viernes, 6 de diciembre de 2019

Faladoiro (lugar no que se murmura)


Raíces de plantas silvestres, una alternativa a los fertilizantes industriales

Una investigación descubre que los exudados que generan estas especies las protegen mejor de las plagas o de los hongos dañinos que pueblan el suelo. 

Donald Tusk: “El problema de flirtear con la ultraderecha es que empiezas a pensar igual que ellos”

El nuevo presidente del Partido Popular Europeo se marca como una de las prioridades de su recién estrenado cargo la lucha contra los populismos de derecha

Más de 3.200 pueblos de Ourense y 80.000 vecinos aún no tienen internet

 

 

 

41 aniversario de la CONSTITUCIÓN ESPAÑOLA.

Adolfo Suárez, en el Congreso de los Diputados en 1977Constitución de las Cortes tras las primeras elecciones libres

Imagen del referéndum

Día de la constitución.Viva el  princípio de legalidad, viva la constitución.


jueves, 5 de diciembre de 2019

Notas soltas. El pecado y el cambio de sexo

      Coincidimos para tomar café. Tertulia habitual y esporádica. Temas de actualidad y cierto humor. Sus ideas son, digamos, para etiquetarnos y situarnos  más conservadoras que las mías habitualmente. Hablamos  de lo que iba saliendo  en la actualidad y poniendo puntos de vista. Entre risas y chistes resbalaba algo de ideología, aunque nos conocemos . El punto crucial llegó  cuando uno de los contertulios  expuso que venía extasiado y alucinado con que una niña de diez años se haya cambiado de sexo y hubiese hablado en la Asamblea de Extremadura. 
      Por no cerrar puertas y  darle  un poco de chance, le dije que   el hecho de exponerse en público y hablar en la Asamblea ya formaba parte de algo personal, que yo no lo haría, y que es la responsabilidad de sus padres. Por otro lado me parece normal y natural que a esa edad  pudiera ocurrir algo así. Eso existe como vemos y porque esperar a los veinte años cuando un niña ayudada por su padres puede comprenderse a si mismo y aceptarse en su totalidad física y sexual. 
      Estas palabras pronunciadas por mí levantaron las pasiones viscerales de no sé que moralidad y pensamiento. Consideraron que mis palabras eran un completo desatino. Que no era posible que pensara así. Que estaba utilizando el humor etc. Les dije que no que creía en lo que decía y me parecía algo impropio de personas "preparadas" y de nivel universitario ese pensamiento. 
       Su argumento se centraba en la ideología de los padres y lo más grueso, que los padres tienen el poder de manipular completamente a sus hijos y que era obra de sus padres. 
       Como perla última me afirmaron que a esa edad nadie siente necesidad de cambiarse de sexo, ni tiene esa necesidad, en todo caso a los dieciséis con mucho. 
      Mi asombro llego al paroxismo, no podía dar fe de lo que oía. Con cariño les dije que  era la naturaleza, que ellos debían revisar sus  planteamientos al respecto. En el fondo pienso que confunde cambio de sexo con  actividad sexual, cuando hablan de los dieciséis. 
      Debo confesar que  la capacidad de sorpresa es infinita. Nunca imaginé que llegaran a tanto en su  pensamiento. Siempre he tratado de conciliar y  salvar al máximo el enfrentamiento ideológico  con la  creencia, que a veces no cumplimos, de que es imposible convencer al otro de lo que tu crees, que es casi peor, que nunca te va a dar la razón, por regla general. No obstante creía que estábamos cruzando una línea roja, y que debía contraponerse otra forma de pensar a lo que yo consideraba una antigualla de pensamiento, sin base. De nada sirvió poner el ejemplo de los cambios de mentalidad y pensamiento que se han ido haciendo acervo cultural de nuestra sociedad. Podíamos citar el divorcio, la tolerancia del mundo gay, el respeto al pensamiento etc. para comprender que estaban en el punto cero de la comprensión de la sexualidad personal y que a los diez años una persona tiene conciencia sexual, como es lógico y que no es una piedra, que a los dieciséis se convierte en sujeto sexual. 
       El mundo es así, y la convivencia tiene estas aristas, y estas sorpresas. 
      

martes, 3 de diciembre de 2019

De vez em quando um livro. Assi nasceu uma lingua

Venâncio lanza nestes días o seu último libro na Coruña, Vigo e Santiago
Wook.pt - Assim Nasceu Uma Língua

Qual é a origem da língua portuguesa?

