Texto
do eminente filólogo, intelectual e professor português, além de grande
lutador contra a ditadura salazarista, MANUEL RODRIGUES LAPA
(1897-1989), que figura no prólogo do livro GALEGUIA:
“A Galiza é
para nós, portugueses, a velha irmã esquecida, que se conhece por ser
parecida connosco, mas a quem se não dá, afora uma ou outra alusão de
poetas, a importáncia que merece. Sucede que essa irmã, da herança
comum, guardou religiosamente o pecúlio mais antigo, tesouro esse que
devemos conhecer, se quisermos interpretar bem Portugal. Portugal não
para nas margens do Minho: estende-se naturalmente, nos domínios da
paisagem, da língua e da cultura, até às costas do Cantábrico. O mesmo
se pode dizer da Galiza: que não acaba no Minho, mas se prolonga,
suavemente, até às margens do Mondego. Estando em Coimbra, estamos pois
nos confins da velha Galécia, somos galegos daquém-Minho. Não importa
que a Galiza dalém-Minho viva sob uma outra bandeira; o que sobretudo
importa é reconhecer que somos realmente irmãos, pertencemos à mesma
grei. Criar obstáculos a essa fraternidade afigura-se-nos um erro
imperdoável, em que infelizmente, alguns portugueses e galegos têm
incorrido.”
viernes, 8 de octubre de 2021
Rodrigues Lapa
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