BENTO DA CRUZ, é un escritor barrosä morto recente. Sempre ouvi falar dele e da sua fama. Embora mas por coisas que se vão adiando não lera ainda nada dele.
Acabei de ler o "lobo guerrilheiro", traduzido o galego. Gostei muito do livro, da forma da escrita, a linguagem e o ritmo de todo o romance.
O livro é fácil de ler. E para qualquer pessoa que goste o conheça o mundo rural galego ou ainda mais se é como o meu caso que seja arraiano compreende e sintoniza mais fácil com a transmisão da hestoria. E ainda mais se o arraiano o é da região portuguesa de Montealegre,Tourem, Boticas, Pitoes das Junas, Travassos etc. aliás e especialmente Sendim, Padroso e Padornelos, e nesta banda, na galega, Sampaio, Tosende, Rubías, Calvos, Randím, Boullosa, Baltar, Montecelo, Quintá, San Martiño. Cito todos estes topónimos e muitos mais da margem barrosã são citados no livro. Para quem conhece a zona e as suas gentes e não acostuma a vê-los reflectidos na literatura tem um valor ainda maior.
O protagonista é um garda fiscal destinado em Montealegre e destacado um tempo no posto de Tourem. Ele, o lobo, nasceu e vive e os seus origens e os da sua familia estão em Gostofrío , que é no lugar onde se desevolvem a maioria das historias. Através de Lobo o protagonista narra-se-nos a relação do Barroso com a guerrilha galega e a utilização desta zona como acubilho para evitar os fusilamentos dos perseguidos antifranquistas. Bento quer deixar pegada dos factos que ocurriram naquela altura tão tragica e na qual os republicanos andiveram, a fugirem e a ficarem entalados numa ratoeira emtre o estado Novo de Salazar e o franquismo que na Galiza dominava todo é aniquilava inimigos políticos até onde o foucinho so pudesse cheirar. O lobo namorase duma galega que faz parte da organiçação da guerrilha. Ela fica escondida e acolhida por uma familia na aldeia de Padroso . Consuelo, que assim se chama, era mestra na escola de Sampaio e que tem de fuxir por ser alvo da Falanxe e o novo orden legal que há da outra banda da fronteira. O autor vai relatando ações da guerilha galega especialmente do grupo de Juan das Casas dos Montes que mais duma vez entrara em alguma aldeia para vingar a morte dalgum companheiro guerrilheiro morlto por traição ou delação de algúm português. Bento é crítico com a garda fiscal do Régime de Salazar e a sua forma de atuar em alguns casos no que a autoridade permitía o uso da arma de fogo para cumprir os seus cometidos e que podíam matar sem serem juzgados por delitos ou responsabilidades. Bento deixa muitos ejemplos de traizos de portugueses à guerrilha no entanto a través do livro percebe-se que o geral foi o acubilho, a ajuda e a proteção dos fuxidos. Era o pobo o que como algo natural e generosamente ajudava os que precisavam. Reflicte o que se passa em qualquer sociedade que chega a estar dentro da situação. A visão de Bento a través do protagonista Lobo e uma mensagem de esperança, de positivismo na vida amte tamta negatividade na que toca viver naquel momento. Mostra-nos em Lobo o homem generoso, namorado, terno, o garda que sabe entender a situação, que se entemde cos galegos que sabe , como bom garda rural sem pretensions de medrar. Além diso é amigo de contrabandistas e gentes das aldeias.
Bento da-nos uma radiografìa do Montealegre politico da época de lutas emtre caciques, emtre conservadores e liberais e as suas influências na vida ordinaria. . Caciquismo que pasava sempre pelas maus das familias de sempre e que a política cambiava de mão emtre os ricos da vila, como em toda sociedade rural. Quer mostrar-nos um Barroso igoal em todo á fronteira galega, para iso utiliza um trecho do livro e glosa muito com muito agarimo a estancia de Lobo em Tourem e as suas subidas da Mourela e o recordo paera Pitões das Junas e a sua historia galega/portuguesa. Fez também uma olhada para o lado galego onde a través de Lobo e as suas amizades nas aldeias galegas quer darnos uma visão de como são as gentes da outra banda que a hestoria colocou a viver de costas viradas para os do outro lado da fronteira. Ele ve um povo trabalhador, atento, carinhoso mas diz ele triste.
A tradução o galego é optima e as vezes não se sabe se o livro esta escrito em galego ou em português.
Muito bom livro que me alegro de lê-lo e iniciar-me na leitura diste autor do que penso seguir a ler mais obras, por ser ele o literato das terras do Barroso.
Aquí fica um pequeno párrafo do livro,no que reflicte a olhada do protagonista por lugares bem conhecidos.
.Matina, matinando, levou de vencida grande parte da estesa chan da Mourela e ata agora sentíase exhausto. Sentouese num dolmen á beira do camiño. Tina en fronte a serra do XURES, bela e luminosa como unha catedral gótica. Nunca a vira así de tan preto e quedou moito tempo a ollar para ela en actitude de oración. Despois paseou os ollos en redor, por anchos horizontes de pastos onde centos de vacas rebuldaban, enterradas en herba ata a barriga. Admirouse de non exergar ningún pastor. Ao tempo ainda non sabia que as aldeas da marxe dereita do Cávado tanguem o gado para a serra na primavera e aló o deixan ceibe todo o verán e parte do outono. De día as vacas espráianse por montes e vales, pero á noite recóllenese en abrigadoiros ou curros ao ar libre, onde se deitan en círculo, coa cabeza para fóra, de maneira que forman unha barreira de cornos impenetrábel aos lobos.
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