sábado, 23 de diciembre de 2023

Escrever na areia.

 


Historias já contadas lá pelo 2010. 

      São escritas sem rumo, tal vez, sem motivo, só escrever por escrever. Estão escritas na areia e por acaso  ou por pouco nem o vento nem a agua  acabarom com elas. Embora, ainda que nascerom num  rascunho    co pouso que da o passo do tempo parecem ter algo de valor. Eis o motivo, nostálgico, pelo que lhe dou traslado aquí, cando ficavam pérdidas na arca  dos recordos. 

                    No caso de não lêr isto, só dizer que não perdes nada. 

 



   No afganistão um bombista  matou a duas centas pessoas. Na sexta e trece vão fazer  a festa das bruxas en Montalegre. O Papa esta a  gravar un disco, de música sacra, ora essa. En Europa estão a  nomear as pessoas que vão fazer a liderança política da Europa nos proximos anos, serão o presidente do conselho de ministros, como primeira autoridade e o representante da Segurança e representante o exterior da Europa. Obama anda pela  China. Um  barco espanhol  foi retido por piratas da Somalia mais tarde forom liberados os dezaseis refens, tudos estão vivos, os piratas apanharom um bom saco de dinheiro. Tudo esto está a correr no mundo o seu rumo habitual  e o Nelson  anda  na busca duma mulher preta de raça africana, misturada emtre as prostituas diste continente que estão a passar esta fria noite na Casa de Campo en Madrid, um lugar concorrido pelos gajos e as raparigas que estão a fazer o oficio mais antigo do mundo como assim é chamado. Abonda as pessoas que estão adicadas a isto, os tempos são muito bons para o negócio.A emigração sempre foi uma boa fornecedera da  oferta e  a demanda existiu sempre, agora e dantes. Quando o Nelson anda por Madrid sabe bem que na  Casa de Campo vai encontrar a bem seguro todo o que procure.  Um Carrosel de carros co seu ruxe ruxe a dar voltas  pelos arredores, o tempo que mulheres negras, brancas ou de calquer cor azanam coas maus, o tempo que sorrim e se monstram os gajos que dende os carros percebem as variadas misturas de beleza e  morbo.

    No Barroso, no límite coa Galiza, o monte não faz distinção de nações. O Larouco xuntase co ceo nesta noite crara. Se olhamos  dende o Barroso português, vemos que  uma parte da montanha  deita para Espanha e a outra para Portugal . Dende aquí além de ver Padornelo e Montealegre  estamos  a ver tambem Vilar de perdizes  e mais outras freguesias que não recordo o seu nome. O Larouco visto dende esta beira é coma uma parede, é bravo e erguese altivo, visto dende o lado de Baltar   figura-se mais tranquilo, vai ascendendo  pouco a pouco até chegar  alto.Semelha ser uma patria, um pais ignoto, um  mundo o que se está a ver. A sua maneira  de estar invita a visitâ-lo, a vê-lo por dentro, fâ-lo e ficas bem, eu fê-lo muitas vezes. Há um mundo novo o vieres. Ambolos dous lados do  monte juntam-se numa chaira muito grande, a chamada veiga, que se intue mais não se pereceve dende nehum  dos vales, do de o cavado e dende o limia. Porque  o Larouco vai caindo dende a veiga para o seu oeste, para Portugal, fazendo uma pequena curva, segindo a delimitar as duas fronteiras, e num momento cai, fendese na chaira, desce pouco a pouco e  aparece uma janelam. Esa janela foi aproveitada para fazer a porta de entrada, de fronteira emtre as duas partes, e da tal janela nascem dous vales, um para cada lado. Dois vales pelos quais farão o seu percurso dous rios bem conhecidos: o Cávado para portugal e o Limia para Espanha e que ficara também en Portugal. Os dois nascem juntos, e cada um vai para seu lado, o Limia vaixa pela Roussia e o chegar a chaira da Limia recebe o rio de Sarreaus e segue morno, largo mais com pouco agua como durmindo a sesta  pela vila de Xinzo, uma vez que da lá vai-se , esperta um pouco e começa o trilho de seguer a baixar e a colher aguas  dos montes que vão dar a limia, e  a fazerse um rio adulto pouco a pouco, cada vez mais até chegar a Viana do Castelo, fazendo antes um paso  por Bande, Muiños, e crianao a vila de ponte da lima, depois de fazer o   barragem de lindoso na fregjuesia de Lindoso. O seu irmão o cavado que da janela do larouco partiu também , faz um percurso mais curto, sai feito uma criança da janela do larouco,  baixa rapido até montealegre, onde se fornece, preparese, para sair com força até chegar o mar, ambolos dous vão demde o Larouco ao mar, fazendo dous bons percursos. Aquí neste fermoso lugar vai-se também fazer parte da nossa hestoria, niste lugar perdido no mundo.

