viernes, 15 de octubre de 2021

Notas soltas. Um dia qualquer.

 

Um día qualquer  (ou qualquera como se diría  na minha zona lingüistica), podería ser hoje mesmo.

      De manhã, niste caso  numa  fresca manhã de outono, gosto de sair,   um  pouco à presa, fazer algum pequeno mandado que me serva como desculpa para caminhar, tomar um pequeno café  e dar uma vista de olhos geral, partilhar coa gente um simples caminhar. Gosto de fâ-lo assim as nove ou dez pensando que as doze tenho  o meu neto na casa. E com ele as obrigas ja são  diferentes. 

    1.-  Comprei o pão, no lugar habitual que o fago  últimamente, no "Forno do Tomás". Duas bolas de "fermentacão lenta", um nome moi técnico, pra diferenciar-se doutros pas e assim também ser um pouco  mais caro. O caso é que algo tera o a tal clase de pão, além de que o nome tenha uma pontada de marketing, cando gostamos dele. Hoje a vendedora, que não era a habitual, dixo-me que subia de preço. Vinte céntimos por bola, assím que de dous euros passamos a dous vinte. Bom, dixem-lhe,  a modo de brincadeira ,  de  que a suba tinha que haver sido de dez en dez céntimos para não parecer tão traumática. Respostou-me que  o motivo da suba era o preço  atual da luz, os custos da electricidade. Que se por eles for   nenhuma suba haveria pois levam com  mesmo preço oito anos, mas as circunstâncias obrigam.  

      O dialogo terminou, mas os meus pensamentos continuaram roendo  o respeito mentres ia  pelo passeio . E  pensei que isto do preço da  electricidade não vai trazer nada bom. De momento a suba dos produtos fundamentais a chamada cesta da compra. Leio no jornal que na Galiza os prezos subiram um quatro por cento, a suba mais grande de Espanha. E elucubrando pensei que iste pudera ser o talão de Aquíles para o començo da debilidade do Governo . Ora esa,  despois dos  intentos de  pequenos golpes de Estado que se levam tentando dende o  começo deste governo  vão poder ter um final coa suba da electricidade. Isto vai trazer consecuências, é inevitável e as eleções não estão longe. 

      Na minha meditação uma pergunta calhou inevitável :   ¿E serão as eléctricas inocentes nesta  nova  puxadeira contra o governo "ilegítimo" co fim de  puxar pra rua os  radicais?. Não tenho resposta nem indicios para a pergunta, mas o meu pensamento malévolo esmigalhava imagens, discursos e razoamentos que me davam uma imagem escura da realidade. Sempre estará a imagem do Sr. Galán, jefe de Iberdrola no abraço efusivo  o eleito presidente da Xunta numa das suas  tomas de pose, faz uns anos. Não podemos dizer que seja razão para concluir como  causa-efeito,não, não,  no entanto que mal fago eu em pensar ainda que seja mal, só é isso um mal pensar. 

      2.-Fago um alto num café  no caminho, eu  mais uns  papeis que portava   e o pão,  Pouca gente, um pouco solitario o ambente, pouca luz ( ¿será também pela suba?).  

     .-Bom día, por favor um café com leite. 

    Sento-me, olho para buscar se há um  jornal e não vi nada, olho os meus papeis distraidamente. Um pouco cerca de mim houvem-se fortes risotadas en conversação jocosa de dos homens jovens de quase quanrenta. Falão  moi alto, mais bem berram. Castelhano com forte sotaque galega de cidade. A verdade é que o seu alto tono molesta, parecem estar eufóricos ou tiveram uma noite moi "movimentada", parecem sóbrios, não há motivos estranos, são eles assim. Então figem lembramza dum  jovem twiteiro português que narra as suas vivências atuales no rural galego, onde vive. O Thiago recomenda  que na  próxima reforma da constitução espanhola deveriam ponher a prohibição de falar num ton de voz tão alto. Acho que tem razão. Eu sou dos tais  berrões incorregivéis, é uma tacha bem feia, reconheço. 

      3.- Apanho o Jornal. Dou  uma vista de olhos a "la voz de Galicia", nada interessante. Uma parada morbosa no artigo do predicador de garda do jornal, Blanco Valdés. O título sugerente e provocador: "El presidente Feijoo y su caricatura". Quem tenhem uma caricatura do presidente são os seus opositores. Ele, sem necessidade lança um salva-vidas  por  um  tal vez  a quem  não precisa pois vai num iate mansamente olhando para o mar. 

      O artigo como é habitual neste autor, tão triste e de semblante enfadado e estresado, da uns antecedentes, vai os feitos e remata coa sua conclusão ou sentenza na que, neste caso, ele que é um socialdemócrata  perenne, define de centro esquerda (sic) o governo de Feijoo. A oposição é tão  chata quem não percebem o dom que  a historia nos deu. O governo perfeito num mundo perfeito. ¡Como recordei!,  aqueles jornalistas que tanto leia na minha adolescencia os quais houvesse chuva, houvesse sol, tudo servia para glosar e ensalzar  a figura do "caudillo". O poder tem atrações irresistíveis. 

    4.- Paso diante da Comisaría da policia, e vejo dois grupos de jovens a espera de entrada na secretaria  de denuncias. Hoje é sexta feira, ontem a noite foi um día de desgarrada, troula e esmorga. Cousas passariam que a mim já me ficam tão longinquas,  por mor da idade, evidentemente. 

      Uns pasos mais adiante  un moço e unha moça estão meio pendurados dun banco do xardim público. Unhas malas coloridas os seus pés e os olhos fixos no telemóvel. Ailhados do mundo e entre eles mesmo. A imagem falava e dizia que a essa hora estavão à espera de boleia para deslocar-se a sua casa noutra cidade. Universitarios,  que ontem de noite andiveram em troulas similares os denunciantes citados e vão descansar o fin de semana no recantinho familiar. A sua imagem parece-me patética, não me gosta.Não concordo com essa maneira de encarar um curso universitario cheio de tempo livre e festa.

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