Foto. Rua medieval. Allariz ( Ourense). Lugar de cristãos, conversos e judeus.
Gosto dos thrillers no cinema. Gostei de Homeland a longa serie sobre actividades da Cia em varias partes do mundo. Em Homeland mostra-se um mundo de misteriosas circunstâncias de tramas e actuações dos serviços secretos na guerra silênciosa que disputam as grandes nações, já seja a favor ou em contra dos Estados Unidos. Os plantexamentos dos factos e onde se desenvolvem aparescem baseados em acontecimentos que foram reais. Na guerra contra o Irão, Alemanha, israel, Irak, Afganistão etc. A presentação dos factos tem uma presentação de realidade e credibilidade, tanto nas pessoas como na ambientação dos países. Despois a imaginação do cinema resolve de muitas maneiras a trama e sempre há superheróis, é cinema. Ja sei que a resolução do conflicto é falsa, que os guionistas fazem e desfazem e que matam quando eles querem e morre quem eles querem também. Na vida ordinaria não é assim. Embora gosto, e gostamos, ainda que so seja pelos planos da presentação dos problemas. Em Homeland a Cia resolve e anda em problemas que são reais no mundo, embora são resolvidos duma maneira fantástica.
A teoría da conspiração pode ser algo assim.Presentam-se situações, circunstâncias, todas certas, mas deixa se cair sobre elas um mistério de um algo que move tudo e que os normais não vemos. O predicador da teoría, saca conclusões, por vezes sazona, aduba, condimenta o que sabe com algo entre inventado ou mau de comprovar, ou que de forma natural ocorriu ese dia. E tira concluões, ou deixa que o lector ou o escutante decida despois de dar dados e cifras encadeadas umas nas outras que acabam por concluir, olhe você, aquí está, fica esclarecido, branco e em botelha, leite. Mas sempre há algum paso ou varios que são mentiras, ou meias verdades, ou geralmente será impósivel comprobâ-lo. Tal vez simplesmente o presentador desconfia ou cita factos e circunstâncias ocorridos, que parecem demostrar algo, mas que nunca são concluintes. Se fosem certos todos os factos ou a relação entre eles fosse real, então calhava a cousa, paresce que estamos a demostrar os porqués da teoria.
A teoria da conspirção gosta porque junta o desejo é o misterio e tudo tem um clima de suspense. Embora fica tudo no ar, na alimentação da imaginação, e num ruxe, ruxe de "quem sabe"; "si, tal vez, algum dia saberá-se a verdade", mentras tanto a suspeita foi criada, ainda que fosse de boa intenção. O caso é que os mortais que andamos de pé, todos nós, sempre entramos e quedamos coa mesma face de parvo, paspão ou papa-moscas, vítimas de vendedores de fumo ou fala-baratos, normalmente sem mala intenção e que a maioria das vezes só trasladam e adubam um bocado de algo que ouviram de outros e istes de outros. A teoría da conspiração converte-se já em meia verdade quando está feita por um "intelectual" sisudo ou exposta em jornal considerado serio. Paresce que estamos ante um ensaio, e aí já só nos queda dizer, amén. Seguiremos a ser uns papa-moscas, isso sim, intelectuais porque citamos a científicos ou escritores que sabem de tudo.
A teoria da conspirção gosta porque junta o desejo é o misterio e tudo tem um clima de suspense. Embora fica tudo no ar, na alimentação da imaginação, e num ruxe, ruxe de "quem sabe"; "si, tal vez, algum dia saberá-se a verdade", mentras tanto a suspeita foi criada, ainda que fosse de boa intenção. O caso é que os mortais que andamos de pé, todos nós, sempre entramos e quedamos coa mesma face de parvo, paspão ou papa-moscas, vítimas de vendedores de fumo ou fala-baratos, normalmente sem mala intenção e que a maioria das vezes só trasladam e adubam um bocado de algo que ouviram de outros e istes de outros. A teoría da conspiração converte-se já em meia verdade quando está feita por um "intelectual" sisudo ou exposta em jornal considerado serio. Paresce que estamos ante um ensaio, e aí já só nos queda dizer, amén. Seguiremos a ser uns papa-moscas, isso sim, intelectuais porque citamos a científicos ou escritores que sabem de tudo.