   Niste tempo de inverno, o Larouco cria para ambo-las duas beiras suas uma chuvia fina, que vai baixando como nevoa até os vales, e deixa uma friaxe no ambente, a sua cima quase que neste tempada está sempre cheia de  nevoeiros, a metade do seu cumio está cuberto,  os seus habitantes tanto do lado barosão como do val do limia no concello de Baltar estão acostumados . Também do lado sur do larouco, não dixemos que faz o larouco parede sob uns quantos povos  e freguesias de zona espanhola tales como medeiros, san milhão, a pedrosa, e seguindo até o barroso muitos outros, isso sim esta zona é uma zona mais quente, o larouco faz-lhe parede comtra o ar do norte, e isso  dalhes um agarimo e acrescenta o aquecemento que lhes da o primeiro sol do día quando nasce polo leste e peta comtra a parede sur do larouco. Até cá se da vinho, e froitas variadas, e pois um pouco mais quente que  no val  norte que se olha dede a cima do larouco. O larouco é moi rido en aguas , a sua chaira , a veiga, que na sua cimeira cobre faz de esponxa para que sea a filtração de agua  nessa  grande terra.E assim são varias as fontes  que nascen nele e vertem todo o ano a sua agua cara o val de Baltar, e que o fão pelo seu grandes regatas, ou pequenos rios que vão verter o limia que  faz percursso polo val.  Faisse destaque emtre as regatas ou regueiras, que é como assim é chamada pelas gentes do lugar, a regueira dos cavalos, e aregueira de forcadas. As duas tenhem todo ano agua que nas época de chuva vaixa a cachón  e com força  desprendensose por toda a serra até o val.

          Miguel Antón Valencia, nasceu por estas terras do val  do limia, numa freguesia do concelho de Baltar. E filho de solteira, a sua mãe ficou prenhada con dezasete anos. Ela era pastora de cabras e ouvelhas no monte do Larouco e nos seus arredores. Com os rebanhos ela ia moitas vezes ate a cima do monte. A cabra e animal muito bravo, não se conforma cos pastos brandos da chaira, e sempre quer ir o mais arriscado e subir  e explorar. A cabra vai-te levar sempre a zoa mais dura do percurso que estes a fazer. Se há um penedo alto a cabra mais valente vai fazer tudo o posivel por trepar penedo acima a comer o brote que sai numa esquina do penedo. Ela vai tentar de trepar o alto dum pino novo, para tentar comer-lhe a casaca tenra e verde, ainda que por baixo dela houver uma herba  branda e verde que acho que nos apanhariamos para dar-lha como se dum premio se tratara. Anuncia , chamava-se assim , esta boa rapaza, seguia o cainho das cabras para  acima do larouco muitos dos días. Era jovem, fuxia do pobo e da gente que via a diario, o caminhar gostava de sonhos e pensamentos  do que ela poderia fazer alguma vez. Isso era o que mais gostava ela, o melhor era quase capaz de estar duas ou mais horas imaxinando e falando para si. O trabalho permetia-lhe tal coisa, as cabras eram felizes, seguiam e seguiam a comer e a caminhar, o seu mundo era um mundo tranquilo. Uma manhã  na primavera, cedo, quando o sol está  ja posto e aquecendo a terra e  a fraga toda, ela ja levaba andado a metade da  serra ia  a desfrutar dum dia no  acima, na veiga, onde o gando gostava de comer e beber, e ela gostava de estar porque dende alí via pequeño o val, procurar olhar tudas as freguesias, os caminhos, o rio, pena que não poidesse ver também o val do sur e o de Montealegre, do cávado, mas para isso teria que  percorrer toda a veiga e asomarse o balcão que da o sur.

   Quando anuncia chegou lá , a veiga, ja alá ao lonxe viase mais gando, e gente.

