No ASPIRINAB, meu blog histórico, xa de culto, encontrei-me con esta recomendación que por fortuna repon a Netflix. As razons que Valupi me suxire, expostas no texto que segue, seduzenme para adicarlle un tempo. É iste um xénero que me fai disfrutar alén de mellores e piores logros. Non vin "The west wigins" que fica como asignatura pendente , si vin House of Cards e fiquei maravillado da serie. As recomendacions de Valupi son ordes, e a pesquisa por miña parte das cousas interesantes que el lanza a blogosfera sempre enriquecen a nosa vidiña. Esta noticia chega en regular momento, pois ando lento últimamente para as series, sentado diante do ecrá. E ainda pior, porque ando con traballos atrasados no tema, pois ando os poucos a lidiar con Versalles; un documental sobre Trump que está no momento quente de velo; a ponto de rematar Outlander, que parece que nunca acaba nunca, como acostuma a pasar con algunhas series. Por acima estou recen comenzado a ver Knigtfall, unha de templarios, santo grial e loitas medievais, tema que tamén me apaixona. Pois bem, ainda tudo iso, acho que e bon momento para recomenzar e mergullarme nas profundidades dunha boa história política, que, tal como dice Valupi, é moi real.
Seguiremos informando.
E há muitas razões mais para ver esta excelente série pela primeira vez. Pese a semelhança temática, não será justo comparar Borgen com The West Wing,
esse diamante de Aaron Sorkin que pertence ao panteão da TV. Nesta, a
escrita intrincada e na esgalha, sempre a correr o risco de cair numa
exibição vaidosa, espalha uma sofisticação e densidade que não têm
qualquer paralelo com a escrita de Adam Price e sua equipa de
argumentistas. A opção dinamarquesa é pelo registo não só realista, o
que é duvidoso que seja o caso americano dado o seu artifício idealista,
como pedagógico (a resvalar para o ingénuo?). Se fosse preciso concluir
uma formação universitária em Direito, Ciência Política, História ou
Filosofia para entrar a fundo no universo de Josiah Bartlet e Toby
Ziegler, em ordem a nos sentirmos à-vontade no universo de Birgitte
Nyborg e Kasper Juul basta estar em vias de concluir o secundário. Ao
mesmo tempo, Borgen retrata fielmente as lógicas, dinâmicas,
rituais e acidentes que ligam políticos e jornalistas num frenesim
imparável de aproximações e separações, alianças e batalhas. E tudo
isto, notavelmente, sem cair no melodrama nem procurar fazer humor.
Para mim, e não estarei só nessa
experiência, o mais admirável na visão de Adam Price é ter conseguido
mostrar a democracia a funcionar na perfeição sem ter cedido meio
milímetro ao cinismo e ao tribalismo. As personagens são profundas
quanto baste, o elenco é credível e envolvente, e há um arco narrativo
que faz da decência o valor mais importante para o estadista. Um
estadista que se vê a falhar como os outros, pois é humano, mas que é
salvo pelo afecto e pelo idealismo de terceiros – da comunidade,
portanto. Esse estadista modelo germinou na cabeça do autor da série e
conheceu a luz no corpo e arte de uma actriz fabulosa, Sidse Babett
Knudsen. Ela consegue o feito de vencer o estigma que penaliza as
mulheres na política ao criar uma personagem cuja autoridade de líder é
verosímil e inspiradora. Ficamos a sonhar com o milagre de vermos a
Birgitte a saltar do ecrã e a meter-se a caminho do parlamento mais
próximo. Afinal, a sua (e nossa) segunda casa.
Mais información o respecto, niste caso de La Vanguardia.