A teoría da conspiraçao atrai, engancha, tanto ou mais cos thrillers. No thriller há suspense policial ou de terror que provoca sensações fortes. Na teoria da conspiração também além de ser nos os conhecedores de respostas que a maioria da gente nom tem , respostas nossas nas que joga um papel fundamental a nossa imaginação. Se as premisas, os factos sobre os que se constroi a teoria são fakes que apanhamos nas redes sociais, então já podemos tirar consecuências. Anónimos enfoscados no escuro das redes esparcem espalham esterco quem sempre pode haver alguém que o apanhe como linda fror. Embora seguimos escutando lendo coisas coa esperança de que não sempre tudo é teoria da conspiração , e que algo haverá de certo. No fundo gostamos da emoção de descubrirmos os poderes ocultos que sempre achamos existem movidos por umas maus poderosas que movem os fios do mundo. Se nos fazemos a descoberta do Santo Grial, revolveremos tudas as andrómenas que nos revoltam.
Que podemos decir das teorias do 11-S nos USA, das teorias do 11-M em Espanha no atentado terrorista dos comboios, do assasinato do Almirante Carrero Blanco no ano 1973 em Espanha. Por citar algumas. Tenho lido, escutado muito o respeito, mas o final fico sempre desencatado, embora desfrute do suspense e da sensação que me produz os plantexamentos e o encadeamento dos factos. Em nengum caso, encontrei respostas. Sempre ficava uma duvida ainda que o plantexamento dos factos parecia indubitadamente ter a solução que se queria ver. Muitas vezes há uma intencionalidade política que sem querer faz creer o narrador no que está a dizer com tal de danar os rivais políticos. Em tudos os casos esta-se a buscar uma resposta no poder, já seja nos estados, nos servizos secretos, ou nuns poderes económicos organizados. Secretos que ninguém conhece.
Ninguém estamos livres de ser víctimas ou transmisores. Eu não estou livre de tal . Gosto de thrillers. Ainda de tudo o dito, sei que serei un enfermizo transmisor, ainda que cada vez tenho mais e mais prudência. E sei que devemos seguir vigiantes, eles andam por toda parte. Sempre andiveram.Então se você lêe o poema do "Mio Cid", que conclusão pode tirar, senão a de que um juglar propagandista do personaje creou umas falsedades históricas tão grandes como a Catedral de Santiago. Sim, mas porque interessou a alguns "historiadores", ou fabricantes de mentiras, esa fonte histórica, falsa, foi utilizada para fazerem um relato da historia de Castilla, e mito duma Espanha inventada, todo falso. Ou que dizer de Don Pelaio e Covadonga. Neste caso sería eu acusado de utilizar a teoria da conspiração contra a historia narrada. Mas penso que não é disso do que falamos, isso pertenceria a outro apartado do que algum dia trataremos.
Tudo o dito , foi a modo de presentação, para dentro das minhas contrariedades, dar publicidade, é crítica, a um texto de José Goubão, colado a continuação.O autor da datas, factos, reuniões que querem fazer vêr que o Coronavirus foi provocado por umas maus invisivéis, neste caso, económicas , para obterem lucros e actuar sobre o sistema económico do mundo. Invito a lerem o texto, um bocado longo, mas ainda que não acredito nos seus resultados, está fundamentado en dados para que o lector faça o que quiser com eles. Despois de lê-lo com interesse, só me quedou pensar que quem sabe senã será certo. Ainda que, mais uma vez, tive que recorrer a teoria da conspiração para defender-me, e pensar como galego, as bruxas não existem mas......
(Este texto tenta estar escrito em galego internacional , seguindo a norma do dicionário Estraviz.)
thriller
"thriller", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/thriller [consultado em 05-04-2020].
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"thriller", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/thriller [consultado em 05-04-2020].
