lunes, 12 de abril de 2021

À rompida do día.

 

      Se eu  não chegar a rompida do día, acorda e vaite. Se todo corre bem à rompida do día sairemos  pra conquistar o mundo, como um día mais. Somos filhos da luz do dia. A noite é uma prenhada, uma grávida, que à rompida do dia, quando o sol chegar, paire-nos  a vida. Assim é  um dia, outro e mais outro.  

       Quando rompemos  o ciclo angustioso e vital, estamos na rareza; o nosso espirito nota ese truque  que quer enganar  a natureza, mas não é possível. Precisamos  tornar cada noite  a intimidade das tebras para  voltarmos  a ser paridos cada dia. Precisamos començarmos de novo cada dia.

      Lá,  pelo Leste quando o sol chegar, incorpora-se a vida e sentimos em nós a chegada da  rompida do día. Quando chegue pelo  Oeste o  pôr do sol, uma nostalgia, uma quietude,  achega-se a nós. Mergulhar-nos-emos neste manso solpor que nos acouga e nos invita a ficar  sozinhos. Nos paises, como Galiza, de longo  solpôr sentimos  a beleza da lentidão da sua posta, do seu lento e manso  percurso até  converter-se  tudo em noite. 

      Cada di quero nascer coa rompida do dia; deixar-me acarinhar coa solaina que  está a chegar do leste. Feble, achega-se pouco a pouco alumeando  na montanha. Dalí a pouco já penetra por toda parte, é anuncia  mais um día. À rompida do día, faça chuva, faça frío, ainda que anuncie nevoeiro , sempre o sol vai sair. Dizem que lá no inverno polar  que é día muito tempo, o sol  trabalha a turnos longos durante sesenta e tres días sem esconder-se. Cansado já volta a esconderse outros sesenta días no que deixa tudo escuro.

       A humanidade, durante séculos, pasmada ante o aparecer e esconder-se do  sol , adorou-no e viu-no como o auténtico Deus presente na vida dos homens e de toda a natureza. Foi  a verdadeira fé na que creerom todos os homens em todo tempo. As religioes trocarom o deus sol pelos seus deuses. Tudo o sentido panteista e religioso do homem girou arredor do sol. O deus das colheitas, das farturas, os solsticios  de  inverno, outono, primavera,  de verãao, eram  a obra do deus sol. As religioes olham para o leste; as igrexas estao orientadas para mirar o leste, os musulmanos rezam olhando o leste. Todos miran para o nascente, pra ver a saida do sol quando rompa o día coa noite.  Os paises do sol nascente são eles os que primeiro recevem o sol, como se fossem os donos desse privilégio.

      À rompida do dia varia em cada estação, em cada  hora e não é igual em todos os lugares. O sol vai chegando, e crescendo como um menino de oiro, e na sua evolução vai mostrando caras diferentes.   . Cada um destes períodos tenhem vida propria e as almas vam-se esmorecendo e adatando a este fluxo de vida.  A cada pouco aparescem novos seres que estão a romper no seu día, alguns muito cedo, outros ja quando o sol está  asentado e ja é seguro. Cada minuto aparesce uma nova limunaria que  vão fazendo  e transformando  ás faces, as sombras, as cidades, o campo, tudo se vai transformando pouco a pouco. A fotografía vai mudando a medida que o sol vai crescendo  e subindo.

      Boa sorte temos os que fazemos cada día uma nova rompida da vida. Ledos havemos de sentirnos.Agradeçamos o que somos.   Desfrutemos, com as ilusiões dum novo día, e fagamos felizes os que temos  o nosso arredor, deixemos as penas, as miserias, as merdalhadas para á noite. As tebras fão olvidar tudo, o día trai nova vida.

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