lunes, 20 de octubre de 2025

1957, uma viagem o Couto Mixto. I

                  Em julho do 1957, o capitam Folgoso, recem graduado de Tenente,  tivo uma importante reunião perto do Couto MIxto. 

Assim pois no dia combinado moi cedo, apareceu o senhor Berceiro o taxista para irmos de viagem  visitar a umas tías do meu pai.Sería um día enteiro para a ida, fariamos noite em Calvos e  ele esperar-me-ia no povo de Calvos mentras eu me deslocaria a uma aldeia pertinho dalí na que não se podía chegar de automóvel.   Arramcamos  de Celanova para Calvos de Randim. Um calor rachante, o ceu limpo, o sol entrava peneirado nas fragas de carbalhos e  pinheiros e invitavam o descanso e a deixar-se acarinhar daquelas sombras verdosas. Uma travessia incómoda e cansativa  foi-nos levando dende  Celanova até Bande e despois avançamos  costa acima, serpenteando por uma estrada de terra batida e colhos. O fim chegamos até Couso de Salas e asím  alcanzamos o planalto dominante sobre o val de Salas e o val do Limia.  A partires dalí o rio Salas  vai descendo e começa a cair veloz monte em baixo até morrer no Limia. Pela banda do Sud-oeste os ergueitos castelos das montanhas da esfíngica e tutelar silueta do  Gêres presidiam a paisagem   e olhavam-nos dende longe. Uma paisagem de diferentes cores, saudosa e viva acompanhava o nosso trilho até chegar a cimeira. Uma parada no alto e o marivilhoso mundo se abria os nossos olhares. Cara o  norte albiscabam-se as terras de Bande, Lovios, Entrimo e o alto do Vieiro que nos tapava as de Celanova.

Calvos, encostado cara o sur numa pequena montanha, ofrece o chegar dende o norte uma terra chá até os montes próximos. Lá no fondo estaba o paço dos Tejada que abrangia um amplo terreiro todo pechado com uma grande e antiga  tapada de pedra. A entrada uma nobre fronteira co escudo da casa  presentase-nos despois de pasar um souto de castinheiros, diante de todo um castinheiro centenario encorva o tronco o peso dos séculos. Ia petar na porta principal mas aparesceu de repente a receverme o senhor “lameiro” pois estava-me esperando.

-Bom día. É o senhor Folgoso?. Perguntou-me.

-Sim, sou eu.

-Estava a sua espera, tal como me ordenou o senhor Miguel. Pois cando você queira, podemos ir para fazermos o caminho a Meaus.  Se o senhor quiser demorar um pouco para descansar.?

-Não, não estou canso, será melhor chegar-mos quanto antes e despois já descansaremos  em Meaus.

-À vontade, senhor Folgoso. Pois não se fale mais. Vamos lá.

Saimos da entrada do pazo e entramos nas cortes dos cabalos e alí subim o cabalo que ele me tinha preparado e ele subiu também numa besta marela de bom porte.

- Imos ir polo  caminho de cara Paradela. Eu acho que duas horas estaremos no nosso destinho.  Diz o Sr. Lameiro.

Despois  deu-me uma rápida informação cum vista de olhos das terras nas que estavamos.

-A nossa direita ficava o rio Salas, mais aló temos Tourem, Randim, e o fundo Vilar, e Vilarinho, e mais adiante Santiago e Rubias, que junto com Meaus compoêm os povos do Couto Mixto. Lá o fundo na direção de Tourem está o alto da Mourela que nos leva a Pitões das Junas. Aquela serra tão alta que fica detrás de Vilar chamanlhe serra de Pena e Monteagudo. A nossa esquerda lá no alto fica o povo de Feás.

