O nosso rio nasce na beira norte do Larouco. No que chamamos o monte da Rousia. Exactamente havería que tirar regueiro acima até chegar o pequeno planalto, onde se decidiu que alí remata Espanha e a Galiza e começa Portugal e O Barroso. Desde iste planalto, é conhecido coo a raia, sai a nascença de dous rios. Para o Leste galego vai o Limia, para o Oeste galego do Barroso, portugês, o Cávado. Como se de dous irmaus separados o nascer se tratase. Eles são como a metáfora da historia. Um mesmo territorio, um mesmo povo, uma mesma lingua, galega, que a historia vai separar em duas, o galego e o português. Eles fazem o seu percurso de costas viradas até chegarem o mar onde os dous desafogam tudo o que arrastraram pelos caminhos adiante. Um, o Cavado, só português o outro o Lima, mistura-se de galego e de português.
Haverá quem diga que estou errado que o Limia não nasce aquí, que iste não é mais ca um afluente que se junta o autêntico Limia que nace nos montes cercanos a Sarreaus. Deixem que digam, o Limia é este que eu lhe estou a ensinar.Não é momento de debate quer acredite quer não venha a percorrer e a recordar, faça um pequeno esforço e acredite, pois é a verdade, ainda que não seja a oficial.
O Cávado dalí a pouco receve augas das beiras dos montes de Padroso e Padornelo e xa em Montealegre é um rio cheio de força e caudal que ira deixando atrás Montealegre pola banda do noroeste, vai val abaixo entre amieiros e choupeiras descansando em barragens varios. Acolhera o Geres e o Caldo lá na barragem da Canicada abaixo do Gerés e cada vez mais cheio continuara até o mar pra vazr a sua auga na vial de Esposende.
O Limia ainda e mais metafórico co destinho histórico. Pois é o irmau que no seu percurso da uma reviravolta em Faramontaos e vai-se em direção a Portugal. Nasce e percorre a Galiza, dende Baltar baixa até a Limia, recebe as augas do Faramontaos, pela sua direita do rio que algúns por erro chamam Limia e pasará por Ginzo, Bande e entra lá por o Lindoso em terras portuguesas. Alí ouvirá que muda o seu nome um pouco e passa a chamar-se Lima. Segue o seu percurso de río grande e moi elegante e senhorial percorre Pnte da Barca, Ponte da Lima até chegar o grande estuario que faz em Viana do Castelo onde chega canso, manso e largo.
Este nosso Limia, foi o rio da minha infância. Vinha cheio de auga todo o ano, rico en troitas e peixes, no verão era o nosso recreio de nado no lugar chamado das insuas. onde facia um remanso na chaira do Caneiro.
O lugar das Laxas foi o primeiro contato con río. Alí ia coa minha mãe quando ia lavar a roupa, especialmente no verão levava a roupa mais grande da casa pra lavar, e tendeê-la o sôl entre os penedos aquecidos pelo sôl. Um clareo, secado e depois o sôlpor recolhê-la. Nas Laxas corria a auga mansa, o río ia cheio e baixava calmo. Os peixes andavam à solta, estavam por toda parte mesmo se metiam diante das lavandeiras. Alí nas Laxas eu corrim, xoguei e desfrutei daquela paisagem tão verde e delicada. O prado da Lavandeira mesmo enfrente so seu monte no meio sempre me asombrava pela sua longura e verde perenne.
Baixando um pouco mais río em baixo a seguinte parada e Outeiro de LInhos. Havia mulheres que iam alí lavar. Era mais recolhido tinha uma ponte que cruzava o rio que comunicava o povo coas faldas do Larouco. O outeiro ficava as costas do río e estava seco e moi iluminado todo o día. Era um pouco mais agreste que as Laxas e pra lavar parecia que não tinha tão bom lugar. A tradição marca que aquí foi o lugar do tratamento ou onde se lavava linho uma vez colheitado. Aquel outeiro amplo leva precisamente o nome de outeiro de linhos por eso, ou também poderia ser por ser um lugar ou zona de cultivo do linho, pois é moi soleado e tem o frescor do río. Numca soupe com certeza o que a tradição queria dizer,
Mais río abaixo chegamos o Caneiro, lugar lindo de castanhos, remanso do río, uma ponte antiga de pedra que cruza o río e zona de recreio e recolhida de augas de varios regatos e regatas que baixam da Serra. Um pouco mais adiante o lugar Das Insuas. Este lugar o río vira de repente a esquerda e fai baixada no terreo e colhe força pra marchar o pra baixo com impulso como que no solta numa cheia. Este era um sitio emblemático pra infância e juventude, pois era o lugar de banho e de pandilhas de rapazes no verão.
Tudo isto são recordos dum amigo que esmoreceu. O río hoje no verão apenas é regueirinho humilde com aquel potente e cantarim río da minha infância. As augas dos montes já não chegam todas em baixo pra outros aproveitamentos, corre pra baixo menos auga porque os caneiros e os regatos estão escondidos entre uma inmensa matugueira que por vezes não deixa a auga correr com força pra fazer um río como antes. Seja como for moi encanto quedou perdido e pra moitos hoje desconhecido do que foi este Limia da minha infância.
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