lunes, 8 de agosto de 2016

Paul McCartney & friends. Voçê só precisa de amor.

Beiras.



LA Voz de Galicia.    Artigo de Xosé luis Barreiro , na despedida de Beiras do Parlamento. 


Eloxio de Beiras, admirado e caro amigo

08 de agosto de 2016. Actualizado a las 05:00 h. 60
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A vida política de Beiras é un prodixio persoal e un exemplo -ou un patrimonio- colectivo. Persoal porque, tendo militado e liderado en forzas, frontes e movementos que parecían chamados ao fracaso, conseguiu chegar o primeiro a tódalas innovacións e amenceres xerados polos cambios sociais e tecnolóxicos e polas poutadas das crises periódicas e diversas que remexen o noso tempo. E patrimonio colectivo porque, á súa honradez e entrega sen tacha, e ao seu compromiso coa terra dos pais, xunguiu un liderado democrático e carismático, que nunca rachou coas normas da lexitimidade social e de partido, e que sempre deu a sensación de que, en vez de ir el tras do mundo, á procura de espazos anovados para as súas arelas, era o mundo o que lle viña ás mans, como se de verdade necesitase del e confiase nas súas sorprendentes e xeniais intuicións.

lunes, 25 de julio de 2016

martes, 5 de julio de 2016

Balada de Outono - Zeca Afonso


               Duas versões da bela canção do Zeca,  
   No coliseum de Lisboa no seu último concerto antes de morrer e o coro de Fiaes. 






viernes, 24 de junio de 2016

LISBOA. PALAVRAS PARA UMA CIDADE. JOSÉ SARAMAGO

 que hacer en lisboa   

Voltou a mim por acaso iste texto de José Saramago que fez um ano partilhei no facebook, é foi este senhor facebook.  quem me recordou o tal texto. 
      Na época da net, e da informação à solta, vale à pena repetir um texto ainda que seja de ano em ano, é bom relêr o bom ainda que tenhamos a sensação de que o que não é o último ja não tem valor. 
     Gosto imenso do texto de Saramago, amém do trecho en negrinha que eu coloquei por razões obvias para um galego, por a sua descrição tão agarimosa ( como diriamos na Galiza), de quem tem na sua cidade um referente existêncial que o jungue a historia e a todos os lisboetas que  fizeram pedra a pedra tão bonita cidade. 
      Lisboa tem um algo que namora, que o estar nela sintes como estar em algo familiar e conhecido. Lisboa olha de frente o forasterio e  tira para ele um doce sorriso. 
       Sempre é um gosto  lêr quaisquer  escrita de Saramago  esta é uma carta de amor. 
Barrios de Lisboa, Torre de Belém