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No dia 18 de Outubro de 2019, dezena e meia de tecnocratas de luxo ao serviço das mais altas esferas do regime neoliberal globalista reuniram-se num hotel de Nova York para realizar «um exercício pandémico de alto nível» designado Event 201; consistiu na «simulação de um surto de um novo coronavírus» de âmbito mundial no qual, «à medida que os casos e mortes se avolumam, as consequências tornam-se cada vez mais graves» devido «ao crescimento exponencial semana a semana». Ninguém ouvira falar ainda de qualquer caso de infecção: estávamos a 20 dias de o jornal britânico Guardian noticiar o aparecimento na China de uma nova doença respiratória provocada – soube-se só algumas semanas depois – por um novo coronavírus. Os dons proféticos dos expoentes do neoliberalismo são, sem dúvida, admiráveis.
Segundo os meios oficiais de divulgação do Event 201, partindo da constatação de que existem cerca de 200 situações de índole viral por ano bastaram apenas três horas e meia aos especialistas «para concordarem que é apenas uma questão de tempo até que uma dessas epidemias se torne global – uma pandemia com consequências potencialmente catastróficas». Na situação por eles idealizada à volta de uma mesa apuraram que a crise se prolongaria por 18 meses e provocaria «65 milhões de mortos» porque «embora no início alguns países possam conter o vírus ele continua a espalhar-se e a ser reintroduzido, pelo que eventualmente nenhum consegue manter o controlo».
Montou-se o exercício, explicam os responsáveis, para avaliar «áreas em que as parcerias público-privadas serão necessárias durante a resposta a uma pandemia severa para diminuir as consequências económicas e sociais em grande escala». Por exemplo, como pode ler-se nas sete medidas recomendadas ao cabo da simulação, «uma pandemia grave interferiria muito na saúde da força de trabalho, nas operações comerciais e no movimento de bens e serviços». Em pessoas raramente se fala, ao longo das explicações relacionadas com o exercício, mas também não foi disso que trataram os 15 participantes, «associados a negócios à escala global, governos e saúde pública». Como disse um deles, Ryan Morhard, entrevistado pela agência financeira Bloomberg a propósito da montagem da simulação, «foi mais de um ano de investigação, um investimento de centenas de milhares de dólares, mas os ensinamentos extraídos são incalculáveis».
O que terá acontecido em Fort Detrick?
Morhard representou, no exercício, o Fórum Económico Mundial (anualmente em Davos, Suíça), cenáculo da banca privada transnacional e do capitalismo selvagem, um dos organizadores do Event 201 juntamente com a Fundação John Hopkins e a Fundação Bill e Melinda Gates, entidade que se dedica simultaneamente à «campanha mundial de vacinação», à travagem do crescimento da população mundial e à promoção dos interesses dos grandes impérios farmacêuticos mundiais.
À volta da mesa do hotel de Nova York sentaram-se também representantes oficiais e oficiosos da ONU, do Banco Mundial, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de grandes empresas, designadamente da área de produção e distribuição de instrumentos clínicos e medicamentos e do marketing empresarial, além da banca. Presença especial foi a de Avril Haynes, directora-adjunta da CIA durante a administração Obama e também ex-consultora jurídica da agência. Haynes parece especialmente dotada para as profecias no âmbito da epidemiologia, pois já em 2018, num discurso proferido na Camden Conference, anteviu «uma doença infecciosa provocada por um patógeno facilmente transmissível através das vias respiratórias» e que «em seis meses afectará todos os cantos do mundo».
18 de Outubro, o dia do Event 201, foi também a data de início dos Jogos Mundiais Militares em Wuhan, na China. O que terá este facto de especial, além da coincidência?
Veremos que, no mínimo, a coincidência dá que pensar. Wuhan é a cidade do centro da China onde deflagrou, em Dezembro de 2019, o surto de um novo coronavírus, entretanto designado SARS 2019-nCov, causador da doença designada por COVID-19. O ponto de emanação terá sido, segundo fica a saber-se através da comunicação social corporativa – e sem objecções levantadas pelos novos donos da verdade, os fact-checkers – o mercado de frutos do mar da cidade. No entanto, entre os primeiros 41 doentes tratados com o novo vírus nos hospitais de Wuhan, 13 não tiveram qualquer relação com o mercado de peixe e mariscos. O surto, portanto, não teve origem num só lugar.
