

1.o Responder a situaciones de especial riesgo o alarma para la salud pública.

2.o Dar cumplimiento a acuerdos internacionales así como a programas derivados de las exigencias de la normativa emanada de la Unión Europea, cuando su cumplimiento y desarrollo deba ser homogéneo en todo el Estado.”

Para la realización de las actuaciones coordinadas podrá acudirse, entre otros, a los siguientes mecanismos:

  1. a) Utilización común de instrumentos técnicos.
  2. b) Configuración de una Red de Laboratorios de Salud Pública.
  3. c) Definición de estándares mínimos en el análisis e intervención sobre problemas de salud.
  4. d) Coordinación de sistemas de información epidemiológica y de programas de promoción, protección de la salud, prevención y control de las enfermedades más prevalentes, cuando sus efectos trasciendan el ámbito autonómico.”

Por tanto, no cabe duda de que estamos ante este supuesto. Incidentalmente hay que señalar que por RD 21/2020 de 9 de junio (disposición final 2.2) se añadió un artículo 65 bis relacionado con la aportación de información al Ministerio de Sanidad en situaciones de emergencia para la salud pública.

lunes, 7 de septiembre de 2020

M. El hijo del siglo.

 Benito MussoliniImagen

Leyendo a   Antonio scurati en  M, el hijo del siglo, en que narra el nacimiento del fascismo en Italia y la  llegada al poder de Musolini,  a la vez que es una biografía novelada sobre el personaje. Nos da muchas claves, algunas para entender el porqué del fascismo en aquella época y  los populismos de hoy. 
      ¿Valdrá para  hoy también? ¿ o estaremos haciendo historicismo?. Las circunstancias no son las mismas y la revolución comunista y bolchevique hoy no está presente en el otro bando, no hay la violencia real que existía. Cierto, pero en un momento de la lectura, me encuentro con esto que viene a continuación y pienso que, no obstante hay comportamientos sociales que probablemente no cambien, si se dan algunas circunstancias que los propicien. 

    
     "En 1920, el fascio crece en Italia, a traves de : pequeños burgueses llenos de odio,clases medias desclasadas, a causa de las especulaciones bélicas del gran capital, oficialillos que no se resignan a perder el mando...chupatintas, que se sienten insultados, por los zapatos nuevos de la hija del campesino, aparceros que compraron un trozo de tierra...
   Todas buenas personas que han entrado en pánico, y lo ven todo con ansiedad.  Buena gente que en su fuero interno se estremece por un deseo incontrolable de sumisión a un hombre fuerte... y al mismo tiempo le permite un  dominio sobre los indefensos. Estarán dispuestos a besar la mano de cualquier patrono, siempre y cuando se les brinde también a ellos  a alguien a quién pisotear."