Palavras para uma cidade
Mexendo nuns quantos papéis que já perderam a frescura da novidade, encontrei um artigo sobre Lisboa escrito há uns quantos anos, e, não me envergonho de confessá-lo, emocionei-me. Talvez porque não se trate realmente de um artigo, mas de uma carta de amor, de amor a Lisboa. Decidi então partilhá-la com os meus leitores e amigos tornando-a outra vez pública, agora na página infinita de internet e com ela inaugurar o meu espaço pessoal neste blog.Palavras para uma cidade  Tempo houve em que Lisboa não tinha esse nome. Chamavam-lhe Olisipo quando os Romanos ali chegaram, Olissibona quando a tomaram os Mouros, que logo deram em dizer Aschbouna, talvez porque não soubessem pronunciar a bárbara palavra. Quando, em 1147, depois de um cerco de três meses, os Mouros foram vencidos, o nome da cidade não mudou logo na hora seguinte: se aquele que iria ser o nosso primeiro rei enviou à família uma carta a anunciar o feito, o mais provável é que tenha escrito ao alto Aschbouna, 24 de Outubro, ou Olissibona, mas nunca Lisboa. Quando começou Lisboa a ser Lisboa de facto e de direito? Pelo menos alguns anos tiveram de passar antes que o novo nome nascesse, tal como para que os conquistadores Galegos começassem a tornar-se Portugueses…Estas miudezas históricas interessam pouco, dir-se-á, mas a mim interessar-me-ia muito, não só saber, mas ver, no exacto sentido da palavra, como veio mudando Lisboa desde aqueles dias. Se o cinema já existisse então, se os velhos cronistas fossem operadores de câmara, se as mil e uma mudanças por que Lisboa passou ao longo dos séculos tivessem sido registadas, poderíamos ver essa Lisboa de oito séculos crescer e mover-se como um ser vivo, como aquelas flores que a televisão nos mostra, abrindo-se em poucos segundos, desde o botão ainda fechado ao esplendor final das formas e das cores. Creio que amaria a essa Lisboa por cima de todas as cousas.Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. Memória que é a de um espaço e de um tempo, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro. Podemos navegar no mar do passado próximo graças à memória pessoal que conservou a lembrança das suas rotas, mas para navegar no mar do passado remoto teremos de usar as memórias que o tempo acumulou, as memórias de um espaço continuamente transformado, tão fugidio como o próprio tempo. Esse filme de Lisboa, comprimindo o tempo e expandindo o espaço, seria a memória perfeita da cidade.O que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são. O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar. Quando tive de recriar o espaço e o tempo de Lisboa onde Ricardo Reis viveria o seu último ano, sabia de antemão que não seriam coincidentes as duas noções do tempo e do lugar: a do adolescente tímido que fui, fechado na sua condição social, e a do poeta lúcido e genial que frequentava as mais altas regiões do espírito. A minha Lisboa foi sempre a dos bairros pobres, e quando, muito mais tarde, as circunstâncias me levaram a viver noutros ambientes, a memória que preferi guardar foi a da Lisboa dos meus primeiros anos, a Lisboa da gente de pouco ter e de muito sentir, ainda rural nos costumes e na compreensão do mundo.Talvez não seja possível falar de uma cidade sem citar umas quantas datas notáveis da sua existência histórica. Aqui, falando de Lisboa, foi mencionada uma só, a do seu começo português: não será particularmente grave o pecado de glorificação… Sê-lo-ia, sim, ceder àquela espécie de exaltação patriótica que, à falta de inimigos reais sobre que fazer cair o seu suposto poder, procura os estímulos fáceis da evocação retórica. As retóricas comemorativas, não sendo forçosamente um mal, comportam no entanto um sentimento de auto-complacência que leva a confundir as palavras com os actos, quando as não coloca no lugar que só a eles competiria.Naquele dia de Outubro, o então ainda mal iniciado Portugal deu um largo passo em frente, e tão firme foi ele que não voltou Lisboa a ser perdida. Mas não nos permitamos a napoleónica vaidade de exclamar: “Do alto daquele castelo oitocentos anos nos contemplam” – e aplaudir-nos depois uns aos outros por termos durado tanto… Pensemos antes que do sangue derramado por um e outro lados está feito o sangue que levamos nas veias, nós, os herdeiros desta cidade, filhos de cristãos e de mouros, de pretos e de judeus, de índios e de amarelos, enfim, de todas as raças e credos que se dizem bons, de todos os credos e raças a que chamam maus. Deixemos na irónica paz dos túmulos aquelas mentes transviadas que, num passado não distante, inventaram para os Portugueses um “dia da raça”, e reivindiquemos a magnífica mestiçagem, não apenas de sangues, mas sobretudo de culturas, que fundou Portugal e o fez durar até hoje.Lisboa tem-se transformado nos últimos anos, foi capaz de acordar na consciência dos seus cidadãos o renovo de forças que a arrancou do marasmo em que caíra. Em nome da modernização levantam-se muros de betão sobre as pedras antigas, transtornam-se os perfis das colinas, alteram-se os panoramas, modificam-se os ângulos de visão. Mas o espírito de Lisboa sobrevive, e é o espírito que faz eternas as cidades. Arrebatado por aquele louco amor e aquele divino entusiasmo que moram nos poetas, Camões escreveu um dia, falando de Lisboa: “…cidade que facilmente das outras é princesa”. Perdoemos-lhe o exagero. Basta que Lisboa seja simplesmente o que deve ser: culta, moderna, limpa, organizada – sem perder nada da sua alma. E se todas estas bondades acabarem por fazer dela uma rainha, pois que o seja. Na república que nós somos serão sempre bem-vindas rainhas assim.José Saramago
   Lisboa




viernes, 17 de junio de 2016

Como ser um fala-barato ou Cómo parecer inteligente en tu charla TEDx | Will Stephen

   O video parece chegar  o istrionismo e o exagero , mas non  é tanto , é mais real  ainda do  o que o seu autor cómicamente denuncia. . 
    Quanto indocumentado, cuentista, falabarato temos escoitado en conferencias e coloquios E que dizer de tertulias de televisão  ou radio, ou que artigos de  jornal não temos lido. Quanto  escrita de jornal  vácua alinhada  de corta e pega e de pura propaganda o servizo de quem paga.  Iso existe  e anda o nosso arredor.  
     No entanto a denuncia de Will Stephen  tem uma parte  positiva  e é a valorização que fazemos de quando ocurre o avesso do que ele está a narrar. Quando  na universidade, na televisão ou numa conferencia encontramos um mestre, um sabio, que comunica, ensina, sabe, fala coa auctoritas e co repouso de quem estudou, madurou, reflexionou. Quem é capaz de verter  como chuva miuda em riba de nós a sua sabiduria. E o  instante  de  sentirmos a grande felicidade  de desfrutar no  aprendizajem, no conhecemento que  sentimos chegar, do prazer de escutar, só escutar o mesmo tempo que consegue a nossa  adesão de espíritu as ideias que transmite. Um mestre  inza em nós o desejo de procurar mais informação de divulgar o escutado. Entãó  quando esto ocurre  damos grazas a vida  por ainda  haver quem tem o don da palavra e a honestidade intelectual de saber comunicar.