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O leitor Paulo Vieira enviou-me esta mensagem:
Ouvi-o na Prova Oral afirmar que a nossa língua vem do galego e estava agora a ler uma notícia do Público sobre os Lusíadas, a que fez referência no artigo da língua bastarda, e nessa notícia é dito que a obra tem uma forte influência do castelhano, língua que aparentemente era muito usada na corte.
Fiquei interessado e gostava de esclarecer quais as origens da nossa língua. Recomenda algum livro sobre o tema?
No final deste artigo, deixo algumas sugestões de leitura.
Mas antes, porque esta compulsão para escrever parece não ter cura, vou tentar explicar aquilo que sei (ou penso saber). Mas tenho de avisar: não sou linguista histórico. Sou um tradutor e professor que estuda linguística por motivos práticos e junta a isso uma paixão pela disciplina.
Pois bem: a verdade é que gosto muito da história da língua — e julgo ser este um tema que nos interessa a todos. Com base no que fui aprendendo ao longo dos anos, mas também com base na leitura dos livros e artigos que refiro no final, aqui fica o meu resumo (os erros, claro, serão meus e não dos livros e artigos — ressalve-se!).

O português vem do galego?

Enfim: todos nós que dizemos falar português e todos os que dizem falar galego falamos qualquer coisa que teve origem nos falares da Galécia, ali no noroeste da Península. Durante séculos, o latim trazido pelos soldados e colonos romanos e adquirido por toda a população foi sofrendo transformações — não as podemos ver em tempo real, porque ninguém as registava ou escrevia, mas, muitos séculos depois, quando finalmente a língua começou a ser escrita, havia nesse território uma língua já formada, com verbos próprios, com formas próprias, com características que a identificam e a distinguem das outras línguas em redor.




Gallaecia
A Galécia romana. A nossa língua terá nascido no triângulo que corresponde, de forma muito pouco rigorosa, à metade noroeste do território a verde.
O que chamavam as pessoas a essa língua que já era, em muitos aspectos, a nossa? Não lhe chamavam nem galego nem português: chamavam-lhe linguagem, com toda a probabilidade. Era a língua do povo. Nós, agora, olhando para trás, podemos chamar-lhe «português», o que não deixa de ser anacrónico, ou «galego», o que não deixa de assustar algumas almas mais sensíveis, ou «galego-português», para agradar a gregos e a troianos (como se esses fossem para aqui chamados). Na escrita, durante todos esses séculos do primeiro milénio, o latim continuou rei e senhor.
Quando Portugal se tornou independente, começámos a usar a língua que existia no território, que era ainda apenas o Norte. Não a escolhemos de imediato, pois nos primeiros tempos o latim ainda foi a língua oficial. Mas, devagar, a língua que era de facto falada começou a infiltrar-se nos textos escritos, às vezes de forma imperceptível, outras vezes de forma mais clara.
O país expandiu-se para sul e, com ele, veio a língua, claro. O português nasceu nesse canto noroeste e expandiu-se até ao Algarve (e, mais tarde, até além-mar). Por alturas de D. Dinis era já a língua oficial.
Depois, no final do século XIV, temos revoluções, a batalha de Aljubarrota… — a nobreza nortenha perde influência, a burguesia lisboeta alça-se à posição de classe dominante (e tudo o mais que faz parte da História). Lisboa é agora a capital e a nação esquece-se que a língua veio do norte, não foi criada em todo o território nacional. O que se falava em Lisboa seria esse galego-português que viera para sul com a Reconquista. Houve, claro, algumas intrusões do moçárabe, a linguagem latina do sul (com muitos arabismos). Mas, nas suas estruturas e características principais, a língua que Portugal assumiu como sua é a língua criada na Galécia: não houve um ponto em que o galego e o português se tivessem separado claramente.