-        Ora, como fai bom tempo , tambem subiram para cá os marotos, ou seram da parte da Xironda , que era outros dos pobos para onde descer do Larouco. Se calhar são de Vilar de perdizes, recordou que se fossem da Xironda  estariam mais perto diste lado onde agora chegou ela, mas istes estão mais ao longe. Alías, recordou, que ainda que  cada quem andava por onde podía na veiga, ultimamente os guardinhas  e ainda também a Guardia Civil tinham feito vixilancia de que  se cumprira cos límites de fronteira que  dividem a veiga en duas partes, uma espanhola e outra portuguesa. Iste afastado lugar e que so está o ceu e nos quando estamos no meio dela, está também repartido.

De facto, lá estabam cada cen metros umas grandes anteiras bem feitas e labradas que pela sua face norte tinham posta uma E e pela sur uma P. Sem duvida  com isso só sabemos bem o que elas quiser dizer.

-Aquela gente que ao longe se via ,  ficava por detrás  da P. Eram sem duvida dalguma das freguesias que ficavam na baixa da face sur do larouco.  Podiam ser de Vilar, ou doutros pobos que por la ficam.

   O sol na veiga aquece moito, nesta chaira cheia de herba e na que não ha arbores, o frío do inverno não deixa que eles crescam muito. Mas a terra humida, as charcas e a herba fazem que isto não seja um sequeiro ou o deserto, e as cabras saberão procurar as partes humidas para beber, anque iste animal tanto lhe da por vezes, ja que de caste lhe vem que a cabras no deserto, na chaira fria, e nas montanhas nevadas dl Tibert por  pôr um ejemplo. Passado um tempo ela foi conduzindo miudinho  o seu exercito até onde estava o que vira o chegar, e o mesmo semelhava estavam a fazer os primeiros poboadores da veiga. O encontro iase a produzir en algum momento, cada vez se olhavam um pouco mais istes polos opostos que como se fossem  duas constelacions ianse juntando. Os cães ladravam  de um lado e do outro. Não se savia se o faziam por ter medo comtra o lobo, por movimentar as suas cabras ou porque uns e os outros  estavam a falarse daquela maneira que eles o fazem, e como eles são sabendo que os seus donos  parecem querer chegar a um encontro.

      Quando os  tempos foram chegados a isso do meio dia, a hora do almoço, vieram a uma distância que ja se podiam olhar bem, ja se podia fazer distingos de pessoas. Anuncia viu a um homem, jovem semelhava e sentiu que tambem ela fora vista por ele.  Os dous iam fazer porque o encontro fosse possivel. Estavam o sol, a chaira da veiga e eles os dous cada um com um exército igual : fariam um encontro.

    Os dias foram passando, os nevoeiros  a deterreterse, sol-pores, por do sol, um vir lá e cá, os dias cos seus fazeres , tudo ia transcurrindo sem descanso naquel mundo do Larouco, do Barroso, do vale de Baltar, da Boullosa, da beira que da a Xironda, de Sandim a  freguesia que está o rematar o Larouco e dende uma altura da que se vê Montalegre e o seu  grandioso castelo, que olha para baixo a ver o Cávado, mansinho ele até deixar Montalegre.

A roussia trae no inverno chuvieiras, o Larouco apartires de outubro por vezes está cuberto dum manto branco, que  vai baixando até os vales , ya seja pela beira de Baltar, pela Beira de Xironda e Vilar  de perdizes, e também para a beira de Sandim. O tempo é normalmente frío pela zona nesta datas, a humidade também.  Falar da roussia para os vecinhos das zonas é falar de frio no inverno.

    A margem do Limia, no vale debaixo da roussia monte está o pobo ja desaparecido de Roussia. Na baixa lá está perto do río. Sem duvida foi abandonado ja há muitos anos pelos seus habitantes porque as condiciões de vida  pelo clima não eram muito boas. Virado o norte tem de costas o monte da Roussia , o sol ja pouco no inverno não lhe da com forza no nacente, e o sol forte do meio dia está tapado pelo larouco, a humidade que se fazia lá era muita, e coas condições de frio e humidade os seus habitantes apanhavam muitas doençias  que fazia muito dificultosa a sua vida ja de por sim muito dificil. Ainda  hoje em dia estam  restos de construção do pobo. La ficam as suas antigas moradias, pradairos, ruas, prazas, numa pequena aldeia com o seu monte para o gando e os seus pradairos que noutro tempo seríam hortas, lameiros, nabais, leiras de centeo. Tuda uma vida  que desapareceu como o faram tantas aldeias galegas porque os tempos são assim, dentro de  quarenta anos seremos  um milhão de galegos menos. O que não achei na aldeia da roussia foram restos de igrejas ou capelas, aliás o mato cubriu tudo de tal maneira que  não é possivel achar nada, pudera ser que foram tidos por infeis, e as susas enfermidades foram vistas como causa delas a sua falta de fe. É suspeito ou brincadeira minha, é um dizer, não há nada  para sustentarmos tal dito, mas acho que se calhar seria um bom  ponto de aranque para um qualqujer escritor falto de ideias , como posso ser eu.

