A polémica surgiu na política em Portugal por umas afirmações do Ministro dos negócios estrangeiros, Santos silva.
Homem forte do PS que governa na actualidade.
"Seria absurdo fazer interpretação literal das leis".
Pois bem, o contexto de tales afirmações, mais ou menos é o seguinte : depois de terem-se denunciados vários casos nos que familiares de políticos, tanto do governo como de certas autarquias, estavam a ocupar postos de gestão, nos quais foram nomeados por serem precisamente família de governantes do PS, e não pela sua capacidade.
Em Portugal há uma severa lei de incompatibilidades para que não se produzam estes factos. Mas a resposta do ministro e hilariante, sincera e cínica. Embora a reflexão interessante é para todos nos. Em qualquer âmbito da vida que relações temos com a lei?.
Aqui abaixo fica o link das declarações é opiniões de outros comentadores, ressalto o comentário do blog "Corta fitas",
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"Nós temos esta relação íntima com a lei, e por isso é nossa, o que quer dizer que depende do que cada um acha da lei. Santos Silva não inventou nada quando disse que era óbvio que a lei não podia ser aplicada literalmente, foi o porta-voz de um povo inteiro." É o mesmo que quando vulgarmente se diz que a lei esta para vestir o santo. O que quer dizer que o importante é dar uma aparência de legalidade mas todos sabemos que há leis que nunca se poderão cumprir. É aí uma hipocrisia terrível da nossa democracia. Recordemos a desgraçada frase dum deputado galego, faz anos, de apelido Castelao que disse que a "lei estava para ser violada" e acrescentou cheiinho de gloria que o mesmo que as mulheres. Teve de demitir-se pela segunda frase, embora nunca ninguém pensou que tinha que demitir-se pela primeira.
A tremenda inflação legislativa que padecemos tem muito que ver com esta avessa forma de pensar. Não se podem fazer normas, desde o âmbito do fogar, da escola, do quartel, do governo,etc. que realmente sejam difíceis de fazer cumprir. As normas devem ser poucas e claras, e além disso o mais importante é exigir o seu comprimento e fazer controle e vigilância das mesmas.
O dizer, ante um problema ou ante um facto destacado na opinião pública, que para resolver se faça uma lei, o que os governantes estão a pensar em primeiro lugar é de cobrirem-se as costas, e despois a realidade sera a que seja. O papel aguanta tudo. Mas no seu pensamento sabem que esta lei vai ser incrumprida quase em tudo excepto quando for necessario aplicar-lha a um qualquer ninguêm que é quando se pode dar a imagem de legalidae e estrito cumprimento .
Tristemente é o pensamento dominante. Que diria Kant de tudo isto.
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