Influências castelhanas no português literário

Não houve um ponto em que o galego e o português se separassem claramente. Mas há, isso sim, algum afastamento da língua padrão em relação ao que se fala mais a norte. Muito desse afastamento fez-se também por causa das influências externas. Com a corte em Lisboa, e durante muitos séculos (na época de Camões, por exemplo), o castelhano teve uma influência que hoje poucos imaginam. Os escritores portugueses também escreviam, muitos deles, em castelhano. Liam em castelhano. A igreja usava muito o castelhano. A corte também usava o castelhano. Era a língua de prestígio. As misturas eram inevitáveis…
Ora, o português popular de todo o país não sofreu estas influências de forma tão marcada. Assim, arrisco-me a dizer que o português popular manteve durante mais tempo uma maior grau de semelhança com o galego do que o português-padrão — talvez por não ter tanta influência castelhana. Principalmente no Norte, o português e o galego mantiveram-se tão próximos que a fronteira era difícil de traçar. Mais a sul, na Corte, na capital, a língua “desgaleguizava-se” (ver artigos de Fernando Venâncio citados abaixo). Para as elites lisboetas, o galego e o português do Norte começaram a soar a português da província. E, no entanto, era de lá que tinha vindo a língua…
Depois, o castelhano deixou de ser uma influência forte no português (aí por volta do século XVIII); vieram então as influências francesas e, já bem entrado o século XX, começamos a olhar para o inglês.
Sim, sempre fomos uma língua que sofreu influências fortes de outras culturas. Podemos não gostar do facto, mas é isso mesmo: um facto. Não fiquem horrorizados: o castelhano também teve vagas dessas, o francês idem — então o inglês nem se fala. Não percam muitas horas de sono com isso — e, depois, a língua vai atrás da cultura, neste ponto: se quisermos uma língua pura, temos de fechar a cultura a influências exteriores. As línguas mais puras são as mais isoladas, as menos importantes.
Para terminar este resumo muito resumido, diga-se que o português-padrão se expandiu de forma fenomenal durante o século XX, com a escola, a televisão, a rádio, a imprensa. Aí, as formas do sul começaram a suplantar as outras formas, que subsistem, mas com menos força. O português começou a tornar-se mais homogéneo (e menos nortenho/galego) — mas tudo isto já é história das últimas décadas…

E o galego?

Bem, quanto ao galego, lá em cima, num país sem corte, uma sociedade rural, não sofreu tanta influência castelhana até muito tarde, embora essa aparente pureza seja apenas reflexo do isolamento da sociedade. Grande parte da população galega, aliás, só terá começado a sentir a invasão da sua língua pelo castelhano quando a escolaridade obrigatória apareceu no horizonte — e a televisão, jornais, etc. Ou seja, para muitos galegos, o castelhano tornou-se influência no século XX (nas elites terá sido antes, claro). Apesar de tardia, a influência do espanhol é avassaladora, claro está. Aliás, chamar-lhe influência será um eufemismo cruel. O espanhol não influenciou o galego: o espanhol começou a substituir o galego. Afinal, o Estado é o espanhol e a escolaridade da população foi em castelhano até muito tarde. Ou seja, nos séculos XIX e XX, o galego levou uma coça de que ainda não se levantou, apesar de, desde os anos 70, o governo autónomo ter, oficialmente, uma política de defesa da língua.
Alguns galegos tentam aproximar a sua língua do português para assim melhor se defenderem do peso do castelhano; outros apostam num galego autónomo tanto do castelhano como do português. Mas que o galego e o português ainda estão mais próximos do que imaginamos, isso é indesmentível: então quando começamos a olhar para o vocabulário popular, aquele que muitos desprezam injustamente, começamos a ver como falamos uma língua que não deixa de ser muito galega.