Além disso, um porta-voz oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, fez uma declaração que implica outros caminhos na procura do «paciente zero» da pandemia. «Pode ter sido o Exército dos Estados Unidos que trouxe o surto para Wuhan», disse perante a teimosia provocatória do presidente norte-americano em qualificar o COVID-19 como um «vírus chinês». «Sejam transparentes, tornem os vossos dados públicos, devem-nos explicações», desafiou Zhao Lijian.
A alusão ao Exército dos Estados Unidos e o pedido «de explicações» remetem-nos precisamente para os Jogos Mundiais Militares em Wuhan, nos quais participou uma delegação norte-americana de aproximadamente 300 pessoas. E precisamente durante esses jogos, segundo Larry Romanoff, professor da Universidade de Xangai, cinco participantes – cuja nacionalidade não foi revelada pelos organizadores – foram hospitalizados com uma «infecção desconhecida». Isto aconteceu entre 18 e 29 de Outubro, cerca de oito semanas antes de ser revelada a existência do surto de novo coronavírus em Wuhan.
A militarização da narrativa aconselha-nos a recuar um pouco mais no tempo, para Julho e Agosto de 2019, altura em que foi encerrado subitamente o principal laboratório de guerra biológica dos Estados Unidos em Fort Detrick, Maryland. A decisão foi tomada pelo CDC invocando falhas em «descontaminar águas residuais» e deficiências na formação e certificação de pessoal dos laboratórios de biocontenção. Contudo, esclarece o insuspeito New York Times, o CDC não teve a possibilidade de fornecer dados mais específicos «por razões de segurança nacional». Não é top secret, porém, que entre 2005 e 2012 foram elencados mais de mil casos de roubos ou fuga de organismos patogénicos de laboratórios biológicos norte-americanos – mais de dois por dia.
Estamos perante elementos circunstanciais e factuais, nada mais do que isso. Mas por que será que a comunicação social dominante os esconde do grande público e insiste em amarrar a origem do COVID-19 à cidade de Wuhan?
Como disse o clínico Zhong Nanshan, conselheiro médico chefe da China no combate ao coronavírus: «Na verdade, a epidemia do novo coronavírus teve origem em Wuhan (…). Mas isso não quer dizer que a sua fonte esteja em Wuhan». Ou, parafraseando outro porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Geng Shuang, trata-se «de um assunto científico, que requer opiniões científicas e profissionais». Portanto, no mínimo, a situação merece o benefício da dúvida.
Há muitos obstáculos a remover para se tirar a limpo estas histórias virais.
Medo e pânico
O profético ensaio realizado em 18 de Outubro num hotel de Nova York insere-se neste contexto. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) esteve representado na reunião na pessoa do director adjunto do Serviço de Saúde Pública e Desenvolvimento da Ciência, Stephen Redd.
Redd não precisaria de ter dons sobrenaturais para saber duas coisas: as razões do encerramento do laboratório de guerra biológica de Fort Detrick; e os problemas registados com a elevada taxa de mortalidade de surto de gripe comum (influenza) na altura registado nos Estados Unidos. Robert Redfield, o director do CDC, viria a admitir, aliás, que muitas dessas vítimas morreram afinal por acção do novo coronavírus, o que foi apurado através de exames póstumos. Ficando no ar a possibilidade de existirem casos letais de COVID-19 nos Estados Unidos antes de se ter desencadeado o surto em Wuhan.
O aparecimento da epidemia pouco tempo depois do Event 201 levantou algumas perplexidades quanto às circunstâncias temporais em que este aconteceu. Há sempre quem seja céptico quando se trata de adivinhações ou poderes sobrenaturais.
Tanto bastou para que as dúvidas e as interrogações fossem cilindradas pelos fact-checkers de serviço em vários azimutes, que as declararam sumariamente como fake news e mais uma manifestação da irredutível tendência para a «teoria da conspiração».
Segundo essas almas censórias, os participantes na simulação não fizeram qualquer previsão relacionada com aquilo que previram e o número de mortes calculado – 65 milhões em 18 meses – prova que as suas estimativas não dizem respeito à pandemia de COVID-19, apesar se relacionarem com um novo coronavírus. O exercício poderia, em boa verdade, ter decorrido com base num surto de ébola, de gripe suína H1N1 mas não: os promotores escolheram um coronavírus, nada mais, nada menos. E os censores não se interrogaram sobre a coincidência desta opção.
