Não chovia de todo , só escoava humidade. O ceu é um algodão escuro a pingar para nós. Uma chuvieira mansa, mol e macia como orvalhosa, molhava-nos docemente cuma temperatura branda e morna. Um vento vadio do sul petava doce no nosso rosto. O Larouco ficava altivo e escondido no escuro duma massa nevoenta. As nuvens danzavam por cima da serra, lentas e misturadas com cores cinzentos. Niste planalto, sempre adoecido, pelo frío humido do inverno,ainda disfrutamos desta brandura outonal.
Escoa agua, chove miudo na val de Baltar. É domingo de outono e as leiras estão ja prenhes de verde, nasceram os nabos, o trigo, as berças fazem o seu destaque tão crescidas nas hortas. As maceiras revelam-se brilhantes por toda parte, cheias de maças para colheitar. Os marmelos afundam o arvore e roçam na húmida terra como derrubados de cansaço.
Nós, o meu pãe e eu saimos como todos os domingos depois do almoço para irmos o bar do Juan e ver os fregueses que alí se juntam. É tradição de aldeia, sairmos, irmos tomar um café, uma vista de olhos os jornais, saudações, acenos de mau, alguma brincadeira. Depois se a coisa se arranxar passamos o jogo, a partida de cartas de baralha ou um dominó, ritual obrigatorio numa jornada de domingo mais.
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