Em julho do 1957, o capitam Folgoso, recem graduado de Tenente, tivo uma importante reunião perto do Couto MIxto.
Assim pois no dia combinado moi cedo, apareceu o senhor Berceiro o taxista para irmos de viagem visitar a umas tías do meu pai.Sería um día enteiro para a ida, fariamos noite em Calvos e ele esperar-me-ia no povo de Calvos mentras eu me deslocaria a uma aldeia pertinho dalí na que não se podía chegar de automóvel. Arramcamos de Celanova para Calvos de Randim. Um calor rachante, o ceu limpo, o sol entrava peneirado nas fragas de carbalhos e pinheiros e invitavam o descanso e a deixar-se acarinhar daquelas sombras verdosas. Uma travessia incómoda e cansativa foi-nos levando dende Celanova até Bande e despois avançamos costa acima, serpenteando por uma estrada de terra batida e colhos. O fim chegamos até Couso de Salas e asím alcanzamos o planalto dominante sobre o val de Salas e o val do Limia. A partires dalí o rio Salas vai descendo e começa a cair veloz monte em baixo até morrer no Limia. Pela banda do Sud-oeste os ergueitos castelos das montanhas da esfíngica e tutelar silueta do Gêres presidiam a paisagem e olhavam-nos dende longe. Uma paisagem de diferentes cores, saudosa e viva acompanhava o nosso trilho até chegar a cimeira. Uma parada no alto e o marivilhoso mundo se abria os nossos olhares. Cara o norte albiscabam-se as terras de Bande, Lovios, Entrimo e o alto do Vieiro que nos tapava as de Celanova.
Calvos, encostado cara o sur numa pequena montanha, ofrece o chegar dende o norte uma terra chá até os montes próximos. Lá no fondo estaba o paço dos Tejada que abrangia um amplo terreiro todo pechado com uma grande e antiga tapada de pedra. A entrada uma nobre fronteira co escudo da casa presentase-nos despois de pasar um souto de castinheiros, diante de todo um castinheiro centenario encorva o tronco o peso dos séculos. Ia petar na porta principal mas aparesceu de repente a receverme o senhor “lameiro” pois estava-me esperando.
-Bom día. É o senhor Folgoso?. Perguntou-me.
-Sim, sou eu.
-Estava a sua espera, tal como me ordenou o senhor Miguel. Pois cando você queira, podemos ir para fazermos o caminho a Meaus. Se o senhor quiser demorar um pouco para descansar.?
-Não, não estou canso, será melhor chegar-mos quanto antes e despois já descansaremos em Meaus.
-À vontade, senhor Folgoso. Pois não se fale mais. Vamos lá.
Saimos da entrada do pazo e entramos nas cortes dos cabalos e alí subim o cabalo que ele me tinha preparado e ele subiu também numa besta marela de bom porte.
- Imos ir polo caminho de cara Paradela. Eu acho que duas horas estaremos no nosso destinho. Diz o Sr. Lameiro.
Despois deu-me uma rápida informação cum vista de olhos das terras nas que estavamos.
-A nossa direita ficava o rio Salas, mais aló temos Tourem, Randim, e o fundo Vilar, e Vilarinho, e mais adiante Santiago e Rubias, que junto com Meaus compoêm os povos do Couto Mixto. Lá o fundo na direção de Tourem está o alto da Mourela que nos leva a Pitões das Junas. Aquela serra tão alta que fica detrás de Vilar chamanlhe serra de Pena e Monteagudo. A nossa esquerda lá no alto fica o povo de Feás.
Com estas dicas o senhor “Lameiro” parecía sentir-se satisfeito de haver cumprido o seu deber de anfitrião e parceiro de viagem. O caminho era plano em general, nalguns tramos descendente. Nuns lugares era corgo, noutros aberto e à ventestate. As vezes térreo e noutros puro pedrogulho, incluso zonas de penedas, algunas lambidas nas esquinhas por os moitos carros de vacas que teriam circulado secularmente por alí. Quando calhar, iamos abeirados as sombras dos carbalhos das moitas touças do caminho, moito se agradeçia aquel refrigerio entre aquel sol abafante. Quando tocava caminhar entre as terras de labradio quer fosse pelo pó, quer polas moscas quer polo calor sufocante, ou por todo a vez, as cavalerias faziam pequenos protestos ressoprando como desabafo até chegarmos a encontrar outro solaz que a natureza nos deparar. Ao longe olhamos Meaus e então figemos um alto para descansar, tanto as acémilas coma nós. Sentamos numas penedas a sombra duns castinheiros a beira do ribeiro formado por um bulideiro regueiro de agua cristalina que corría cantareira em direção o Salas. Aproveitamos para dar de beber os animais e nós . Mesmo deveciamos por estombalhar-nos à vontade naquela ínsua saudosa. Alí,naquela tranquilidade, trocamos umas conversas. O Lameiro parecía um homem reservado, tranquilo, de fala lenta e prudente que conhece o vento e o tempo melhor do que os livros. Mostrava essa imagen das gentes adicadas toda a vida a servir algúm amo de casa rica de labrança. Tinha esa lentura no escoitar e no falar, propria dos homens do povo anónimo que permanecem calados entre o medo e a sabedoría antiga. Mostrava-se como se fosse um ninguém que só quer escoitar, que não tem opinião ou a sua não é importante. Além disso se for precisso, oferecer-se-ia por gardar um segredo do seu amo. Fidelidade e lealdade que revelaba no seu limpo olhar. Era de meia estatura, fivroso e delgado, moreno cetrino de labrança, pelo branco cumprido, andaría polos cinquenta anos. Tinha um sorriso natural e a sua presença infundia confiança. No falar adivinava-se um certo sotaque portugués, ainda que eu não distinguiría moi bem os falantes da raia acostumados o contacto cos vecinhos da outra banda, dos falantes portugueses nativos. Não o interroguei o respeito. Dixo-me que leva moitos anos trabalhando para o senhor Miguel, que é um bom amo e que tem no convivio com ele um trato moi bom, para ele a casa do seu patrão e coma se fosse sua. Engadiu-me, com certa solenidade, que ele estaría disposto a fazer o que fixe-se falta por as causas do senhor Miguel. Engadiu que moravam em Entrimo, e que o senhor Miguel tinha moitas e boas terras de labrança e um negocio de comestiveis ou como dizem também agora tenda de ultramarinos , na vila de Entrimo.
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