sábado, 4 de abril de 2020

Notas soltas. De como duma escapada cheguei até o Paraíso para ver se nasceram as patacas



            Nunca falei do Paraiso. É uma horta que trabalho  lá no lugar chamdo  Val do Regueiro, na estrada que vai a Santiago , na saída de Ourense. Com o confinamento e o medo a sair, levo catro semanas sem visitar a horta. Hoje fui de carro fez o percurso de tres kilómetros  e lá cheguei, meio fuxindo e escapando. Encontrei-me cos meus vizinhos o Jesus e o Manolo. Saudos rápidos, distancias entre nós, e a explicar que não vinhera já muito tempo por cumprir coas regras do confinamento e mais o medo  a que reprendam a um. Eles vão tudos os días pois vivem perto e a lei permete trabalhar nas hortas a quinientos metros da casa. 
          Apalpei entre as hedras já crescidas da entrada onde fica agochada a chave da portinha de ferro que da a  tres  escalons de pedra que vão dar a terra da horta. Com ansiedade  di uma olhada geral para percever uma impresão da situação. As patacas já nasceram, já estão bem fora da terra e pedem já uma mau de sulfato, uma alegría. Dende o Carnaval que foram plantadas a hoje já a natureza fez o seu trabalho como Deus manda. Querem uma cava, paresce.    As hervilhas muitos grandes, precissam de uns paus para agarrar-se na sua crescença. Os alhos também mostraram um forte pulo desde  que os deixei daquela ainda agromando na terra. 
           Moita alegría levei no reencontro de ver a recompensa do trabalho feito, primeiro de gaviar com  enxada toda a terra e despois fazer os plantios. 
            Nesta  altura precisavase de fazer  ainda mais trabalhos, como  gaviar, plantar cebolas, leitugas, tomate, pemento etc.  e dar coidados. Mas as fatais circunstâncias não ajudam. Também o campo chora connosco e sente o  abandono. Esto que nos está a pasar,  numca tal  se pensou. Parece que tudo está a mudar, mas melhor não pensar, ser confiantes e otimistas. 
            Cando tudo acabe pisarei novamente o Paraiso  e alí emtre  o sol,  o regueiro e  as folhas  das videiras, acordarei  dum mal sonho. 
         







Este texto está escrito,seguindo a norma do dicionário Estraviz. 

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