Com estas dicas o senhor “Lameiro” parecía sentir-se satisfeito de haver cumprido  o seu deber de anfitrião e parceiro de viagem.  O caminho era plano em general, nalguns tramos descendente. Nuns lugares era corgo, noutros aberto e à ventestate. As vezes  térreo e  noutros puro pedrogulho, incluso  zonas de penedas, algunas  lambidas nas esquinhas por os moitos carros de vacas que  teriam circulado secularmente  por alí. Quando  calhar,  iamos abeirados as sombras dos carbalhos das moitas touças do caminho, moito se agradeçia aquel refrigerio entre aquel sol abafante. Quando tocava  caminhar entre as terras de labradio quer fosse pelo pó, quer polas  moscas quer polo calor sufocante, ou por todo a vez,   as cavalerias  faziam pequenos protestos ressoprando como desabafo até chegarmos a encontrar  outro solaz que a natureza nos deparar. Ao longe  olhamos Meaus e então figemos um alto para  descansar, tanto  as acémilas coma nós. Sentamos numas penedas a sombra duns castinheiros a beira do ribeiro formado por um bulideiro regueiro de agua cristalina que corría cantareira em direção o Salas. Aproveitamos para dar de beber os animais e nós . Mesmo deveciamos por  estombalhar-nos à vontade  naquela ínsua saudosa. Alí,naquela tranquilidade, trocamos umas conversas. O Lameiro parecía um homem reservado, tranquilo, de fala lenta e prudente que conhece o vento e o tempo melhor do que os livros. Mostrava essa  imagen das gentes adicadas  toda a vida a servir algúm amo de casa rica de labrança. Tinha esa lentura no escoitar e no falar, propria dos homens do povo anónimo que permanecem calados entre o medo e a sabedoría antiga. Mostrava-se como se fosse um ninguém que  só quer escoitar, que não tem opinião ou a sua não é importante. Além disso  se for precisso,  oferecer-se-ia por gardar um segredo do seu amo. Fidelidade e lealdade que revelaba no seu limpo olhar.  Era  de meia estatura, fivroso e delgado, moreno cetrino de labrança, pelo branco cumprido, andaría polos cinquenta anos. Tinha um sorriso natural e a sua presença infundia confiança. No falar adivinava-se um certo sotaque portugués, ainda que eu não distinguiría moi bem os falantes da raia  acostumados o contacto cos vecinhos da outra banda, dos falantes portugueses nativos. Não o interroguei o respeito. Dixo-me que leva moitos anos trabalhando para o senhor Miguel, que é um bom amo e que tem  no convivio com ele um  trato moi bom, para ele a casa do seu patrão e coma se fosse sua. Engadiu-me, com certa solenidade, que ele estaría disposto a fazer o que fixe-se falta por as causas  do senhor Miguel. Engadiu que moravam em Entrimo, e que o senhor Miguel  tinha moitas e boas terras de labrança e um negocio de comestiveis ou como dizem também agora tenda de ultramarinos ,  na vila de Entrimo. 

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viernes, 5 de septiembre de 2025

“A Casa grande de Romarigães”. ( De vez em quando um livro)

 

         Faz já um tempinho lim com moito agrado o romance de Aquilino Ribeiro “A Casa  grande de Romarigães”. Gostei moito da historia em si, mas também  da  forma increível de narrar de Aquilino Ribeiro.Ainda que o seu português seja  requintado as vezes e sementada a narração  com palavras, locais e rurais,   moi difíciles para um galego, e incluso um português medio de hoje. Estou a falar como um vulgar leitor que não é dado para  fazer, por falta de conhecimentos, crítica literaria.Já outros mais qualificados tenhe-na feito e ninguém nega o nível literario de Aquilino, que fica como um dos mais grandes da literatura portuguesa. 

 Há historias bem contadas, nas que por alguma causa o leitor mistura-se  num halo fantástico provocado por un escritor e então, tudo conflue num disfrute intelectual. Embora, iso ocorre,   algumas vezes e de forma misteriosa surge. Para, surgir,   é precisso se conjugarem ou confluirem  varias circunstâncias, tais como  que o tema a tratar seja estimulante para o leitor; que este esteja em boa  predisposição pra mergulhar-se na historia;  e sem esqucermos, tal vez o mais importante o génio do escritor. Este  na sua forma de narrar vai ser o fermento estimulante da obra . Neste caso lermos o português culto e popular que maneja Aquilino Ribeiro e um prazer.

Eu recomendaria esta obra a qualquera que estivesse disposto a lê-la com calma e carinho . Eu li-na duaz vezes e a sua leitura vai ser  lenta por o já dito do português culto e popular utilizado, mas pracenteira. Também para quem  não  tiver certa familiariedade co idioma,  tal vez se faga um pouco cascuda e dura. No obstante há traducions para o galego e para o espanhol, mas para mim tem um valor a sua leitura no idioma original. 

  Além disto, a recomendação podia ser feita, aunque seja  só por  percorrer uma historia que começa no secúlo XVII e remata lá pelo XIX, e o tempo que narra a vida da casa grande de Romarigães e dos seus diferentes personagens vai  percorrendo a historia de Portugal e de paso de Galiza e Espanha, pois tenhem  moita pressencia a dinastía filipina, a Galiza com laços familiares, a conquista da Guarda e  a comarca do Rosal pelos portugueses na guerra da independência de Portugal da monarquia hispánica, a luta contra os franceses e os aconteceres portugueses do finais do XIX, rematando a familia senhorial protagonista do romance deslocando-se para  Lisboa, ficando a casa baleira e abandonada.

Uma historia da hegemonia das nobrezas e senhorios eclesiásticos e os dominios de ambos sobre a classe labrega rural, todo no norte entre o Minho e o Lima.