    Os nosos amigos, o barrsõe  mais a galega Anuncia, haveriam de viver, depois diste primeiro encontro, momentos de verdadeiro namoro, sempre no alto do Larouco, pois na sua despedida um  baixava de costas o outro , cadaquem para o seu patamar , um par o val de Baltar  e o outro para Sandim.

   Cada um deles pertezia a paises diferentes, um era espanhol e o outro era Português. Os paises existem e eles tenhem fronteiras, em algum sitio haverá que pô-las. A fronteira é uma raia, uma linha que vai dibuxado no ar,e que di  que a terra está dividia em dous, mas as terras são iguais, porém esa linha terá muita importancia. E  tê-na ainda mais hoje em que ha uma ditadura , melhor dito duas ditaduras uma em Portugal e outra na  Espanha. A de Espanha e mais dura e menos dita que a de Portugal. A de Espanha veio depois duma guerra civil, ou incivil, depois de forte morte e repressão. Este montes, e carreiros conhecem muito bem  o passo e fugida de homens para as beiras e greguesias do barroso. Ë precisso fugirmos quando não há tempo para falar e podermos chegar à acordos co inimigo, co que tem a forza. A vida está em causa, seja como for,   do grau de suspeito vem o de morto, não ha tempo para sermos arguidos,  e não vão fazermos juizo de contradição, não a contradição chamase espingardas mauser e pistolas luger alemães que com os seus canos a botar lume pelas noites falam e enchem as beiraruas de  corpos que ficarão por sempre lá .   Tudo isso passouse por cá , e lá acojeusse  a tudo o que fui possivel. Os dous  pastores viram de tudo quando eram miudos, e ouviram lendas e hestorias que ha passaram, mais ficaram na sua memoria.

Na Habana, na Habana velha, no malecom, está a soar uma cançom de silvio rodrigues, o tenro  en letra e música, fala dos namorios da vida, da sensibilidade das pessoas. O mar e cálido coma sempre por estas terras, a xente caminha com o lento andarilho de Cuba, cadaquem anda no seu trilho, tudos e cada um vão cos afans da cada día na procura duma vida melhor.  Sejam que forem eles, são pessoas, a viverem  nesta parte do mundo porque assim lhes tocou a vida, nem bo nem mau, se calhar eles são tão felizes como os que nos achamos como aqueles que a sua vida e uma risa grande.

Em quaisquer parte do mundo pasase qualqur coisa, mas neste parte do nosso mundo semelha não passar nada. Vai e vem o tempo, veio o verão e e fugiu a primavera, vieram os amigos com as suas crianças, vieram da cidade onde eles moram e ficam todo o ano, vieram para vêr a nova luz do  ano, para recordarem os tempos grandes de quando  serem miudos. Eles ja não moram aquí, mas eles, queiram que não  hão ficarem aquí sempre, qualquer coisa haberá que não se saberá exprimer que fâ-los-a pensar que  o ar da Roussia, do Barroso, de Tras-os-Montes, do Larouco, esta a correr por eles, e em tudas partes serão reconhecidos como barrosões, galegos arraianos, trasmontanos, e eles olharam para aqueles que vêm nas capitales galegas ou espanholas, onde eles ficaram para comer, ou procurar a vida nova. Quando eles se olharem, uma pequena luz fara vêr por alguma coisa que , como ja foi dito não exprimer sei, e o que os espanhois chamam “um punto”, um ar, uma seelhanza. Isso não é proprio so  destas terras, em tudo o mundo se da tal questão, sim mas o mundo de cada um é o que é.

   Tudo isto e dito para compreender como dous dos nossos protagonistas por mor dese ar da sua terra, vão a encontrarse sem conhecer-se, mas o mundo tão cheo de gentes de um lado para o outro por vezes faissenos  nosso, pequeno , controlavel, coisas da vida que a vida nos da.

Porém iste mundo esta também cheio de pulhice e bacoradas, o homem mas semelha ser hostil que amigo moitas das vezes.

Nos Estados Unidos há um presidente negro. Chamase Obama. E novo, e uma nova estampa para a política.

 

 

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