Mosterio de Pitões das Junas,
https://arompidadodia.blogspot.com/2015/11/o-lobo-guerrilleiro-de-bento-da-cruz.html
Do "Lobo guerrilleiro" de Bento da cruz.
"Matina, matinando, levou vencida grande parte do esteso chão da Mourela e agora sentia-se exauto. Sentou num dólmen a beira do caminho. . Tinha em frente a serra do XURÉS, bela e luminosa como uma catedral gótica. Numca a vira assim de tão perto e ficou moito tempo a olhar para ela em atitude de oração. Despois passeou os olhos em redor, por longos horizontes de pastos onde centos de vacas rebuldabam, enterradas em herba até a barriga. Admirou-se de não enxergar nenhum pastor. Ao tempo ainda não sabia que as aldeas da mrgem dereita do Cávado tangem o gado para a serra na primavera e alá o deixam ceibe todo o verão e parte do outono. De día as vacas estendem-se por montes e vales, pero de noite recolhem-se em abrigadoiros ou curros ao ar livre, onde se deitam em círculo, coa cabeça para fora, de maneira que formam uma barreira de cornos impenetrável para os lobos. "
Hoje dando uma vista de olhos pelo blog encontrei-me gratamente cunha cita do escritor Bento da Cruz, despois de lêr traduzido o galego o seu livro "O lobo guerrilheiro". Grato encontro , já quase olvidado, para e transportar-me de novo por terras conhecidas. Deixei acima um link dum post sobre a leitura do livro e um pequeno parágrafo do mesmo, no que reflicte um dos meus paisagens conhecidos como são as encostas íngremes para chegar o alto da Mourela. Quer, seja virem de Tourem para Pitões das Junas quer, o revês, virem dende Montealegre a seguir o curso do Cávado para o chegarem a Covelães, virarem noventa graos direção norte pra començarem a subir e a seguirem subindo para riba até chegarem o alto da Mourela, depois de deixarem Pitões moi pertinho, pela banda esquerda.
Subím a Mourela de bicicleta em varias ocasiões tanto dum lado como do outro. Abofé que , pra um fraco ciclista coma mim, é moi dura e fai-se um calvario com todas as estações completas. A satisfação de chegar o topo a Mourela e parar na abondosa fonte de auga que brota naquela cima reconfortante para o espírito e niste caso ainda mais para o corpo e deixar-se levar co desfrute da satisfação da vitoria cumprida só por que sim. Olhar dende arriba e pensar que desta vez ganha-che ti e perdeu a íngreme encosta, esta vez foi mas não posso asegurar quando será a próxima. Despois uma olhada a paisagem deixa-nos ver o norte e o leste a barragem do Salas, Tourém, Calvos, Randím e os montes lonxanos do Larouco e os de Feás. Para o oeste a vistas atopa-se com um Jurés cheo de pontas agudas como espinhos gigantes que dão dende aquí uma perpectiva dum bosque pétreo ergueito e misterioso, coas puntas afiadas para o ceu, lá pro sur os vales que vão cair o Cávado cheos de verdes prados e lameiros mimosos, todos emparedados por tapadas seculares de pedra sinal inéquivoca da secular cultura galaica. Campos nutricios, atolados e enlameados pola abondasa auga que baixa cantareira pelas moitas reguerias que descem dende os montes da Mourela e seus arredores.
Seguro que Bento Da cruz anduvo a pé moito por aquí e percorreo estes mesmos lugares que a sua imaxinação ia enchendo com personaxes e historias varias como a tenra historia do Garda fiscal que se namorou duma galega que andava fugida da morte do outro lado da raia, nos tempos da guerra civil. Para mim estes paisagens tenhem sempre um alo de misterio e toda a zona me transporta, incluido Pitões das Junas, lá a outros tempos da infância galega de quando havia gando ceibe, corredoiras de auga, fragas ainda silvestres, auga a correr pelos montes e umas costumes ancenstrais. Por isso moitas vezes o passar a fronteira, nas aldeias do Barroso ainda estão acochadas as imagens da aldeia que os meus primeiros olhares viram.Mundo no que mudou tão depressa todo que já é um mundo perdido nesta margem da Gallaecia.