Aos fact-checkers bastou a garantia dada pelos organizadores da simulação numa declaração divulgada através dos seus órgãos oficiais já em plena pandemia real: «Embora o exercício tenha sido realizado com um novo coronavírus fictício, as entradas que usámos para estabelecer o modelo do impacto não são semelhantes ao COVID-19». A previsão de 65 milhões de mortes não vale para o vírus real, podemos ficar descansados. Aliás, neste processo parece que ninguém tentou lançar o medo e mesmo o pânico entre as instituições e a população.
Cronologias surpreendentes
O que não pode ser posto em causa, porque está escrito pelos representantes da nata do capitalismo selvagem na simulação de Nova York, é que «a próxima pandemia grave provocará muita doença e perda de vidas mas também poderá desencadear importantes consequências económicas em torrente (…) Os esforços para evitar tais consequências ou para lhes responder à medida que se desenvolvem exigirão níveis sem precedentes de colaboração entre governos, organizações internacionais e o sector privado».
Estas considerações servem de introdução às sete medidas aconselhadas pelos participantes no Event 201 – e começamos assim a chegar ao coração do negócio – porque é de grande negócio que se trata. Como, noutro plano, grande é o negócio da geoengenharia e mais formas de «adaptação» às alterações climáticas que tanto motivam igualmente a Fundação Bill e Melinda Gates e o Fórum Económico Mundial, promotores das adivinhações de Nova York. As quais «demonstraram vivamente algumas importantes lacunas nos preparativos para o combate à pandemia» e permitiram encarar «soluções entre os sectores público e privado que será necessário preencher».
Revelando a existência de uma grande e oportuna capacidade de resposta, no último Fórum Económico Mundial, realizado em Davos entre 21 e 24 de Janeiro, foi logo apresentado um programa de vacinação contra o coronavírus – apenas duas semanas depois de o COVID-19 ter sido identificado, em 7 de Janeiro. E ainda uma semana antes de a OMS ter lançado, a 30 de Janeiro, uma «emergência mundial de saúde pública» – a declaração de pandemia só aconteceu tempos depois. O tiro de partida da corrida às vacinas foi dado, portanto, quando havia somente 150 casos de COVID-19 oficialmente detectados no exterior da China, seis deles nos Estados Unidos.
Mais vale prevenir que remediar, dir-se-á. Ou o conhecimento de situações que ainda não são do domínio do grande público permite marcar posições de vantagem – esse é o poder da informação privilegiada, ou inside information.
O certo é que ainda em 23 de Janeiro, último dia do Fórum de Davos deste ano, a CEPI (Coalition for Epidemic Preparedness Innovations) entrou decididamente em campo para tentar tomar conta do processo de criação de vacinas contra o COVID-19. A CEPI, comissão que centraliza as inovações para o combate a epidemias, é patrocinada precisamente pelo Fórum Económico Global e pela Fundação Bill e Melinda Gates e, por essas vias, tem grande peso na Organização Mundial de Saúde.
A CEPI lida, em modo tendencialmente monopolista, com vários gigantes da indústria farmacêutica e, neste âmbito, accionou em primeiro lugar a empresa norte-americana Moderna Inc. e o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), chefiado pelo dr. Anthony Fauci, que se distinguiu pelas suas declarações atemorizadoras do impacto do novo coronavírus quando ele praticamente ainda mal se manifestara, em termos de reconhecimento oficial, no exterior da China. Depois a CEPI contactou a CureVac alemã, a mesma empresa à qual Donald Trump, aconselhado pelo NIAID, ofereceu secretamente mil milhões de dólares para ceder aos Estados Unidos os direitos de uma eventual vacina para o COVID-19.
A Moderna é hoje a empresa mais bem posicionada na corrida à vacina do COVID-19: iniciou testes em seres humanos em 16 de Março mesmo sem ter feito experiências em outros animais; ao contrário do que aconteceu com a chinesa Canssino Biologic’s, também a realizar ensaios em seres humanos mas depois de ter obtido resultados encorajadores em outros animais.