Em resumo…

… o português tem origem no latim popular falado no noroeste da Península, na Galécia Magna, língua essa a que podemos chamar galego por ser uma língua da zona do Reino da Galiza, uma língua já com características muito próprias séculos antes da existência de Portugal. Ao tornar-se a língua dum estado independente a sul, chamado Portugal, a língua passou a chamar-se português — e com esse nome foi transplantada para os outros países que a falam. Apesar das mudanças a sul, a língua mantém uma forte proximidade com o que se fala a norte da fronteira. Essa língua portuguesa, como é típico duma língua dum país de cultura aberta a outros povos, sofreu grandes influências exteriores: do castelhano, do francês, do inglês… Até hoje. Também nos dias de hoje as formas mais padronizadas do português começam a suplantar as formas mais populares entre a população em geral — enquanto na Galiza, o castelhano avança.
Isto é uma explicação simplificada, claro está. É ainda a minha forma de o explicar: outros dariam ênfases a outras partes ou acrescentariam pontos talvez importantes… Se alguém quiser corrigir, matizar, completar, os comentários estão abertos!
(Proponho ainda que dê uma vista de olhos pelas histórias romanceadas que escrevi e que tentam dar uma ideia do que foi o percurso do idioma nesses primeiros séculos: «História Secreta da Língua Portuguesa».)
Bem, mas a pergunta era outra: que livros de especialistas podemos ler sobre o assunto?
Proponho dois livros breves, recentes, sobre a História da língua:
  • Introdução à História do Português, de Ivo Castro (um livro académico e actualizado, com fartos exemplos concretos).
  • História do Português, de Esperança Cardeira (um livro brevíssimo, editado numa colecção da Caminho sobre temas de linguística).
Proponho também três artigos de Fernando Venâncio sobre o assunto (convém dizer que as aulas que o autor deu na FCSH, este ano, permitiram-me aprender muito sobre as origens da língua):
Adenda em Outubro de 2019: os artigos de Fernando Venâncio que referi acima foram uma amostra das investigações do linguista no que toca à origem da língua. Em 2019, publicou o livro Assim Nasceu Uma Língua, um percurso interessantíssimo pelas origens do português. Fica como sugestão para quem quiser saber mais sobre a pergunta do título.

   Mais recente, 3 dezembro,  na sua presentação do livro na Galiza, aquí uma entrevista na Voz de Galicia.  

Presentação do livro em Braga. 

sábado, 30 de noviembre de 2019

Tenho medo o medo. Algo de Fausto + Pablo Iglesias &Gregorio Morán


     Ontem numa entrevista entre Pablo Iglesias e o escritor Gregorio Morán, surgiu o tema do medo na política. Morán relatava que o medo era predominante nas primeiras elições democráticas e Iglesias concordava em que o medo era o que freava os anseios de muita gente para agir e dar voto para  o seu paritido. Morán concordava embora engadia que   não tinha nada que ver o medo de agora com aquél que relatava. So engadia que com o medo que daquela altura eles simplesmente nom existiriam. 
      Ambos os dous engadiam que o outro factor misturado o medo e a corrupção. Mas Morán explicava que tuda a corrupção do franquismo e a daquela altura não eram nada para comparar com a festa que é agora a corrupção. 
      Quando os escutava pensava na canção de Fausto, " É como um sonho acordado". Escuta-se no canto, tenho medo o medo, leva tudo é teu. Arrasta-me a cóncava funda  do lago da noite, cruzando as grades de fogo entre o céu e o inferno........
      Ter medo o medo é tal vez uma das maiores aflições que alguém pode ter, a angustia de ter medo paraliza a força da vida e a luta diaria. Tal vez por iso quem quer dominar joga a diario co relato do medo no que pode vir. A mensagem do medo no que virá é uma arma forte para  chegarem a dominação do outro.  Por iso qualquer exército em luta adica parte da sua atividade em difundir medo a população e os contrarios para mermamrem a sua força.