Tive o prazer de ir persoalmente a ver a casa grande de Romarigães, pois ainda alí está olhando para os séculos. Uma tapada secular ainda  lhe faz proteção mas já  o abandono e o deterioro é evidente. O mato e o bosque alto  tentam  escondê-la nas brumas  da memória. No obstante despois de tê-la imaginado no próprio magim a beira da leitura, vê-la  frente a frente um sinte algo especial com um chisco de subtil complicidade  o perceber na realidade a fantasia vivida na leitura .

Todo iste preâmbulo  chegou pra dar justificação e entrada a umas notinhas que encontrei por acaso num rascunho feito  à pressa  num caderno olvidado a um tempo que lia por segunda vez  o romance. Pois  bem, assim, de súpeto pareceu-me boa ideia darlhe vida ao pequeno esforço de tomar umas notas  da historia contada e  deijâ-las eiqui. Vamos lá.

O MORGADO: é o neto do padre Cunha. Estamos no 1650. A casa foi criada polo padre  Cunha no 1580, mais ou menos. Recordemos que a dinástia Filipina reina em Portugal a prtir de Felipe II dende 1581 até 1641.

GONÇALO DA CUNHA, e o padre que faz e inicia a vida da casa grande, para o que tem o apoio do Visconde de Vilanova de Cerveira que é o propietário real da casa.

Dom Diogo de Lima, visconde de Vilanova de Cerveira, Pendão e Caldeira, tinha um poder igual a el Rei em quanto a nomear  oficiais em todo o couto de Fraião no que estava a casa. Era este  o fidalgo mais temido entre Douro e Minho.

 senhor  don Baltasar Cavedo de Frois da casa do Freixeiro e primo de Gonçalo Da Cunha.

Alguns topónimos  da zona que são familiares  na historia da casa grande. La Bruja, Rubiães, Portela, Coura, Fraião, Romarigães,Agualonga, Serra da Arga, Nossa Senhora do  Amparo,, Meijoeiro, Sam Paio, Cabraçeo.

1.-Dom Gonçalo Dacunha 1580, padre,  de familia fidalga tem um filho de solteira com Maria Roriga. O filho Domingos Dacunha  nasce no 1610 e morre no 1680, já na dinastia dos Braganças. Domingos o morgado vai  herdar a Casa Grande  e vai a chegr a ser considerado o homem mais rico entre Minho e Lima.

2.-Domingos casa coa sua prima Francisca de Antas de Sam Paio de Agualonga. Pertece a casa de Antas de Fraião e Bustaranga, nobreza minhota (jogo de tronos).  Francisca tem familia na Galiza na casa do Soutomaior. Casam no ano1680 e tenhem cinco filhos  .

3.- Luis de Antas morgado de Domingos Dacunha casa con Joana que era uma freira da familia dos Antas e que está no convento na Guarda na Galiza. Na guerra contra a dinastia filipina conhece-a   na toma da Guarda pelo ejército português. 

 link para ver algo mais. 

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/a-casa-grande-de-romarigaes/  

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/aquilino-ribeiro-2/ 

 

viernes, 1 de agosto de 2025

Ahora que viejo y fatigado voy. Alvaro Cunqueiro

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PROLOGO DE MERLIN Y FAMILIA

Ahora que viejo y fatigado voy, perdido con los años el amable calor de la  moza fantasía, por veces se me pone en el magín que aquellos días por mi pasados en la flor de la juventud, en la antigua y ancha selva de Esmelle, son solamente una mentira; que por haber sido tan contada, y tan imaginada en la memoria mía, creo yo, el embustero, que en verdad aquellos días pasaron por mí, y aùn me labraron sueños e inquietudes, tal como una afilada trincha en las manos de un vago y fantástico carpintero. Verdad o mentira, aquellos años de la vida o de la imaginación fueron llenando con sus hilos el huso de mi espíritu, y ahora puedo tejer el paño de estas historias, ovillo a ovillo. Cuando de obra de nueve años cumplidos por Pascua Florida, con la birreta en la mano, me acerqué a la puerta de mi amo Merlín ¿quién diría que mela iban a llenar, la gorrilla nueva, de las más misteriosasmagias, encantos, inventos, prodigios, trasiegos y hechizos?Nunca regalo como éste, digo yo, le fue hecho a un niño, y como de un cuerno maravillo saco cinta tras cinta, cuento tras cuento, y con mis propios ojos contemplo toda aquella tropa profana que a Merlín acudía y a sus siete saberes: en Merlin se juntaban, tal los hilos de un sastre invisible, todos los caminos del trasmundo. Él, el maestro, hacía el nudo que le pedían, ya lo vereis.