A CureVac alemã parece estar igualmente numa fase avançada da investigação da vacina, o que significa, de facto, um grande controlo dos trabalhos em curso por parte da CEPI.
Richard Hackett, o presidente desta comissão, confessou em 3 de Fevereiro que «conversamos com ampla variedade de parceiros para produzir grande quantidade de vacinas para uma pandemia» – que então ainda não fora declarada.
Também Hackett manifesta dons proféticos: «o projecto começou antes de ser descoberto e identificado o novo coronavírus», disse durante uma entrevista; «fizemos isso no ano passado ou antes e usámos a informação que reunimos para ir encarando a preparação de vacinas de diferentes tipos». A estratégia, explicou o presidente da CEPI, «é ter grande número de candidatos».
Há claramente um grande esforço das elites neoliberais para não perderem o controlo da produção de vacinas para o novo coronavírus e tirar proveito da situação; bem basta terem de contar com a concorrência chinesa.
«Os governos devem…»
Feita a simulação catastrófica, que medidas recomendaram os iluminados de Nova York para fazer frente às consequências?
Ao longo dessa espécie de sete mandamentos a expressão que pode ler-se mais é «os governos devem…»
«Os governos nacionais devem», juntamente com as organizações internacionais e a indústria privada, «reforçar os stocks mundiais de contra-medidas médicas (…) expandir o stock de vacinas (…) doar parte das suas reservas de vacinação (…) fornecer financiamento substancial». É oportuno notar que o reforço e centralização de instrumentos médicos foi a única medida tomada até agora pela União Europeia no âmbito do combate à pandemia de COVID-19.
«Os governos nacionais devem fornecer mais recursos e apoio ao desenvolvimento e fabrico de vacinas, ao desenvolvimento, abastecimento e distribuição rápida e em grandes quantidades de contra-medidas médicas»; além disso, os países «com recursos suficientes devem aumentar bastante essa capacidade».
«Os governos nacionais devem»… ajudar as grandes empresas do sector privado «a encarar os riscos comerciais representados por doenças infecciosas e a caminhar para atenuar esses riscos através da cooperação público-privada».
Mas «também será necessário identificar» os problemas «mais críticos do sistema bancário e das economias globais necessárias e demasiado importantes para fracassar», aconselham. Por isso, «o Banco Mundial, o FMI, os bancos de desenvolvimento regional, os governos nacionais e fundações devem explorar as maneiras de aumentar a quantidade e a disponibilidade de fundos e garantir que possam ser utilizados com flexibilidade». E o Grupo dos 20 (G20) acaba de prometer mundos e fundos para injectar na economia global.
«Os governos devem», «os governos devem», «os governos devem» é o mote.
Porém, advertem os profetas da simulação, «uma pandemia particularmente veloz e letal poderia resultar em decisões políticas para retardar ou interromper o movimento de pessoas e bens, prejudicando potencialmente as economias já vulneráveis perante um surto». Daí «a necessidade de mitigar os danos económicos mantendo-se as principais rotas de viagem e comércio durante uma pandemia de grande escala», até porque grande parte dos danos «devem-se a comportamentos contraproducentes de indivíduos, empresas e países».
Esta recomendação não parece ter sido ouvida ou então a pandemia real surgiu demasiado em cima da pandemia ficcionada. «Não agimos de maneira suficientemente rápida», lamentou muito recentemente o próprio Bill Gates.
Mas parece haver quem esteja disponível para emendar o «erro» e a estratégia: o presidente dos Estados Unidos pediu o regresso ao trabalho exactamente no momento em que o ataque do COVID-19 começa a ter repercussões trágicas no seu país. Wall Street agradeceu e logo começou a compensar as perdas vultosas sofridas nas últimas semanas.
Porque as pandemias, verdade seja dita, têm as suas oportunidades de negócio. Por isso, as entidades que montaram o Event 201 com o coronavírus inventado são as mesmas que, a jusante, se preparam para extrair avultados dividendos com o coronavírus verdadeiro – juntando a ficção à realidade.
Enquanto as pessoas morrem.
José Goulão, Exclusivo O Lado Oculto/AbrilAbril
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