Nas casas dos judeus dizem que sempre há uma Biblia, tal vez poder-se-ia dizer que não há casa rural galega, já seja mais fidalga ou de simples labrega de pequena aldeia, na que não hajá o livro de Cunqueiro da "cocina gallega". Postado num velho chineiro que preside a sala de cocinha, ou num estante feito na velha parede granítica, ou bem guardado num caixão do armario das potas e culheres, a nossa vista atópa-se a miudo co emblemático livro. Poder-se-ia dizer que é um símbolo mais do Reino da Galiza atual.
Moitos, já coas follas soltas, outros coas tapas lambidas , ernacadas e desbeiçadas nos bordes, pelo paso do tempo e o seu moito uso alí na mesma cocinha como um utensilio mais. Para um visitante é um saúdo de confiança o visitante o sentir que através daquel elemento comuúm, surge uma ligação afectiva com aquela casa. Pois também tenhem o livro do Cunqueiro.
Receitas fáciles, axustados os productos da terra, innovadoras em pequenas cousas para complementarem os pratos de toda a vida. Mas agora, eses conhecementos culinarios orais e da costume, ficam alí escritos para recordar. Este livro foi para os nossos pais, nos seu inicios de casais familiares, lá pelos anos setenta uma modernidade e um asedeiro de recordos que lhe ajudava e dava confiaça para quando tiverem de agasalhar uma visita ou uma celebração habitual familiar. Acertou Cunqueiro e o seu livro formou parte de moitas boas comeratas e convívios gastronómicas de amigos e familiares. Um recordo para um livro que ainda segue por aqui fazendo-nos companhia para ser consultado e reflolhado. Mas também, para contravindo a lei do passo do tempo, não conseguirom assassinâ-lo, nem os espectáculos televisivos de chefs e artistas-concinheiros , nem a tamanha informação que nos chega hoje em día. para agrandar a nossa cultura culinaria.
Opiniões varias que suscribo, evidentemente. (Manuel Gago twiter)
Assim de súpeto, aparesce na minha vista um dos livros fundamentais da vida galega moderna. Lá pelo ano 1973 ese genio das letras que foi don Alvaro Cunqueiro, fixo um magnífico livro de receitas de cocinha das de andar por casa, as que sempre se fi
Preparando agora unha conferencia, reparei no impacto que este libro, publicado por vez primeira en 1973, e desde entón con gran éxito, tivo na construción da identidade galega moderna, e nos inicios da autonomía. Os libros e as épocas van sempre intimamente conectados.
Hoxe a gastronomía é un dos factores máis fortes da nosa identidade, un dos poucos que une xeografías, clases sociais e, no caso da cociña tradicional, mesmo ideoloxías. Crea consensos. Pero hai unhas décadas non existía a 'cociña galega'. Había 'cociña popular'. Que é distinto.
O texto sobre o viño que fai Cunqueiro é unha absoluta obra mestra. Aparte de ser un documento do viño xusto antes das DOs, é o mellor uso literario da técnica da 'cata popular' que facían os paisanos. Esa que describe os viños con trazos psicolóxicos coma se foran persoas.
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